Os minerais predominantes em Moçambique podem ser agrupados em três grandes categorias designadamente:

  • Energéticos (carvão, gás natural e petróleo);
  •  Metálicos (ouro, areias pesadas, ferro, cobre);
  •  Não metálicos (mármore, pedras preciosas e semi-preciosas).

O carvão mineral e o gás, explorados respectivamente em Moatize (Província de Tete) e Pande e Temane (Província de Inhambane) são os minerais que actualmente apresentam maior expressão.

Impactos da exploração mineira

Os impactos de exploração mineira sobre o ambiente costeiro variam com o tipo do mineral, dimensão e tecnologias usadas. Por exemplo, a extracção de areias pesadas caracteriza-se por causar impactos localizados e de curta duração mas potencialmente catastróficos devido à mobilização de sedimentos sobre os recifes de corais. A indústria petrolífera, deve-se considerar como uma componente de grande potencial, actualmente numa fase inicial de prospecção. As actuais prospecções do petróleo no país terão obviamente certos impactos sociais, económicos e ambientais a nível das áreas de acção e a nível regional e nacional.

Os impactos directos desta actividade podem ser esperados, como resultado de escavações, transporte e processamento dos materiais. Tais impactos incluem alterações físico-químicas da área minerada e na área de influência sob a forma de erosão e deposição de sedimentos e destruição de habitantes, poluição devido ao derrame de líquidos de lavagem, por exemplo mercúrio, lixiviados e difusão de partículas por efeito das chuvas e dos ventos, ruídos devido ao uso intensivo de maquinaria pesada entre outros.

Poderá ocorrer impactos de curta ou longa duração por exemplo, na fase de prospecção do petróleo far-se-á sentir dentro de certas comunidades locais a redução da pesca artesanal, a redução do turismo de mergulho, a ameaça sobre a fauna marinha entre outros efeitos.

Florestas 

As formações florestais da costa moçambicana são de extrema importância para o país em virtude de possuir uma extensa linha de costa com uma variedade de recursos, com relevância para cerca de 400.000 hectares de mangais que proporcionam enormes capturas de pescado junto ao mar adjacente.

Devido à importância das florestas, estes ecossistemas estão em geral sujeitos a níveis de perturbação variável e permanente. Os principais impactos a que estão sujeitas as florestas resultam de práticas de agricultura inadequadas, caça ilegal e queimadas descontroladas que têm uma relação directa com a agricultura e a caça.

 Devido a sua localização estas florestas têm sido submetidas a uma forte pressão nos últimos anos por parte das comunidades locais que dependem muito dos recursos naturais florestais para a sua sobrevivência.

Cerca de 43% da população moçambicana vive ao longo da costa, tendo como sua base de sobrevivência a pesca, a agricultura e a caça. Para além disso, as formações florestais ao longo da costa funcionam como suporte madeireiro para construções locais de casas e fontes de matéria-prima para a construção de barcos e obtenção de plantas medicinais para o tratamento de algumas doenças.

Desta forma, as florestas costeiras são muito susceptíveis a degradação devido à demanda permanente do homem. Para além dos factores acima mencionados como catalisadores de fragmentação e degradação florestal, deve-se salientar que a produção de carvão vegetal e produção de combustível lenhoso são outros sérios factores que concorrem para a degradação das florestas. Pode-se citar a título de exemplo, na província de Sofala, grandes áreas estão degradas em Nhangawo e Suvane devido à acção do homem na procura de recursos naturais para a satisfação das suas necessidades básicas diárias