Desmatamento é o processo de desaparecimento completo e permanente de florestas, actualmente causado em sua maior parte por actividades humanas.

Causas do desflorestamento

Historicamente a desflorestação acompanhou o crescimento da população humana e a organização das sociedades. Suas principais causas directas têm sido a abertura de áreas para agricultura, pastoreio e habitação, e o uso da madeira como combustível e como material de construção de habitações, edifícios públicos, navios, mobiliário e outros bens de consumo, mas as causas localizadas variam bastante de região para região.

  • A Pobreza asoluta em Moçambique;
  • Ausência de parâmetros seguros para a posse da terra,
  • Ausência de reconhecimento adequado das necessidades dos povos indígenas e comunidades tradicionais dependentes exclusivamente das florestas,
  • Políticas públicas inadequadas ou claramente predatórias,
  • Subvalorização dos produtos florestais e serviços ambientais,
  • Falta de participação popular nas medidas de controlo,
  • Falta de boa governança,
  • Oposição do modelo económico prevalente, contrário aos princípios do manejo sustentável,
  • Comércio ilegal,
  • Falta de meios e capacidade dos países e comunidades para reverter o quadro de desmatamento,
  • Ausência de cooperação internacional realmente efectiva em uma escala desejável,
  • Dificuldades técnicas de mapeamento e avaliação das áreas desflorestadas,
  • Influência da degradação ambiental global, causada pela poluição, mudanças climáticas, declínio dos recursos hídricos e da biodiversidade, entre outros factores.

Consequência do desflorestamento

Os impactos causados pela desflorestação são muito diversificados, e muitos deles interagem entre si e se reforçam mutuamente. De entre as consequências do desflorestamento, encontramos a perda total ou parcial da biodiversidade.

Em vez de cair directo no solo, boa parte da água da chuva bate antes na copa das árvores ou nas folhas da vegetação, que funcionam como um manto protector. Isso diminui muito o impacto da água sobre a superfície. Além disso, uma rede de raízes ajuda a segurar as partículas do solo enquanto a água escorre pela terra. E não podemos esquecer também que a copa das árvores protege o solo contra o calor do Sol e contra o vento.

Ao destruirmos a vegetação natural para construir casa ou para a lavoura, estamos diminuindo muito a protecção contra a erosão. A maioria das plantas que nos serve de alimento tem pouca folhagem e, por isso, não protege tão bem o solo contra a água da chuva. Suas raízes são curtas e ficam espaçadas nas plantações, sendo pouco eficientes para reter as partículas do solo. Finalmente, muitas plantas – como o milho, a cana-de-açúcar, o feijão e o algodão – não cobrem o solo o ano inteiro, deixando-o exposto por um bom tempo. O resultado é que a erosão se acelera, e a parte fértil fica prejudicada.

Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios, obstruindo seu fluxo. Esse fenómeno é chamado de assoreamento e contribui para o transbordamento de rios e o alagamento das áreas vizinhas em períodos de chuva.

Há ainda outro problema resultante do desmatamento. Sem a cobertura da vegetação, as encostas dos morros correm maior risco de desmoronar, provocando desabamentos de terra e rochas, com graves consequências.

Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo acaba destruindo também os microorganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica e promovem a reciclagem dos nutrientes necessários às plantas. A perda de matéria orgânica deixa o solo mais exposto à erosão e à acção das chuvas, acentuando o seu empobrecimento.

A queimada também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada, prejudicam a saúde humana. Além disso, nos casos em que a queimada é realizada de forma não controlada, ela pode se alastrar por áreas de protecção ambiental, parques, etc.