As mudanças mais importantes, mais espectaculares e também mais trágicas, ocorreram num lapso de tempo bem mais curto, de 1880 a 1910, marcado pela conquista e ocupação de quase todo o continente africano pelas potências imperialistas e depois, pela instauração do sistema colonial. Existem quatro teorias que explicam as razões da partilha e colonização da África que são: teoria Psicológica, ou política, teoria de dimensão africana, teoria económica e teoria diplomática.

 Teoria psicológica

Esta teoria é diferenciada por três principais correntes: Darwinismo Social que defende que a ocupação de África consistiu na transposição da teoria de Charles Darwin para a população que essa defendia que na luta pela sobrevivência o mais forte domina o mais fraco e assim sendo, os europeus por se acharem superiores em relação aos africanos e que estavam em crise, acabaram dominando os mais fracos (africanos); Cristianismo Evangélico defendia que a partilha de África consistiu num impulso humanitário de missionários de resgatar os africanos mergulhados na escuridão, a fim de lhes salvar dos pecados; Atavismo Social defendia que a ocupação de África era a consequência da materialização do impulso de dominar só por dominar ou de os estados mais fortes dominar os mais fracos.

 Teoria diplomática

Esta teoria é diferenciada por três correntes principais a primeira foi a de Prestígio Nacional defendida por Carlton Hayes, afirmava que a partilha de África deveu-se a necessidade que cada potência tinha de manter e mostrar o seu orgulho nacional. Por exemplo quando a França perdeu as suas ricas províncias de Alsácia e Lorena na guerra franco-prussiana teve que dominar os territórios ultramarinos; Equilíbrio de Forças defendido por Friedrich Hinsley afirmava que devido a existência de blocos militares que se temiam mutuamente, resolveram partilhar a África e manter a paz e tranquilidade na Europa. Estes blocos lutavam pela anexação de alguns territórios dentro da europa, o que deu origem ao nacionalismo europeu e como tal a única saída para resolver estes conflitos era a partilha de África e por último a Estratégia Global  segundo os quais a ocupação de África deveu-se sobretudo em questões estratégicas, visto que a África constituía um ponto estratégico que podia se tomar como o centro do mundo que nessa altura era a Índia. Esta corrente defende ainda que a África não possuía recursos que lhe levassem a sofrer colonização, mas sim constituía o ponto estratégico.

Teoria económica

Remonta desde 1900 e foi defendida inicialmente pelos sociais-democratas alemães uma delas foi Rosa Luxemburgo defende que o imperialismo é que está na base da partilha de África como o último estágio do capitalismo,  John Hubson (858-1940), defende que a ocupação de África deveu-se aos excedentes de capitais, pois que os europeus pretendiam áreas para investir. Deveu-se no entanto da superprodução e do sob consumo o que levou a procura de novos mercados para venderem os seus produtos industriais. Por outro lado, Vladimir Lenine sustenta que a partilha de África deveu-se a passagem do capitalismo da livre concorrência para o capitalismo monopolista, pois a característica principal do imperialismo é a partilha do mundo. O capitalismo monopolista exporta capitais para investir a fim de obter os melhores lucros possíveis.

 Teoria de dimensão africana

A partilha de África tem a sua origem na passagem do comércio ilegal para o comércio legal ou legítimo, ou seja no período da abolição do comércio de escravos. Em algumas sociedades ou regiões esta transição foi turbulenta que levou a desagregação de alguns estados, pois constituía a base para fortificar o poder de alguns chefes e dos estados.  A abolição fez com que alguns estados entrassem em conflitos ou em guerras contra os seus vizinhos, na tentativa de manter o seu rendimento. Estes conflitos provocaram uma instabilidade que logo foi aproveitada pelos europeus, conseguindo dominar a África. Estas lutas frequentes provocaram uma fragilidade de defesa. Logo a ocupação de África deveu-se aos seguintes factores externos a procura de matérias-primas, mercados, mão-de-obra barata e internos dentre os quais os conflitos e rivalidades.

 

Bibliografia

BOAHEN, Albert Adu. África sob dominação colonial,1880-1935. Brasília, UNESCO, 2010.