Os bantu foram um conjunto de povo que habitaram na África Austral e do Equador. Acredita-se que este povo foi originário da mesma região a zona que compreende os rios ubangui e chari na África Ocidental, portanto as suas línguas apresentam características comuns.

Conforme vários autores, existem quatro teorias para explicar as razões da expansão dos bantu a partir dos seus territórios de origem: metalurgia de ferro, linguística, criação de plantas e animais e arqueológica.

Teoria da metalurgia de ferro

A utilização do ferro teria desenvolvido os recursos e a população a ponto de se declarar uma pressão demográfica, trazendo consigo um processo de migração para o Sul Beneficiando da superioridade pela posse de armas e de utensílios de ferro, facilmente dominaram as populações autóctones compostas por Khoisan.

Na região Ocidental da Zâmbia, atingindo Botswana e ultrapassando o rio Limpopo, instalaram-se, nos fins do primeiro e princípios do segundo milénio, novos emigrantes da idade do ferro que se miscigenaram com o povo Gokomere, e deram origem a cultura estreitamente associada a mineração. As mais antigas culturas de Idade do Ferro, foram encontradas entre o rio Zambeze, Save e Alto Limpopo.

Teoria linguística

A teoria linguística mostra que os bantu teriam partido de um núcleo de origem controversa situado a noroeste das florestas equatoriais para o sul das grandes florestas, onde se estabeleceriam, ocupando uma área com a forma elíptica, que se distribuíam da foz do Rio Zaire acosta da Tanzânia.

Teoria arqueológica

Os estudos feitos pelos arqueológos Thomas Hoffmann (1970) e Phillipson (1975) referem que durante os primeiros quatro séculos da nossa era se individualizaram vários bantu por toda a África Oriental a Sul do equador. Estes grupos distinguiam-se uns dos outros por característica próprias, tais como a tradição de olaria que cada um fabricava, a esta variante de língua bantu que cada um falava e a zona que ocupava tais como:

  • Tradição norte oriental
  • Tradição central
  • Tradição sul
  • Tradição pré-bantu

Teoria de domesticação de plantas e animais

A hipótese da progressão dos povos Bantu para Nigéria e para Congo, tendo sucessivamente os povos procurando ao longo dos rios e dos lagos da Savana, zonas propícias para a sua vida agro-pastoril.

As profundas transformações na vegetação e climáticas que a região de Sahara começou a sofrer a cerca de 6000 anos, aumentaram a desertificação. Estas mudanças obrigaram a adopção de uma forma de vida pastoril e levaram a que esse povo se movesse da região de deserto para as regiões de savanas-Sul. A mudança para a região de savanas parece ser a causa da domesticação de sementes como o Sorgum.

 

Referencias

COVANE, L. Da comunidade primitiva ao Feudalismo., Editora Asa, Rio Ti1989, 216p. KI-ZERBO, J. História de África Negra. Volume 1, 4ª Edição, Publicações Américas – Europa, Portugal, 1999;

Ki-ZERBO, Joseph. História Geral de África vol. I: Metodologia e pré-história da África, 2ª ed., Brasília, UNESCO, 2010.