Dá-se o nome de Revoluções de 1848 à série de revoluções na Europa Central e Oriental que eclodiram em função de regimes governamentais autocráticos, de crises econômicas, do aumento de condição financeira e da falta de representação política das classes médias e do nacionalismo despertado nas minorias da Europa central e oriental, que abalaram as monarquias da Europa, onde tinham fracassado as tentativas de reformas políticas e econômica

A revolução no império austríaco foi favorecida pelo enfraquecimento da monarquia, pelo desenvolvimento de uma corrente liberal no seio da sociedade burguesa e aristocrática de Viena e pela reivindicação de um reconhecimento dos povos de idioma não germânico: polonesas, checos, romenos, croatas, italianos do norte e principalmente os húngaros, que dispunham de um governo.

A burguesia austríaca, entretanto, não soube conservar sua revolução. A aristocracia retomou o poder, liderada pelo novo chanceler, o príncipe de Schwartzenberg. O exército e o chanceler Schwartzenberg retomaram Praga e Viena, e obrigaram Fernando I a abdicar em nome de seu filho Francisco José I, então com 18 anos. Dissolvido o parlamento, os liberais foram perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo restaurado. Checos e húngaros, que viviam sob o domínio austríaco, aproveitando-se das modificações ocorridas na Áustria, levantaram-se em revoluções de libertação nacional, apoiada por todas as classes sociais. Mas, estabilizada a situação na Áustria com a restauração do absolutismo, os exércitos austríaco e russo esmagaram essas revoluções.

A decisão de enviar tropas contra a revolução na Hungria, em outubro, deu origem a novo levantamento popular, reprimido em menos de um mês. O ciclo revolucionário só foi encerrado em 1852, com o restabelecimento do absolutismo monárquico.

No Império Austríaco o poder dos Habsburgo também sofreu a contestação da onda revolucionária de 1848. Assim como nos estados alemães, sob a égide prussiana, no Império Austríaco o liberalismo estava circunscrito aos círculos intelectuais, principalmente na cidade de Viena. Após a abdicação de Luís Felipe, na França, e o fortalecimento da agitação liberal, o governo austríaco foi obrigado a aceitar reformas no sistema de governo, como o abrandamento da censura e a abolição da servidão. A aparente vitória dos liberais vienenses durou pouco. Em março de 1849, os Habsburgos, apoiados pelo exército, dissolveram a AssembleiaConstituinte impondo uma constituição conservadora.

As principais revoltas dentro do império austríaco ocorreriam na Hungria e na Itália. NaHungria os Magiares, liderados por Lajos Kossuth, implementaram reformas liberais, como a liberdade de imprensa, de religião, sufrágio universal masculino e o fim dos privilégios da nobreza. Contudo, o governo Húngaro presidido por Kossuth, em 1849, ao tentar se expandir para áreas dominadas por romenos e croatas facilitou a reação do imperador Austríaco,Francisco José. Aliadoao Czar Nicolau I pode contar, também, com o apoio destes grupos étnicos para a derrubada dos húngaros.