Até os dias actuais as polémicas sobre a origem, como, por qual rota e principalmente quando o homem teria chegado na América, ensejam acirrados debates dentro da comunidade científica.

Existem várias teorias ou hipóteses, muitas sem nenhuma comprovação e até absurdas; outras sendo seriamente analisadas, como as descobertas de Raimundo Nonato, no Piauí; outras ainda quase derrubadas, a teoria de Clóvis; e outras praticamente aceitas, no caso da rota ter sido pelo Estreito de Bering.

O facto é que ainda não se chegou a conclusão alguma e as questões expostas acima, revelam-se de ímpar importância, pois, além do reconhecimento internacional do cientista, caso ele chegue as soluções dos problemas levantados, o esclarecimento deles poderão iluminar os estudos das origens e do passado do Novo Mundo, aprofundando a capacidade de compreensão do desenvolvimento cultural humano do presente e do futuro, como também das crescentes crises sociais e ecológicas, não só da América, mas em todo o globo terrestre. Diante de tantas probabilidades e em vista da importância, expressa-se a seguir as teorias ou hipóteses existentes.

Existem duas teorias principais que explicariam de onde eles vieram; estas são a teoria autoctonista e a teoria migracionista

Teorias do povoamento da América

1- Teorias autóctone

Segundo as teorias, o homem americano é autóctone deste continente; portanto, a América seria o berço da humanidade. Argumentou-se que o homo pampeanus descendia do homem do Neandertal. O homem americano é nativo da América do sul, apareceu nas pampas argentinos durante a era cenozóica, há mais de 2 milhões de anos.

2-Teorias Alóctone

Argumentam que o Homem americano não era autóctone do próprio continente, mas que vinha de outros continentes.

Evidências

O homem americano ter-se-ia desenvolvido na América, calcado em inúmeras descobertas de ossos humanos, nas margens do Rio Frias, próximo a Buenos Aires, Argentina. Além disso, também, de carvão vegetal em abundância, terra tostada, ossos de animais, pontas de flechas e facas de pedras, ossos pontiagudos e diversas ferramentas para afiar. Mais também a medição dos ossos de Luzia ee uma forte evidencia para a teoria de Estreito de Bering.

Entre as várias teorias estão as: Estreito de Bering, Australiana e Transoceânica.

a) Teoria de Estreito de Bering ou teoria Mongólica

O Estreito de Bering é um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo oriental do continente asiático e o Cabo Prince of Wales, o extremo ocidental do continente americano, com cerca de 85 km de largura e uma profundidade de 30-50 m. O estreito liga o Mar Chukchi (parte do Oceano Árctico), no norte, com o Mar de Bering (parte do Oceano Pacífico), no sul.

A teoria Asiática segundo Alex Hrdlicka, os primeiros habitantes da América vieram do continente asiático. Eles atravessariam o continente através do estreito de Bering, durante a glaciação de Wisconsin, aproveitando o congelamento do oceano.

Esses Homens teriam chegado à península do Alasca, entre os anos de 12.000 a 10.000 a.c. A Teoria Clóvis é negada por Paul Rivet, quando diz que o homem não é só de origem mongólica, mas oriundo da Polinésia e Austrália, isto é, o ameríndio possui origem múltipla, migrando através da Bering, como também das Ilhas do Pacífico, originando todos os povos americanos.

b) Teoria da rota Costeira

Os primeiros Homens que chegaram à América teriam vindo do continente australiano, atravessando a Antártida e entrando nos Estados Unidos pelo Cabo Born, depois seguindo em direcção à terra do fogo e Patagónia. Esse processo de migração poderia ter ocorrido aproximadamente 6000 a.c..

c) Teoria Transoceânica

O homem veio para a América da Oceânia, especificamente do arquipélago da Melanésia e da Polinésia. Para sustentar esta teoria, em 1998 descobriu-se no sul do Peru, dois acampamentos de povos marítimos desconhecidos: Quebrada Jaguay com 11.100 anos e seus moradores comiam mariscos e peixes; e os de Quebrada Tacahuay, mais ao sul de idade datada de 10.700 anos, os quais alimentavam-se de peixes e pássaros marinhos como os cormorões.

Posição defendida por Walter Neves

O arqueólogo Walter Neves e Héctor Pucciarelli formularam uma hipótese segundo a qual, há milhares de anos antes da escravidão negra, já poderia haver africanos na América. Baseou-se na análise de detalhes anatómicos de centenas de ossos de índios no Brasil, Chile e Colômbia. As medidas quase sempre coincidem com as de atuais povos do Extremo Oriente.

No entanto, os crânios mais antigos, apresentam traços africanos, parecidos com os aborígenes da Austrália. Um deles, o de uma mulher encontrada em Lagoa Santa, Minas Gerais, com 11.500 anos de idade, segundo datação realizada em 1998 é o crânio mais velho das Américas, cognominada de Luzia, que fazia parte do grupo dos “homens de Lagoa Santa”, os quais se alimentavam de mais vegetais, através da colecta, do que da caça.

A medição dos ossos de Luzia revelaram um queixo proeminente, um crânio estreito e longo e faces estreitas e curtas. Assim, sugere que, antes da chegada dos ancestrais asiáticos dos ameríndios, houve uma primeira leva de imigrantes que deixou a África há 120.000 anos.

Outras interpretações

Teoria genetista

Esta teoria confirma o parentesco genético entre tribos de seis países americanos (Brasil, Peru, Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos) e um pequeno povoado nas Montanhas Altai, localizado entre a Sibéria, Rússia e Mongólia.

Teoria linguística

Do ponto de vista linguístico, embora os povos americanos apresentem grande diversidade, pesquisas recentes, datadas da década de 60 apontam um único estoque ou matriz linguística para todos os idiomas falados pelos americanos nativos, com excepção apenas dos Na-Dene e Esquimós.

Uma relação entre as línguas Na-Dené da América do Norte (como Navajo e Apache) e as línguas Ienisseianas da Sibéria foi proposta pela primeira vez em 1923 e desenvolvida mais tarde. Um estudo detalhado foi realizado por Edward Vajda e publicado em 2010. Essa teoria recebeu apoio de muitos linguistas. A tradição Arctic Small Tool do Alasca e do Ártico canadense pode ter se originado na Sibéria Oriental há cerca de 5.000 anos. Isso está relacionado aos antigos povos paleo-esquimós do Árctico, a cultura que se desenvolveu em 2500 aC.

 

Referencias

https://www.mundoedu.com.br/uploads/pdf/53e12bec438a1.pdf;

RIBEIRO, P. A. M.; RIBEIRO, C. Escavações arqueológicas no sítio RS-TQ-58, Montenegro, RS, Brasil. Série Documentos da FURG, v.10, p.1-86, 1999.