Segundo Megale (2011), é ramo da Geografia económica que se dedica em estudar a questão das terras, distribuição de terras, reforma agrária, a natureza dos produtos agrícolas, condição económica da sua obtenção, o modo de vida dos camponeses, as características e transformações da paisagem rural. Ou seja, estuda as diversas formas das actividades e meios agrícolas ou paisagem rural, isto é, a fisionomia da superfície terrestre tendo em conta aspectos espaciais que permitem a realização da agricultura no solo.

Agricultura

Etimologicamente a agricultura, vem do latim ager que significa campo e culture cultivado.

Ombe et. al.(2007) & Dulce apud Manso & Victor (s/d), são unânimes em sustentar que,  a agricultura é a actividade desenvolvida pelo Homem tanto no meio rural quanto no meio urbano, que consiste na exploração racional do solo, para obtenção directa dos produtos a fim de satisfazer as necessidades essenciais do Homem (nutrição e vestuário). Portanto, é o trabalho ou actividade que consiste em domesticar ou cultivar plantas e animais com objectivo de obter alimentos, fibras, matéria-prima para fabrico de roupas, medicamentos, construções, ferramentas, ou apenas para contemplação estética ou seja a união de técnicas aplicadas no solo para o cultivo de vegetais destinados a alimentar a população humana e animal a produção de matéria-prima e ornamento.

Fatores da prática da agricultura

Machado diz que, a pratica da agricultura dependente de vários, dos quais se destacam: factores naturais (Clima – temperatura, humidade e insolação; Solo – riqueza em matéria Orgânica e sais minerais, Relevo ou topografia – altitude, exposição e Inclinação das vertentes, a vegetação ou biogeografia e hidrografia) e factores humanos (sistemas económicos e políticos; densidade da população; meios e técnicas de trabalho

Origem agricultura

O berço das domesticações de plantas e animais teria se localizado na zona geográfica designado de crescente fértil no Próximo Oriente nos vales dos seus principais rios como se pode citar: (i) vales dos rios Nilo no Egipto; (ii) vales dos rios Tigre e Eufrates no Irão e Iraque; (iii) vale do rio Amarelo na China; e (iv) vales dos rios Indo Ganges na Índia. Foi a partir do Próximo Oriente verificou-se uma paulatina difusão dos cultivos tanto para o resto do mundo em consequência de migração dos povos munidos dos correspondentes conhecimentos instrumentais e agrícolas que ai habitavam.

Segundo Neves, foi nas margens de grandes rios (Planícies aluviais) que a comunidade neolítica foi se afixar para praticar a agricultura, onde com as cheias periódicas os solos eram fertilizados passando a ser propícios para a actividade agrícola.

Como salientam Manso & Victor (s/d), a agricultura surge por curiosidade natural de Homem que a partir das suas observações vai acompanhando o desenrolar dos acontecimentos da natureza e também pela escassez ou esgotamento dos seus recursos alimentares provenientes da natureza (raízes e frutos silvestres) devido as mudanças ambientais (climáticas).

Características da agricultura nas economias periféricas.      

Aseconomias periféricas refere se aquelas que se encontra na zona rural, ou no campo ou na cintura ou nas preferirias das zonas urbanas. Portanto, quando se fala de agricultura nas economias periféricas, refere a prática dessa actividade que a sua finalidade é de satisfazer as necessidades básicas do Homem nas zonas rurais ou no campo e em particular nos países que actualmente estão a conhecer uma actividade agrícola significativa (Os tais ditos países emergentes). São algumas regiões periféricas do mundo a América latina (Brasil, Chile, México, Colômbia, etc.); Índia e China.

Nessas regiões existem dois sistemas agrários neste caso agricultura tradicional e agricultura moderna em pequena escala. Portanto, a agricultura mais dominante é a tradicional onde: nota se longos pousios trabalham efectuado por homens e animais, fraca mecanização, fraca utilização de produtos químicos ou fertilizantes, pequena ligação com o desenvolvimento industrial, produção agrícola é destinada para a subsistência devido a baixa produtividade, a falta de capacidade para importar, as fertilidades naturais destas áreas tendem a declinar devido a utilização constante, o produto agrícola final é transportado para o pólo devido a falta de concorrência do mercado, instabilidades dos preços agrícolas, isto é, as forças de mercados actuam no sentido dos primeiros produtos a serem vendidos a preços reais baixos nas fontes produtoras, a actividade agrícola é voltada para o mercado interno apesar actualmente com tendência para o mercado externo, seja como produtora de alimentos ou matéria-primas agrícolas.

Para além das caracteristicas acima referenciadas, ele acrescenta a questão da falta de elementos agrários é um outro problema da agricultura nas economias periféricas como é o caso de: (técnica de irrigação; canais de irrigação; silos; barragem e estufa).

 

Bibliografia

COSTA, António et all. Introdução a geografia humana 12º ano. Porto Editora. s/d.

DINIZ, José Alexandre Felizola. Geografia da Agricultura. 2ª Ed., São Paulo: DIFEL, 1986. 123p

FERREIRA, Pinto. Curso de Direito Agrário. São Paulo: Saraiva, 1994. 198p.

MANHIQUE, Isaac António, MUGABE, António Isac. Agropecuária 8ª Classe: Para Todos. 1ª Edição, E.N.M. Maputo, 2009

MANSO, Francisco Jorge, VICTOR, RingoG12. s/d

MEGALE, Januário Francisco. Geografia Agrária: Objecto e Método. Campo – Território. Lisboa, 2011.

MULLER, Geraldo. Complexo Agro-industrial e Modernização Agrária. São Paulo, 1989. 188p.

NEVES, Pedro Almiro. História 7º Ano de Escolaridade. 5ª Edição, Porto Editora, 1982.