O processo de independência das colónias em relação às metrópoles europeias é denominado historicamente como descolonização .

A descolonização pode entender-se de uma forma geral como o processo de transferência do poder político (soberania) de um Estado colonial para uma autoridade política representativa dos povos de um território colonizado e que, normalmente culmina com a sua independência.

Fatores gerais da descolonização

A descolonização da África está relacionada com a decadência da Europa, motivada pela Primeira Guerra Mundial, pela crise de 1929 e Segunda Guerra Mundial. A Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, cujo Estado se tornou modelo para os países africanos, inscreveu a libertação dos povos colonizados como pilar da sua política externa.

Outro factor será o despertar do sentimento nacionalista na Ásia e na África, impulsionado pela decadência da Europa e pela Carta da ONU, que, em 1945, reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação. O ponto máximo do nacionalismo será a Conferência de Bandung (1955), ocorrida na Indonésia que estimulou as lutas pela independência.

A guerra fria e a polarização entre EUA (capitalismo) e a URSS (socialismo) também contribuíram para o fim dos impérios coloniais. Cada uma das superpotências via na descolonização uma oportunidade de ampliar suas influências políticas e económicas.

Descolonização nas colónias Inglesas em África

Há uma ausência de uma política global de descolonização por parte de Londres, pelo que este processo seguiu no seu grosso modo em todos os casos o mesmo procedimento, o estatuto de colónias da Coroa administradas directamente, passavam ao de colónias com um governo responsável, providas de um legislativo e capazes de gerir suas próprias finanças; depois se tornavam colónias com um self-government, ainda mais autónomas.

Factores específicos da descolonização nas colónias Inglesas

A pressão da ONU contribuiu para que os colonizadores libertassem as suas colónias; o enfraquecimento da Inglaterra após a II guerra mundial; A participação de muitos africanos na segunda guerra mundial que lutou lado-a-lado com os europeus; Intervenção dos EUA e da URSS tentando nortear os conflitos.

Bibliografia

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