Após o término da 2ª Guerra Mundial, o mundo se viu dividido em dois blocos opostos que haviam sobrevivido ao conflito. De um lado estavam os EUA, defensores do capitalismo, de outro estava a URSS, defensora do socialismo. Dentro da disputa destes dois opostos podemos compreender o que se passou na história desde 1945 até 1991 ano da fragmentação da União Soviética.

Guerra fria entre EUA e URSS, que dominou o cenário internacional na segunda metade do breve século XX, foi sem dúvida um desses períodos. Gerações internas se criaram á sombra de batalhas nucleares globais que acreditava-se firmemente que podiam estourar a qualquer momento e devastar a humanidade.

A Guerra Fria rapidamente se estendeu a todos os continentes, transformando conflitos regionais em conflitos de âmbito internacional pela intervenção indirecta das super potências.

Características gerais da guerra fria

  • Disputa tecnológica;
  • Corrida armamentista;
  • Corrida especial;
  • Espionagem (CIA – KGB);
  • Busca de aliados conflitos regionais.

Se formaram, diante das duas super potências blocos militares que objectivavam defender os interesses dos países membros. A OTAN de um lado que surgiu em Abril de 1949 e era liderado pelos EUA com base nos países membros, que eram Estados Unidos, Canadá, Grécia, Áustria, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Suécia, França, Alemanha Ocidental, Inglaterra, Portugal, Itália e Espanha, sendo que esta última entrou somente em 1982.

Do outro lado, o Pacto de Varsóvia, que era comandado pela União Soviética defendendo os países socialistas, como a própria URSS, Polónia, Tchecoslováquia, Albânia, Alemanha Oriental, Roménia, Coreia do Norte, China e Cuba.

 Na Alemanha, a situação foi dividida: após a Segunda Guerra, ergueu-se um muro em Berlim que dividia a área do país entre as duas potências.

  • A República Democrática da Alemanha ficou sendo zona de influência soviética com capital em Berlim e
  • A República Federal da Alemanha, por sua vez, com capital em Bonn, ficou como zona de influência capitalista.

Esse muro passou a impedir que as habitantes berlinenses, tanto de lado ocidental quanto do lado oriental, pudessem transitar livremente por ambos territórios. Ao longo dos 45 quilómetros do muro, foram montadas guaritas com soldados armados que vigiavam o cerco constantemente. Sem dúvida, o muro de Berlim foi o maior símbolo da Guerra Fria. E só perdeu sua função em 1989.

Ambos os lados desenvolveram planos económicos para desenvolver seus países aliados e, ao final da década de 1940.

  1. Estados Unidos colocaram em prática o que ficou conhecido como Plano Marshall, que oferecia ajuda económica usando principalmente empréstimos para reconstruir os países que haviam sido afectados pela Segunda Guerra Mundial.
  2. A URSS lançou o COMECON, criado 9 anos depois para garantir ajuda de forma mútua entre os países aliados.

A Corrida Armamentista e suas respectivas disputas 

As duas potências, ambas vitoriosas da Segunda Guerra Mundial, ao final desta possuíam poder bélico com armas que foram desenvolvidas antes e durante o conflito, envolvendo tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos, que eram as armas denominadas convencionais, mas contavam ainda com armas químicas não convencionais. Uma das armas desenvolvidas no período foi a bomba atómica, cuja posse era dos Estados Unidos, que vinham aumentando seu poder bélico e superioridade militar.

Diante da vantagem dos Estados Unidos, a União Soviética viu necessidade de iniciar um programa de pesquisas objectivando construir também bombas o que conseguiram no ano de 1949. Logo depois foram passados para trás novamente pelos EUA, que desenvolveram e testaram a primeira bomba de hidrogénio, cujo poder era mais de 100 vezes maior que o da bomba atómica. Somente em 1953 a União Soviética conseguiu copiar por meio de espionagem essa tecnologia.

A corrida armamentista entre os dois países era motivada pelo medo que ambos tinham de ficar para trás na produção bélica e também como uma forma de mostrar quem era capaz de destruir ao outro. Na década de 1960 com o avanço da corrida, Estados Unidos e URSS tinham em suas mãos armas suficientes para destruir qualquer país do mundo. Ambos tinham poderes para destruir um ao outro mesmo sobrevivendo a um ataque nuclear, de forma que haveria retaliação e ambos acabariam destruídos, no claro conceito de “Destruição Mútua Assegurada”, ou ainda “Equilíbrio do Terror”.

Além da guerra armamentista, houve outras disputas ideológicas entre os países. Os Estados Unidos promoveram uma caçada de combate intenso ao comunismo não somente em seu território, mas em todo o mundo. Tendo como ferramenta a média, o país divulgou campanhas que mostravam de forma bastante valorizada o modo americano de vida. Muitos cidadãos americanos, inclusive foram presos nesse período por defenderem ideias semelhantes às do socialismo. Houve, no ano de 1946, um discurso de Winston Churchill, o primeiro-ministro britânico, nos Estados Unidos, que usou o termo “cortina de ferro” referindo-se à influência que a URSS exercia em países socialistas no leste Europeu, defendendo ainda que após a Segunda Guerra, o país havia se tornado inimigo dos valores ocidentais. Na União Soviética, o mesmo aconteceu com os ideais inversos.

Houve ainda a corrida espacial, em que os dois países, EUA e URSS, lutavam para competir em avanços espaciais, além dos bélicos. Tentavam, concomitantemente, aumentar e desenvolver seus conhecimentos e tecnologias para obter avanços, mostrando ao mundo quem era o mais poderoso no que se tratava de tecnologias espaciais. Em 1957, a União Soviética lançou o foguete Sputnik com um cão dentro, que foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço, mas 12 anos depois, os Estados Unidos financiaram a missão espacial norte-americana em 1969 Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar na lua, proferindo a frase: “um pequeno passo para mim, mas um grande passo para a humanidade”.

O fim da Guerra Fria

A guerra fria chegou ao fim com a crise do socialismo ao final dos anos 1980, quando a falta da democracia, a crise nas repúblicas soviéticas e o atraso económico se intensificaram. O muro de Berlim caiu, literalmente, em 1989, e as duas Alemanhas passaram a ser, novamente, uma só. O fim do socialismo chegou, inclusive, na União Soviética, pelas mãos de Gorbachev, presidente no início da década de 1990. Houveram reformas políticas e económicas e acordos firmados com os Estados Unidos que acabaram enfraquecendo o socialismo e fortalecendo o capitalismo que, pouco a pouco, passou a ser implantado nos países antes aliados da URSS.

 

Bibliografia

 HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia         das Letras, 1995.

BUSSUNDA. Mundo historia. S/d, p.45. disponível em https://ww. Marxists.org/português/temática/livros/diversos/etemas.

Petrin, Natália. Guerra Fria. S/d, 47p. Disponível em http://faccrei.edu.br/gc/anexos/diartigos.