Desconhecem-se as origens exactas dos Astecas, mas é certo que esta civilização terá começado a alcançar notoriedade a partir do século XIII, iniciando uma expansão desde o Norte do México em direcção aos territórios localizados mais a sul (chegam inclusive a alcançar o Vale do México). O seu apogeu prologou-se até o século XVI, altura da chegada dos conquistadores espanhóis que ditou o fim do seu ciclo hegemónico.

Se no caso dos Maias, a utilização do termo império poderá ser algo discutível, não obstante a partilha de tradições religiosas, sociais e culturais semelhantes entre as cidades-estado independentes, o mesmo não podemos dizer dos astecas que criaram indubitavelmente, em termos políticos, um Império com mais de quinhentas cidades, talvez inicialmente habitado por 5 ou 6 milhões de habitantes (embora este número aumentasse talvez até aos 10 milhões no ano de 1500, muito devido às novas conquistas), e quase todo ele sujeito ao controlo inequívoco dum imperador.

Origem dos Astecas

A influência dos olmecas entre os astecas também foi muito grande, sobretudo porque eles viveram, em tempos diferentes, basicamente na mesma região. Após a hegemonia olmeca, a região sofreu várias invasões de povos vindos da América do Norte.

Os primeiros povoadores procedentes do norte, da região de Nahua (família linguística do nahuatl), construíram, entre 500 e 600 d.c, baseados nas tradições olmecas, uma grande cidade, Teotihuacán, com gigantescas pirâmides homenageando o Sol, a Lua e seu deus maior, Quetzacoatl. Nesse centro urbano desenvolveu-se uma sociedade sobre a qual , infelizmente, temos poucas informações.

Os toltecas, uma das tribos nahuas do norte, chegaram à América Central entre 850 e 900 d.c., e talvez tenham se submetido aos sacerdotes de Teotihuacán, pois deram continuidade à construção e manutenção dessa grande cidade. Em razão do gigantismo de suas construções, muitos povos consideravam que ela havia sido construída por gigantes, antes da chegada dos homens à região. Eles organizaram um forte Estado e uma rica civilização, que, após disputas internas, guerras externas e invasões, chegou ao fim em 1194 d.c.

O povo mexicano, mais conhecido como asteca, é originário da região de Aztlán (daí a palavra asteca), no sul da América do Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano (especificamente nas ilhas do lago Texcoco), junto com outros povos, após uma longa marcha, em 1168 d.c. No ano de 1325 eles começaram a construção de sua cidade, Tenochtitlán, que no século XV seria uma das maiores cidades do mundo.

Organização social dos Astecas

Pode ser uma sociedade fundada em aspectos religiosos e na guerra, aqueles que detinham mais poder eram os sacerdotes, seguidos dos chefes militares e dos altos funcionários do Império. Os altos funcionários militares e do Estado recebiam a denominação tecuhtli (dignitário), eram escolhidos pelo soberano e tinham uma série de privilégios (não pagavam impostos e viviam em grandes residências).

Logo abaixo estavam os calpullec, espécies de administradores dos bairros (calpulli). Inicialmente eles eram escolhidos pelos habitantes dos bairros, mas com o tempo passaram a ser indicados pelos soberano.

O comércio externo era realizado por poderosas corporações de comerciantes, os pochtecas. O comércio de luxo entre as cidades era monopolizado por eles. Em razão do rápido enriquecimento desse setor da sociedade, ele foi ganhando gradativamente poder e distinção.

A maioria dos artesãos trabalhava vinculada a algum senhor (tecuhtli), e muitos mantinham oficinas em palácios e templos. O imposto era pago em artigos de sua especialidade e não eram obrigados ao trabalho coletivo.

A maior parte da população estava entre os macehualli, que eram homens livres com direito a cultivar um pedaço de terra para sua sobrevivência,embora devessem obrigações como pagamento de impostos em mercadorias (a maior fonte de arrecadação), prestar o serviço militar e o trabalho coletivo (construir, conservar e limpar estradas, pontes e templos).

Os tlatlacotin formavam o estrato social mais baixo, composto geralmente por prisioneiros de guerra, condenados, desterrados. Em troca de casa, comida e trabalho, eles se vinculavam a um amo. Isso não significava que eram escravos, pois podiam torna-se livres e possuir bens.

Organização Política dos Astecas

Apesar da clara autonomia de várias cidades, era o soberano de Tenochtitlan, que assumia o maior protagonismo, sendo o seu papel associado ao dum imperador. Era ele que comandava os exércitos confederados de forma a alargar as suas fronteiras e submeter os povos vizinhos. Como a guerra era uma acção constante dos astecas, haveria pois alguma possibilidade de ascensão social para os seus combatentes que mais se distinguissem no palco de batalha. O soberano era pois um chefe político, militar e religioso, e seria eleito por um conselho de nobres (normalmente a escolha recaía sobre um dos familiares mais próximos do rei antecessor).

Na confederação Asteca conviviam inúmeras comunidades com idiomas, costumes e culturas diferentes (zapotecas, mixtecas, totonacas, etc.) A unidade entre elas dava-se em torno de aspectos religiosos e, principalmente, através da centralização militar dos astecas e da arrecadação dos impostos em Tenochtitlán. As diversas províncias da região que, além dos tributos, elas deveriam fornecer contingentes militares e submeter-se aos tribunais da capital.

Economia Asteca

A sustentação da economia do Império estava baseada justamente no pagamento dos tributos em mercadorias. A não-destruição das cidades submetidas e a manutenção relativa do poder local incluíam-se nessa lógica de arrecadação dos tributos, que variavam muito. Estima-se que, no final do Império, Tenochtitlán recebia toneladas de milho, feijão, cacau, pimenta seca; centenas de litros de mel, milhares de fardos de algodão, manufaturados têxteis, cerâmicas, armas, além de animais, aves, perfumes, papel, etc.

A agricultura também, tinha um peso determinante, e por isso, devemos destacar o cultivo dos seguintes produtos: milho, legumes, pimentos, cacau, algodão e tomates. Dedicaram-se igualmente à criação de perus e cães, bem como à pesca e caça de aves aquáticas. Os tributos e também o comércio que era realizado permitiam o enriquecimento das trinta e oito províncias do império. O mesmo se podia dizer dos despojos obtidos nas campanhas militares vitoriosas.

Religião e cultura Asteca

Os astecas eram considerados o povo mais religioso da região. Sua religião era essencialmente astral, isto é, baseada nos astros, e foram absorvendo deuses e ritos das mais importante era Uitzlopochtli, que representava o sol do meio-dia.

Os mitos e ritos astecas eram muito ricos e variados, e relacionavam-se com a natureza. Os cultos mais importantes sempre envolviam o Sol. Eram muito comuns rituais com sacrifícios humanos; a guerra, portanto, era uma grande fornecedora de prisioneiros para os sacrifícios. Geralmente toda a energia da comunidade estava canalizada para as atividades ritualísticas, realizadas com uma série encenações e procedimentos minunciosos.

As atividades artísticas dos astecas foram muito influenciadas pelas tradições olmecas e toltecas. A escultura em jade e as grandes construções são exemplos claros dessas influências. A arquitetura estava ligada à vida religiosa, a forma mais freqüentemente utilizada era a pirâmide com escadarias, culminando em um santuário no topo.

Os afrescos coloridos e as pinturas murais também tinham destaque entre as artes astecas. O escriba ostentava o título de pintor, pois os hieróglifos eram acompanhados por uma série de quadros cuidadosamente desenhados.

A música e a poesia estavam intimamente ligadas. Quase sempre acompanhadas ´pr instrumentos, danças e encenações, as músicas tinham caráter religioso.

Infelizmente, a violência da colonização espanhola acabou destruindo grande parte dessa rica produção.

Decadência do Império Asteca

O Império asteca atingiu seu apogeu entre 1440 e 1520, quando foi inteiramente destruído pelos colonizadores espanhóis liderados por Cortés. Após diversas incursões colonizadoras em agosto de 1521 o Império Asteca foi inteiramente conquistado. Diversas razões levaram à derrota asteca a primeira é propriamente militar: a guerra, para os astecas, tinha como objetivo a dominação político-militar, para os espanhóis a guerra era de conquista e extermínio. Além disso as estratégias militares e, principalmente, o armamento bélico dos colonizadores eram bem mais avançados.

Outro motivo importante foi a proliferação de várias doenças e epidemias entre os astecas (a mais forte foi a varíola). Um facto adicional que contribuiu muito para a derrota asteca foi a aliança estabelecida entre alguns povos da região (tlaxcaltecas, totonecas, etc.) e os espanhóis. A intenção imediata desses povos era derrotar a hegemonia dos astecas na região, e os espanhóis eram fortes aliados para alcançar esse objectivo. Todavia, eles não puderam prever o que lhes aconteceria após a derrota asteca, com a consolidação da colonização europeia.