Silvicultura pode ser definida como a ciência da plantação, tratamento e exploração florestal. Como ciência, dedica-se ao estudo e aperfeiçoamento de métodos naturais e artificiais de regeneração e melhoramento de povoamento florestal.
Principais espécies (naturais e culturais) e a sua localização geográfica
Moçambique possui um potencial florestal importante. Estima-se que, em 1980, a área ocupada por florestas era de cerca de 57 000 000 de hectares, dos quais 36% tinham potencial para a indústria madeireira.
As principais espécies de árvores nativas em Moçambique são: chamfuta, panga-panga, pau-rosa, pau-preto, umbila e jambirre. As principais florestas localizam-se nas regiões centro e norte, englobando as províncias de Manica, Sofala, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado.
As florestas artificiais ocupam uma superfície de cerca de 46 000 hectares uma área com potencial de reflorestamento de cerca de 1 000 000 de hectares. Neste tipo de floresta, as espécies dominantes são eucaliptos e pinheiros. Neste sector salienta-se a província de Manica, que detém mais de 50% das florestas artificiais do país. Outras regiões onde se desenvolvem igualmente florestas artificiais são: Sofala (Dondo), Niassa (Lichinga), Maputo-província (Namaacha, Marracuene e Salamanga).
Importância económica
Para a economia nacional as florestas têm uma grande importância. Entre os aspectos que fazem realçar essa importância podem-se salientar o fornecimento de materiais para o sector de construção civil, para a indústria de mobiliário, para o sector de produção de energia, para o artesanato, entre outros. A madeira constitui igualmente uma importante frente de divisas enquanto bem de exportação, quer no seu estado bruto, quer após ter sofrido alguma transformação.
Como é evidente, para a economia do país, é mais interessante que a madeira seja sujeita a algum tipo de transformação, pois o processo de transformação pode significar a criação de postos de trabalho e, consequentemente, a possibilidade de absorver mão-de-obra, além de o produto ser mais valorizado. Em Moçambique a importância das florestas para a população pode ser percebida através dos múltiplos produtos, bens e serviços que elas proporcionam: protecção do solo, alimento, combustível lenhoso, material de construção, abrigo, fonte de rendimento, entre outros. Cerca de 80% da energia consumidano país pela população rural, periurbana e urbana provém das florestas, quer em forma de lenha quer já transformada em carvão.
Conservação e protecção das florestas
A intensa utilização dos recursos florestais pelo ser humano e a sua destruição com o objectivo de criar espaços para o desenvolvimento de outras actividades são responsáveis pela degradação desta componente da biosfera.
Mas, com a crescente consciencialização das pessoas sobre a necessidade de conservar e preservar a Natureza, surgiu a necessidade de conservar e preservar este recurso. Como forma de minimizar os impactos negativos da actividade humana, foram definidos planos que orientam as acções no sentido da conservação e da utilização das florestas de uma forma sustentável. Assim, a conservação e utilização sustentável das florestas consistem na guarda das mesmas e no condicionamento do seu aproveitamento.
A guarda revolve-se com a criação de reservas florestais, enquanto o condicionamento do seu aproveitamento se faz com a aplicação de planos de maneio e de exploração florestal. A necessidade de conservaçãoe preservação prende-se, por um lado, com a função de´´ pulmão“ que as florestas desempenham e, por outro lado, com razões de ordem social, económica e cultural. Ademais, sabe-se que a capacidade de recuperação das florestas é muito lenta.