Colonialismo Português: Caso de Moçambique
A partir de 1850, o capitalismo português estava em ascensão, com o surgimento da industria têxtil saindo da dependência inglesa, teve como mercado preferencial as colónias africanas.
Após a independência do Brasil em 1822, Portugal começou com a ocupação gradual do espaço colonial em África em especial a partir da 2ª metade do sec. XX, uma vez que as suas colónias estavam sob ameaça de outras potências europeias.
A descoberta de diamantes na África Austral, a baerura do canal de Suez (1869) o Governo português interessou se de África e iniciou a procura de descobrir o que existia mais no interior de Moçambique e assim que patrocina a Sociedade de Geográfia de Lisboa acompanhado de reformas como a Liberdade de Trabalho pondo fim ao sistema esclavagista. Sem recursos financeiros Portugal recorreu a capitais estrangeiros, abertura de mercados e aumento de exportações.
Por incapacidade de Portugal de gerir todo o território de Moçambique arrendou a parte centro e norte de Moçambique a Companhias Arrendatárias ou Concessionárias e ficou a região Sul de Save sob domínio directo do Estado Português para ser explorada como reserva da mão-de-obra para as minas sul-africanas.
O sucesso das companhias concessionárias no centro e norte de Moçambique deveu-se a organização moderna capitalista, recurso aos previlegios e a actividades comerciais e agrícolas.
Ocupação Militar Em Moçambique
A Aceleração desta actividade foi a partir da Conferência de Berlin, onde Portugal realizou varias expedições e desejava ligar Moçambique e Angola (Projecto Mapa Cor de Rosa) e este projecto foi interrompido com os conflitos anglo-portugueses com o celebre Ultimatum 1890.
Fases da Ocupação Efectiva de Moçambique
1ª Fase: 1850-1894
Portugal usa as tropas coloniais e aliados africanos locais e teve algumas resistências fortes nos prazos da Zambezia (Valene do Zambeze) em especial entre 1867 e 1869.
2ª Fase: 1895-1910
Foi o período de verdadeira ocupação colonial recorrendo a armamento superior que dos africanos. Portugal a pesar de ter somado importantes vitórias teve algumas derrotas 1896-1897 na campanha dos Namarrais no Norte de Moçambique. A zona norte de Mocambique foi a ultima que foi pacificada com a grande resistência local (região do Niassa).
3ª Fase: 1910-1926
Surgimento de novas dificuldades para Portugal como:
- Reivindicações de certos africanos que se julgavam evoluídos
- Persistência dos abusos coloniais
- Os ataques alemães a Moçambique (1916-1918) E Angola (1914) levando a perda de prestigio de Portugal.
Consequências da ocupação efectiva de África
Na Europa
- Obtenção de mercados externos
- Fontes de matérias primas em especial minerais e agrícolas
- Investimentos em África virados ao comércio internacional (estradas, pontes, linhas férreas, portos, etc)
Em África
- Recrutamento forçado de muitos africanos para serviço militar obrigatório colonial
- Africanos sujeitos ao trabalho forçado quer nas construções ou na produção agrícola
- Uso dos africanos como carregadores ou transportadores
- Uso do pagamento de imposto
- Expropriação de terras e do gado dos africanos
- Construção de caminhos de ferro
- Introdução de cuidados médicos permitindo o crescimento demográfico
- Divulgação de novas culturas alimentares
- Expansão das cidades e outros centros urbanos
- Introdução do ensino expandindo as línguas europeias
Em Moçambique
- Integração no sul de Moçambique a economia da Africa do Sul devido a emigração de moçambicanos para RSA (minas de ouro e empresas agro-industriais) bem como a devido a linha férrea Lourenço Marques e Transvaal
- Concessão de partes de Moçambique a gestão de Companhias como a Companhia de Moçambique no centro, Companhia da Zambézia em Tete e no Norte a Companhia de Niassa