Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da disciplina da Historia Moderna do Século XV-XVIII e tema como tema: a expansão marítima portuguesa e espanhola. O mesmo (trabalho) focar-se-á nos resultados da primeira fase da expansão marítima.

Antes porém importa referenciar que, a expansão europeia foi o período compreendido entre os séculos XV e XVIII quando alguns povos europeus partiram para explorar o mundo fora da Europa.

O resultado das da expansão marítima foi o “descobrimento” de uma série de novos locais pelos portugueses, como Açores e Madeira (ilhas atlânticas). Esse processo resultou também na chegada dos europeus ao continente americano em 1492. Em 1498, os portugueses chegaram em Moçambique sob comando do navegador Vasco da Gama.

Objectivo geral desse trabalho e debruçar sobre os resultados da expansão marítimo portuguesa espanhola e que recorreu ao método bibliográfico cuja as obras dos autores consultados estão devidamente referenciada no final do mesmo

Expansão marítima portuguesa

De acordo com Schneeberger  (2006 p, 133), a expansão marítima portuguesa foi a primeira de toda a Europa. Para os portugueses, a navegação foi a forma encontrada para comercializar com diferentes partes do mundo.

Os portugueses foram os primeiros europeus a se lançar ao mar no período das Grandes Navegações Marítimas, nos séculos XV e XVI, por tanto, iremos abordar os motivos do pioneirismo português na conquista dos oceanos.

O primeiro motivo que levou os portugueses ao empreendimento das Grandes Navegações foi a progressiva participação lusitana no comércio europeu no século XV, em razão da ascensão de uma burguesia enriquecida que investiu nas navegações no intuito de comercializar com diferentes partes do mundo, A centralização monárquica portuguesa aconteceu ainda no século XIV com a Revolução de Avis, Portugal foi considerado o primeiro reino europeu unificado, ou seja, foi o primeiro Estado Nacional da história da Europa. Além do fato da unificação portuguesa, a Revolução de Avis consolidou a força da burguesia mercantil que, conforme vimos acima, investiu pesadamente nas Grandes Navegações.

Os portos de boa qualidade que eram existentes no país influenciaram bastante no processo do pioneirismo português. Outro motivo não menos fundamental que os outros expostos, que ajudaram no processo do empreendimento português, foram o estudo náutico realizado na Escola de Sagres, sob o comando do astuto infante D. Henrique, o navegador (1394-1460).

A Escola de Sagres foi consolidada na residência de D. Henrique e se tornou uma referência para estudiosos como cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros entre outros. Iniciando o processo de conquistas pelos mares, os portugueses no ano de 1415 dominaram Ceuta, considerada primeira conquista dos europeus durante a Expansão Marítima.

Após a deflagração da Revolução de Avis, Portugal passou por um processo de mudanças onde a nacionalização dos impostos, leis e exércitos favoreceram a ascendência das actividades comerciais de sua burguesia mercantil. A prosperidade material alcançada por meio desse conjunto de medidas ofereceu condições para o investimento em novas empreitadas mercantis.

Nesse período, as principais rotas comerciais estavam voltadas no trânsito entre a Ásia (China, Pérsia, Japão e Índia) e as nações mercantilistas europeias. Parte desse câmbio de mercadorias era intermediada pelos muçulmanos que, via Mar Mediterrâneo, introduziam as especiarias orientais na Europa. Pelas vias terrestres, os comerciantes italianos monopolizavam a entrada de produtos orientais no continente.

A burguesia portuguesa, buscando se livrar dos altos preços cobrados por esses intermediários e almejando maiores lucros, tentaram consolidar novas rotas marítimas que fizessem o contato directo com os comerciantes orientais. Patrocinados pelo interesse do infante Dom Henrique, vários navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e homens do mar foram reunidos na região de Sagres, que se tornou um grande centro da tecnologia marítima da época.

Navegações portuguesa

As grandes navegações portuguesas se iniciaram com a conquista de Ceuta em 1415, a Conquista de Ceuta iniciou um processo de consolidação de colónias portuguesas na costa africana e de algumas ilhas do Oceano Atlântico. Esse primeiro momento da expansão marítima portuguesa alcançou seu ápice quando os navios portugueses ultrapassaram o Cabo das Tormentas (atual Cabo da Boa Esperança), que até então era um dos limites do mundo conhecido.

No ano de 1497, o navegador Vasco da Gama empreendeu as últimas explorações que concretizaram a rota rumo às Índias, via a circum-navegação do continente africano. Com essa descoberta o projecto de expansão marítima de Portugal parecia ter concretizado seus planos. No entanto, o início das explorações marítimas espanholas firmou uma concorrência entre Portugal e Espanha que abriu caminho para um conjunto de acordos diplomáticos (Bula Intercorrera e Tratado de Tordesilhas) que preestabeleceram os territórios a serem explorados por ambas as nações. (AQUINO at all, 1978 p. 16).

O processo de expansão marítima português chegou ao seu auge quando, em 1500, o navegador Pedro Álvares Cabral anunciou a descoberta das terras brasileiras. Mesmo alegando a descoberta nessa época, alguns historiadores defendem que essa descoberta foi estabelecida anteriormente. Anos depois, com a ascensão do processo de expansão marítima de outras nações europeias e a decadência dos empreendimentos comercias portugueses no Oriente, as terras do Brasil tornaram-se o principal foco do mercantilismo português.

Schneeberger  (2006 p, 135),  cronologia as principais descobertas Portuguesas:

  • 1415 – Conquista de Ceuta, um importante mercado no Norte de África.
  • 1420 – Chegada ás ilhas da Madeira e dos Açores.
  • 1446 – Chegada a Cabo Verde.
  • 1456 – Chegada ao Golfo da Guiné.
  • 1482 – Chegada à foz do rio Zaire.
  • 1488 – Chegada ao cabo de Boa Esperança (sul do continente africano).
  • 1497 – Vasco da Gama parte rumo à Índia.
  • 1498 – Vasco da Gama chega à Índia, tendo aportado antes em Moçambique.
  • 1500 – Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.

Expansão espanhola

De acordo com, Schneeberger (2006 p, 136), A Espanha é um dos países mais extensos da Europa e, situa-se na Península Ibérica ao lado de Portugal, Espanha foi o segundo país a expandir-se para o mundo fora, logo depois de Portugal,

As motivações da expansão espanhola são idênticas às que já foram referidas como causas gerais da expansão europeia;

  • Tal como os portugueses, os espanhóis enfrentavam o problema dos altos preços, cobrados pelos mercadores turcos e italianos no Mediterrâneo sobre as especiarias orientais, pelo que precisavam de obter especiarias a um preço baixo, e para isso, era preciso procurar uma nova rota para atingir a Índia, local de onde vinham esses produtos.
  • Até ao Século XV, a Espanha já era um Estado Centralizado, tal como Portugal.
  • Pretendia aumentar o seu território, formando um grande império que incluiria a Espanha continental e a Espanha do Ultramar.

As Rotas da Expansão Espanhola

A Espanha foi o segundo país europeu a se lançar ao mar. As Grandes Navegações espanholas ocorreram quase oitenta anos depois do país pioneiro, Portugal.

A Espanha lançou-se tardiamente na aventura ultramarina, disputando com Portugal a conquista de mais terras

A expansão espanhola iniciou, em 1492, tendo como principal finalidade descobrir o caminho marítimo para a Índia, seguindo para Ocidente do Oceano Atlântico.

A missão de chegar à Índia, navegando para Ocidente foi encarregue a Cristóvão Colombo. Navegando ao serviço da Espanha em 1492, Cristóvão Colombo partiu daquele País navegando para o Ocidente do Mar Mediterrâneo. (SCHNEEBERGER 2006 p, 136)

Principais navegações realizadas pelos espanhóis:

  • 1492 – Cristóvão Colombo descobre a América;
  • 1499 – Alonso Ojeda desembarca na Venezuela. É nesta expedição que Américo Vespúcio descobre que as terras alcançadas são um novo continente ;
  • 1519 – Fernão de Magalhães e Sebastián Elcano colocam em prática a primeira viagem de circum-navegação que se tem registo.

Segundo, Aquino at all (1978 p, 21), as consequências da expansão europeia podem ser classificadas da seguinte maneira: económicas, sociais, políticas, religiosas e científicas.

Consequências económicas

  • Difusão e circulação, à escala mundial, de plantas e animais provenientes de várias partes do planeta. Por exemplo, os europeus levaram para América alguns dos seus animais domésticos (cavalos, bois, carneiros) e plantas alimentares (trigo, centeio, vinha, oliveira).
  • A América, por intermédio dos colonizadores europeus, forneceu às zonas temperadas e mediterrânicas a batata e o milho, e aos países tropicais, a mandioca e a batata.
  • A América, por intermédio dos colonizadores europeus, forneceu às zonas temperadas e mediterrânicas a batata e o milho, e aos países tropicais, a mandioca e a batata.

Consequências socioculturais e religiosas

  1. A difusão do cristianismo foi um dos objectivos da expansão europeia. Dai que a missão de evangelizar e de difundir a fé cristã aos “infiéis” – designação que os ocupantes europeus davam aos povos por eles subjugados – teve consequências bem notórias em quase todo o mundo.
  2. A presença da Igreja Católica, Missão Suíça, Anglicana, Assembleia de Deus e tantas outras da religião cristã é consequência indiscutível, no âmbito cultural e religioso.
  3. Por sua vez, os povos destes continentes e países transmitiram alguns dos seus valores culturais, como a Literatura, História, Geografia, Ciências Naturais, Cartografia, Medicina e a Artes
  4. O vestuário, as danças mais ou menos carnavalescas e os instrumentos musicais têm profundas raízes africanas.

Consequências políticas

  • Em África os grandes impérios antigos como Mwenemutapa, Shongai, Daomé e outros foram destruídos e foram implantados novos regimes europeizados.
  • A América, Ásia e Austrália sofreram a mesma situação. Na Europa as monarquias feudais foram substituídas pelas monarquias absolutistas
  • Estabelecimento de novas estruturas administrativas e políticas.

Consequências técnico-científicas

No campo técnico científico podemos apontar as seguintes consequências:

  • Desenvolvimento das ciências naturais, sociais e da técnica em quase todas as regiões do globo terrestre;
  • Surgimento de uma nova mentalidade aberta da cultura moderna em oposição à mentalidade fechada da Idade Média;
  • Formação do espírito científico baseado na experiência.

Conclusão

Com o fim da pesquisa percebeu-se, com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, houve um declínio das tradicionais rotas comerciais européias. O poder das cidades italianas localizadas no Mediterrâneo enfraqueceu-se, e o centro econômico da Europa foi deslocado para a costa Atlântica.

O comércio europeu adquiriu âmbito mundial, e as actividades comerciais ganharam grande impulso, multiplicando o número de bancos e empresas diversas, entre as quais as companhias privilegiadas de comércio, que actuavam nas Índias e América.

 

Referencia

SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. Historia geral, teoria a pratica, Editora Rideel, 1ª edição, São Paulo, 2006;

AQUINO Ruben Santos Leão, JACQUES, Francisco Jacques Moreira de Alvarenga, DENIZE, de Azvedo Franco, ÓSCAR, Guilherme Pahi Campos Lopes. Historia das sociedades modernas as sociedades actuais, Editora Livro Técnico S/A 1ª edição, rio de Janeiro 1978