Demográficos
A maior ocorrência de óbitos regista-se na população de idade mais avançada (com idade superior a 60 anos) e na população muito jovem (0 a 5 anos).
Factores socioeconómicos
Um baixo nível de vida associado a deficientes condições higiénico-sanitárias, implica uma maior taxa de mortalidade. Verifica-se também uma maior taxa de mortalidade em certas profissões de sector secundário, como a construção e as minas, nas quais o trabalho é muito duro e/ou se desenrola em ambientes políticos, contrariamente a muitas profissões de sector terciário (funcionários públicos, empregado do escritório), que desempenham nas suas funções em escritórios, gozando de certa comodidade.
Fatores religiosos
Certas religiões proíbem o recurso a determinados tratamentos médicos, podendo provocar, assim, ao aumento da taxa de mortalidade.
Fatores políticos
A política de determinados Estados proporciona a redução ou não da taxa de mortalidade. Há governos que subsidiam a actividade sanitária e os recursos a tratamentos médicos, o que portanto, contribui para a redução da taxa de mortalidade.
A mortalidade tem estado a diminuir progressivamente desde os anos 1950, período a partir do qual existem estimativas. No entanto, nos últimos 50 anos ela sofreu uma redução de cerca de 140%, baixando de 230 óbitos por mil nascimentos, em 1950, para 95. Só nos últimos 10 anos, entre 1997 e 2007, houve uma redução da taxa de mortalidade infantil em 53%.
A esperança de vida ao nascer, também, aumentou em cerca de 67%, nos últimos cinquenta anos, passando de 35 anos, em 1950, para 52 anos, em 2007. Mesmo tendo em conta vários factores conjunturais, com influência na mortalidade, que afectaram o país, nos últimos cinquenta anos, como a guerra de libertação nacional, guerra dos 16 anos e a recente epidemia do HIV e SIDA, nota-se alguma melhoria no declínio dos níveis de mortalidade, como resultado do aumento do nível de educação da população e acesso aos serviços de saúde.
Apesar de muitos médicos terem deixado o país (Moçambique) após a independência, a implementação de uma política de saúde, baseada em serviços de saúde gratuitos e em campanhas de vacinação em massa, para os cuidados primários e preventivos, cobrindo a maior parte das áreas rurais, através de centros de saúde e brigadas móveis, teve um impacto na redução da mortalidade no final da década de 70 e princípios da década de 80. O aumento da cobertura das unidades sanitárias, após o fim da guerra, em particular a extensão do atendimento pré-natal e campanhas de imunização das crianças menores de 5 anos, têm também contribuído para a contínua redução da mortalidade geral da população.
Bibliografia
ARNALDO, Carlos & Gilberto Mariano Norte. Análise dos Indicadores de Emprego dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em Moçambique. Relatório preparado para a Organização Internacional do Trabalho, Maputo, 2009.
NAZARETH, J. Manuel. Demografia, a ciência da população, 3ª Ed. Editorial Presença, Lisboa 2009.
TORRES, Adelino. Demografia e desenvolvimento: elementos básicos, Lisboa, 1995.