Localização e História dos povos Apaches

Os Apaches habitavam uma área enorme no lado oriental do Novo México, que também invadia o Texas e o México. Este povo orgulhoso e guerreiro se dividia em muitos grupos, sendo mais conhecidos os jicarillas, os mescaleiros e os chiricahuas. Viviam numa região hostil, de escassos recursos naturais e, por isso, se especializaram em saquear as fazendas e povoados dos colonizadores brancos e via de regra roubavam também as outras tribos, sumindo rapidamente nas serras da região, onde construíam inacessíveis esconderijos.

Os primeiros intrusos do território Apache foram os espanhóis, a partir de 1500. Muitas guerras ocorreram e, durante muitos anos, o exército espanhol tentou dominar os Apaches. Com o tempo, corromperam muitos índios e espalharam doenças nas tribos. A dominação espanhola assumiu aspectos de muita crueldade e violência, não só porque os seus interesses eram mais agudos – a febre do ouro – mas também porque a mentalidade indígena diferia a olutamente do fanatismo castelhano. Os espanhóis eram movidos pela caça, dado que a corte espanhola e os que os apoiavam, imersos em co jogos de interesses internacionais, necessitavam desesperadamente

do arelo para a sua política imediata e de curto prazo. Nestas condições s acabaram perdendo a guerra para os brancos. , os Apaches nas reservas Fort Apache e San Carlos no Arizona,

nas Jicarilla e Mescalero no Novo México, e também em Oklahoma.

Aspectos Geográficos

Os Apaches viviam numa região de deserto muito seca e muito quente, mas também bela. A beleza exótica do Arizona foi descoberta a partir dos anos 20 pelos filmes de índios do Velho Oeste, que traziam as cores do Grand Canyon e do Deserto de Sonora, No deserto, reinam cactos gigantes das mais variadas formas como, por exemplo, o saguaro, aquele de dois braços e em forma de castiçal. O saguaro não é assim tão comum quanto possa parecer. Cresce apenas no Deserto de Sonora e leva de 45 a 70 anos para desenvolver o primeiro braço. Já os cactos são capazes de suportar até 5 anos sem uma única gota de chuva. Há 3 mil anos atrás, os

indígenas já driblavam o deserto de Sonora tirando água de dentro dos cactos.

Além dos cactos, belas árvores de tronco verde chamadas de paloverde, também se destacam na paisagem. Na primavera, os cactos cedem lugar às flores coloridas, que, em meio aos espinhos da planta, contrastam com o azul vívido do céu do Arizona. A fauna é recheada de: beija-flores, lagartos, cobras, escorpiões e outros ‘cascudos‘, ou seja, uma fauna nada graciosa.

Aspectos Culturais

Havia diferenças entre os vários grupos de Apaches, principalmente no modo de vestir e nos acessórios que utilizavam. Havia os grupos mais dedicados ao pastoreio e caçadores de bisontes, animal que garantiu a sobrevivência durante séculos, e outros voltados para os saques em fazendas e povoados, como os Mescaleiros, que viviam nas montanhas.

Na cultura tradicional, as mulheres cuidavam do alimento, da madeira e da água, enquanto os homens tinham que caçar e guerrear. A poligamia era praticada quando as condições econômicas permitiam.

Aspectos Religiosos

A religião indígena deve ser vista como a prática efetiva de ligação a um universo onde as coisas aconteciam por razões misteriosas mas repletas de sentido, ao contrário da ocidental, que se baseia na re-ligação. Nesse sentido, não possuindo mitos de queda e de culpa, não necessitavam de se re-ligar ao que quer que fosse.

A religião era fundamental na vida Apache e pediam a proteção dos espíritos das montanhas. Usan era o seu Deus. A história da criação contada pelos apaches diz que Usan, o criador, enviou “Gána” (espírito das montanhas) para guiar seu povo. Os feiticeiros eram muito respeitados nas tribos e detinham muitos poderes, freqüentemente influenciando os chefes nos Conselhos tribais, em que tomavam suas decisões mais importantes. Como em todo lugar da Terra, os líderes eram escolhidos entre as famílias mais importantes, mas qualquer um podia chegar a chefe, se tivesse carisma e autoridade, principalmente se adquiridos em combate. Adotavam, quando possível, o tipo democrático e geralmente assumia o comando o guerreiro mais próximo ao que deixava posto.

Líderes Apaches

Chefe Mangas Coloradas – apelido recebido graças ao roubo de uma camisa vermelha. Em 1837, ele era o guerreiro mais conhecido no Novo México, que ainda pertencia ao México, e em Sonora, estado vizinho ao sul. Cochise – grande líder da tribo dos Chiricahuas, promoveu a paz com os brancos durante muito tempo. Gerônimo – o mais famoso guerreiro Apache começou a odiar de verdade o homem branco no dia em que retornou para casa e encontrou tudo destruído e a sua família assassinada pelos mexicanos. Sua vida passou a resumir-se a uma palavra, um sentido: Vingança! Além de guerreiro, foi também médico e líder espiritual. Este índio rebelde foi um constante problema para o governo americano pois, quando capturado, fugia em seguida. Aprendeu com os brancos o seu modo de lutar e utilizou as armas que contra ele usavam, inclusive dinamite. Tocava fogo no mato, envenenava os poços, apagava as pegadas, atacava à noite, isso sem contar os assédios circulares e as flechas incendiárias, alem das torturas

Apaches. Gerônimo foi convencido a se render em 1886, sendo confinado em Forte Sill, onde morreu em 1909. A derrota de Gerônimo significou o fim das tradicionais caminhadas dos Apaches nômades.

Os Guaruanis

Com base na semelhança lingüística, houve, inicialmente, uma divisão dos índios brasileiros, os Tupis-Guaranis e os Tapuias (todo aquele que falava tupi). Os Tupis-guaranis estavam localizados em todo litoral brasileiro, do norte ao sul e como tiveram relações amistosas com os portugueses foram vistos de forma positiva. Já os Tapuias, habitavam em algumas áreas litorâneas e no interior do Brasil foram hostis à presença dos portugueses e, por isso, foram classificados negativamente.

A língua usada pelos colonizadores para manter os primeiros contatos com os índios foi o tupi ou tupinambá. Porém, existia uma outra língua que era resultado da mistura entre o tupi e o latim, conhecida como língua geral ou nheegatu. Segundo pesquisadores, na época da chegada dos europeus existia uma diversidade enorme de grupos indígenas, classificados em centenas de línguas diferentes. Para os especialistas essa quantidade de famílias lingüísticas podem ser organizadas em quatro troncos lingüísticos: TupiMacro-JêKarib Arwak. Os grupos indígenas conheciam muito bem os fenômenos naturais. Por exemplo, os Tupinambás sabiam fazer a relação entre as fases da lua e as marés. Os povos indígenas praticavam fitoterapia, ou seja, faziam tratamentos médicos através do uso de várias plantas. Havia a aplicação de venenos na captura de peixes e na caça em geral. Uma das substâncias mais utilizadas entre eles era o curare. Ele era colocado na ponta da flecha. Ao atingir a presa, seu efeito era imediato, pois os animais eram paralisados e chegavam a morrer por asfixia.

O poder entre os Guaranis

Entre os Guaranis, como nos povos indígenas na América portuguesa em geral, o poder político não estava separado da sociedade. Era a própria sociedade quem detinha a totalidade do poder. Havia líder, mas seu poder era limitado. O respeito às decisões do chefe dependia de sua capacidade de persuasão e não da força. Os chefes tinham mais obrigações que privilégios e suas decisões estavam condicionadas na cultura do povo e não em sua vontade.

A aceitação da liderança dependia daquilo que eram consideradas virtudes do chefe, entre elas a idade, a experiência, a coragem, a generosidade, os dotes oratórios, ser bom guerreiro, bom xamã, as habilidades na caça, pesca e agricultura.

Todas essas qualidades eram usadas para a comunidade. O que legitimava o poder do chefe eram as contraprestações que a comunidade recebia dele. Em resumo, os líderes tinham mais prestigio que poder. A única exceção em que o chefe exercia o poder com autoridade, utilizando-se da força, eram os períodos de guerras. A autoridade do líder era extremamente frágil. Dependia diretamente do respaldo dos liderados.

Aspectos religiosos

Segundo os primeiros relatos de missionários e outros colonizadores, eles pareciam ser “gente sem lei”: povos e culturas sem a idéia de um deus, sem o seu temor, sem mais nada do que vagos nomes dados a algum fenômeno da natureza. A própria noção do sagrado parecia ser desconhecida aos tupi-guarani. Alí estava uma gente que ao contrário de outros índios encontrados na rota dos descobrimentos, parecia não possuir ritual algum de qualquer tipo de culto religioso. Não possuindo em aparência o conhecimento de um deus, não pareciam ter crença alguma em outros seres: maléficos ou demoníacos. E se aos primeiros jesuitas espantava uma “gente” sem fé, consolava a desconfiança de que, pelo menos entre eles, não seria necessário combater “falsas crenças”, pois, a um primeiro olhar piedoso, parecia não haver nenhuma.

 

Bibliografia

CAMARGO, Alfredo José Cavalcanti Jordão. Bolívia – A Criação de um Novo País a Ascensão do Poder Político Autóctone das Civilizações pré-Colombianas a Evo Morales. Brasília, Ministério das Relações Exteriores, 2006;

FAVRE,  Henri. A Civilização Inca. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro.1987;

KALLA, Jean-Claude. A civilização dos Incas. Lisboa: Editora amigo do livro, S/d;

VIDAL, P. e BERTIN, N.j. História da Pré-História aos nossos dias. 1ª Edição, 1990;

WAISBARD, Simone. Tiahaunaco 10.000 anos de enigmas Incas. Livraria Bertrand, 3ª edição, 1978.