A zona de convergência intertropical (ZCIT) representa a região de convergência de dois sistemas de ventos alísios carregados de humidade. É uma região de pressão relativamente baixa e grande instabilidade, contendo aglomerados de nuvens convectivas e profundas, que produzem fortes precipitações.

A ZCIT ocorre, em geral, em uma localização onde a convergência de baixos níveis é máxima e nas proximidades das latitudes de máxima temperatura de superfície. Sobre os oceanos a zona de máxima temperatura (e, assim, máxima instabilidade) não apresenta normalmente muita variabilidade local, excepto onde as correntes oceânicas são influentes, mas sobre as áreas de terra as condições são normalmente mais complexas, e existe mais migração sazonal na sua posição em conjunção com ao deslocamento da latitude de máxima insolação.

A antiga visão de uma forma linear simples (como uma linha de nuvens frontais), vastamente difundida nos anos de 1950, tem sido agora amplamente negada. A nebulosidade da ZCIT é muito evidente em imagens de satélite, geralmente tomando a forma de um colar incompleto ao redor da região equatorial da Terra, com os aglomerados de nuvens representando as ‘miçangas’ ou ‘contas’, separadas por áreas sem nuvens. Sobre o oceano Atlântico os aglomerados de nuvens da ZCIT são relativamente lineares, mas sobre o oceano Pacífico eles geralmente aparecem com uma forma dividida, com duas linhas de convergência separadas por uma área sem nuvens sobre uma região de temperatura da superfície do mar fria ao longo do Equador (especialmente sobre o Pacífico leste, onde a ZCIT dupla é bastante comum). Sobre o oceano Índico múltiplas linhas de convergência já foram observadas.

A nebulosidade da ZCIT pode ser considerada como uma zona de aglomerados de nuvens cumulonimbus muito elevadas, formada onde a inversão fraca dos ventos alísios é rompida, e há convecção profunda que se estende a grandes altitudes. As violentas correntes ascendentes dentro da convecção nesta zona são a fonte de energia para toda a circulação geral, convertendo o calor latente adquirido pelos ventos alísios em calor sensível, que por sua vez é transformado em energia potencial dentro do ar ascendente, que é então transportado para altas latitudes na alta atmosfera. Em 1958 Riehl e Malkus sugeriram que o transporte ascendente de energia e massa necessário nesta região é realizado por aproximadamente 1.500 a 3.000 enormes nuvens cumulonimbus com “torres quentes”, na qual a ascensão ocorre em núcleos centrais protegidos, sem entranhamento de ar mais frio do entorno e organizadas dentre aproximadamente 30 distúrbios ou aglomerados em torno do globo.

Os aglomerados de nuvens, em si, podem ter aproximadamente 100-1.000 km de diâmetro; estes aglomerados são compostos por células  convectivas de mesoescala de aproximadamente 10-100 km de diâmetro, que por sua vez são construídos a partir de nuvens cumulonimbus individuais de aproximadamente 1-10 km de diâmetro. A organização da estrutura de mesoescala da nebulosidade da ZCIT é mostrada esquematicamente na Fig. 13.6. A estrutura interna dos aglomerados não pode, normalmente, ser identificada em imagens de satélite, pois camadas de nuvens cirrus de vários componentes convectivos frequentemente aparecem fundidos no alto, dando uma perspectiva bastante uniforme de cobertura de cirrus sobre todo o conjunto.

Os aglomerados de nuvens representam áreas de convergência local, com divergência na camada superior de 200 mb que leva ao escoamento para fora do centro da nuvem, e fortes movimentos verticais em níveis médios. Durante o GATE em 1974, velocidades verticais de 2-18 cm/s foram medidas dentro dos aglomerados. Subsidências ocorrem entre os aglomerados originando as áreas sem nuvens. Os aglomerados usualmente propagam-se lentamente para oeste como distúrbios que produzem forte precipitação local.