Entre os séculos XVII e XVIII, desenvolveu-se na Europa o Fisiocrático, uma doutrina económica contra a política mercantilista, que defendia, que a verdadeira riqueza das nações, se encontrava na agricultura, porque a agricultura depende de todas as actividades económicas e alimentação.

A fisiocracia defendia a liberdade de produção, concorrência e maior investimento de capital na agricultura e pecuária. Esta teoria obrigou que os agricultores Europeus a especializarem-se nas técnicas de produção o que significa adopção de novas, acompanhadas pela eliminação do pousio, produção em grandes quantidades de novos produtos, como o milho, a beterraba, a batata entre outros.

A introdução de novas culturas, adubos verdes, estrumes, abertura de canais associados a novos instrumentos ou a melhoria dos instrumentos já conhecidos constituiria um enorme avanço técnico da agricultura a que se chamou por revolução agrícola, a qual permitiu a segunda explosão demográfica.

As melhorias qualitativas, juntaram-se ao aumento dos campos agrícolas e das suas extensões, modificações das estruturas agrárias, novos afolhamentos e consequentemente o aparecimento do emparcelamento.

Nos finais do século XVIII, a Europa assistiu a emergência da agricultura moderna, caracterizada pela maior regularização das safras e o aumento da produção agrícola devido à utilização de tractores, colheitadeiras, semeadeiras, debulhadoras e alguns novos implementos agrícolas.

A invenção da máquina de separar o caroço da fibra do algodão, por exemplo, possibilitou o fornecimento abundante dessa importante matéria-prima por um baixo preço. O Cotton Gin, o descaroçador de algodão, foi inventado em 1793 por Eli Whitney, um mestre-escola da Nova Inglaterra. Do ponto de vista de diversos historiadores, essa invenção contribuiu mais para a extinção da escravatura na América do Norte, que todas as teorias que pudessem incentivá-lo na época.

A agricultura moderna apoia-se cada vez mais na investigação científica e na indústria para aperfeiçoar as técnicas e métodos de cultura e depender cada vez menos dos condicionalismos físicos naturais. A agricultura utiliza aspectos cada vez mais sofisticados, onde, de forma clara, os computadores e a electrónica desempenham um papel cada vez maior. O agricultor possui cada vez mais formação e um conjunto de recursos técnicos e tecnológicos que lhe permitem com menor esforço produzir quantidades progressivamente maiores e de melhor qualidade, dispensando paulatinamente muita mão-de-obra.

As estações agrícolas têm igualmente a missão de investigar para produzir excedentes cada vez maiores para alimentar as grandes cidades. Isto só é possível graças à introdução de melhoramentos de ordem  técnica que se traduz:

  • Na selecção e introdução de novas variedades de plantas cultivadas, resistentes às intempéries, às doenças e pragas e adaptadas às condições ambientais muito adversas;
  • Na introdução de novas variedades de plantas que permitem aumentar significativamente os rendimentos;
  • Utilização de novas técnicas agrícolas, que permitem a generalização da mecanização e dos sistemas de rega (por aspersão, micro irrigação, gota-a-gota);
  • Uso crescente e racional de adubos, que possibilitam uma rápida produção, enquanto o uso de herbicidas, de insecticidas e de fungicidas permite a eliminação de ervas daninhas e pragas que atacam as culturas;
  • Estudo das características físicas e químicas dos solos, de forma a ser cultivadas culturas que a eles mais se adaptam;
  • Desenvolvimento e generalização de culturas sob abrigo (estufas modernas) onde a temperatura, a humidade e a água são controladas automaticamente, permitindo o rápido desenvolvimento das culturas e evitando a agressividade das condições meteorológicas adversas.

 

Bibliografia

HESPANHOL, António Nivaldo. Modernização da Agricultura e Desenvolvimento Territorial. São Paulo. UNESP. 2008.

MAZOYER Marcel e ROUDART Laurence. História da agricultura do Mundo Neolítico a crise contemporânea. Brasil, editora UNESP 2008.

NOÉME, Carlos. Importância da Agricultura nas Sociedades Modernas. Lisboa. ISA. 2010.