Como tal acontece com o vento, o gelo também tem acção erosiva que se denomina de erosão glacial provocada pela remoção e incorporação, pelas geleiras, de partículas ou detritos do assoalho sobre o qual elas se movem. A erosão glacial tem os seus processos que são: abrasão que é o desgaste do assoalho sobre o qual as geleiras se deslocam, pela acção das partículas rochosas transportadas na base do gelo; remoção que associa se a fracturas ou descontinuidades nas rochas do substracto e acção da água de degelo, neste processo os factores que mais interferem na acção erosiva da água de degelo são as características do embasamento, velocidade e turbulência da água e quantidade de partículas transportadas.

O gelo encontra se acumulado em grande escala em duas regiões, sendo polares e as regiões das altas altitudes. Nestas regiões, o gelo desempenha um papel fundamental na esculturação do relevo terrestre, pois ele é quem mais tem energia para destruir as rochas e transportá-las para regiões mais rebaixadas. Ele se comporta como o agente de intemperismo mais competente para a destruição e reconfiguração das paisagens montanhosas.

O gelo é um agente de transporte de detritos muito eficiente para jusante porque todo o material que recolhe não se afunda, como acontece com a carga transportada pelos rios e quando o gelo glacial derrete, ele deposita uma carga de sedimentos muito heterogénea

O gelo também uma acção depositária denominada por deposição glacial, onde os principais depósitos que caracterizam a paisagem pós-glacial é a existência de; Morenas; (I) que são depósitos constituídos de um amontoado de fragmentos rochosos de todos os tamanhos que foram arrancados pela geleira e de sedimentos produzidos pela abrasão do gelo sobre a rocha; (II) Drumlin, que corresponde a uma colina com a forma de extensos cordões alongados de till e substrato rochoso, paralelos à direcção de movimento do gelo; (III) Esker é uma crista longa, estreita formada por areia e cascalho encontrada no meio de uma morena; (IV) Kame que é um depósito flúvio-glacial formado em uma cavidade ou em uma depressão da geleira que, após o derretimento, forma pequenos montículos; e (V) Kettle, é uma depressão formada em uma morena ou em um depósito flúvio – glacial criado pelo derretimento de um bloco de gelo aprisionado dentro dos materiais.

O gelo também é responsável pela formação de sedimentos, surgindo assim vários tipos de sedimentos das quais se citam: Deriva glacial, que é denominação genérica que inclui os sedimentos glaciais primários, material transportado por degelo e outros depositados em massa de águas de inundação provenientes da própria geleira ou do mar; Till, corresponde a um sedimento mal seleccionado, onde partículas variam desde o tamanho das argilas até blocos de rochas e Varve, que é o sedimento de fundo de lago glacial.

Acção do gelo na formação de relevo

Da acção erosiva das geleiras resultam, após o derretimento do gelo, várias formas de relevo ou paisagens: Circos glaciais que corresponde as antigas zonas de acumulação do gelo; Vales em forma de U; Picos e arestas que limitam os vales suspensos; Vales suspensos que resultam da escavação de geleiras pequenas; Fiordes ou, são vales glaciais afogados. Portanto essas geleiras deixam marcas, sendo elas, as rochas moutonnées que são rochas que foram arredondadas pela fricção do gelo e estrias glaciais, pois são sulcos formados no pavimento rochoso pelas rochas trazidas pelo gelo. De salientar que estas estrias permitem determinar a direcção e o sentido do escoamento do gelo quando a geleira desaparece no âmbito da sua execução.