As medidas económicas imediatas tomadas por Salazar destinavam-se a estabilizar o escudo e as moedas coloniais medidas. que revestiram maior urgência o começo da depressão mundial. A política adoptada foi de conservantismo ortodoxo que teve como efeito imediato provocar uma restrição considerável e apressar o começo da crise. O governo decretou o depósito central de toda a moeda forte recebida, e a sua atribuição aos importadores estava bastante racionada. Havia muito pouca moeda estrangeira para a importação de artigos de luxo e mesmo nenhuma para a importação do estrangeiro de artigos produzidos em Portugal.
A moeda colonial só era convertível no escudo português. Após um empréstimo inicial, não foi conhecido mais nenhum empréstimo e os orçamentos coloniais tiveram de se equilibrar. Um dos efeitos a longo prazo das políticas de controlo cambial foi reduzir as importações dos países estrangeiros e impulsionar o comércio com Portugal, mas o impacto. Imediato foi criar quebras em toda a economia, uma falta de investimento e um declínio rápido na produção, que levou ao desemprego e a uma redução das receitas governamentais. No entanto, passados cinco anos, havia indícios de que as políticas draconianas tinham alcançado pelo menos alguns dos seus objectivos, pois o escudo estabilizara e a rentabilidade da economia de Moçambique tornara novamente possível a moeda estrangeira.
Em 1932, as ideias de Salazár para o futuro do império tinham-se tornado muito mais ambiciosas. O seu plano visava o fortalecimento da economia portuguesa usando as colónias para o desempenho de duas funções vitais. Primeiramente queria encorajar as colónias a adquirir moeda estrangeira que seria depois enviada para Portugal através de um equilíbrio favorável entre a metrópole e os territórios africanos. Mediante um estímulo especial; Salazar aumentou quota de Portugal no comércio colonial. De cerca de 12% das exportações de Portugal na década de 1970, o comércio com as colónias subiu para quase um quarto na década de 1940. As colónias pagavam as suas importações com transferências de moeda forte. Mas as colónias tinham de desempenhar uma outra função no plano principal. Salazar estava decidido a reduzir a dependência de Portugal da importação de alimentos, matérias-primas e outros produtos industriais.
Enquanto se faziam planos para o desenvolvimento industrial, do país, planos essas que incluíam o crescimento do mercado colonial, as colónias eram incumbidas da missão de fornecer as matérias-primas e os géneros alimentícios.
Foi esta a origem do crescimento planeado da produção de colheitas tropicais que iria Constituir a peça-chave do planeamento económico durante vinte e cinco anos a partir de 1935. Ao invés das matérias-primas tropicais tradicionais café, cacau e açúcar, que tinham sido cultivadas em grandes plantações fortemente capitalizadas, a nova estratégia seria usada na produção de algodão e arroz. há muito que se reconhecia que a instabilidade do preço era o principal factor que impedia; que se estabelecesse o algodão em Moçambique e, na década de 1920, o algodão cultivado em plantação flutuava descontroladamente com a oscilação do preço mundial.
Referencias
https://core.ac.uk/download/pdf/61004287.pdf
https://www.academia.edu/22330578/Salazar_e_a_Politica_do_Estado_Novo.