As primeiras estruturas físicas e sociais que podem ser classificáveis como “Urbes“, ou cidades, datam de cerca de 5.000 a. C. anos; (apesar de haver algumas divergências sobre essa data). Sabe-se que esse primeiro assentamento registado, é a Cidade de Jericó, na actual Jordânia. Outras importantes cidades deste período foram Ur, Uruk, Susa, com cerca de 4.000 anos a.C., ambas na região onde hoje é o “Oriente Médio”.

No entanto, é importante destacar em que contexto surgiram estas primeiras estruturas que classifica-se como cidade. Estas, surgem com a chamada “Revolução Agrícola” ou “revolução Neolítica”, período da pedra polida da Pré-História.

Neste momento histórico, os seres humanos, deixam de ser nómades e se tornam sedentários, devido a descoberta da agricultura, possibilitando a fixação em um local e com uma produção alimentar e agrícola capaz de suprir as necessidades comunais e ainda de gerar excedentes. Um ponto importante a considerar é, apesar da “revolução agrícola” ter tido sua primazia no Oriente Médio, esta se deu em locais e em tempos diferenciados.

No entanto, com o Excedente Agrícola foi possível o surgimento de indivíduos que, com o passar do tempo, não tinham mais suas actividades ligadas a produção alimentar, e assim, surgem novas funções sociais que passaram a ser desempenhadas dentro do “Assentamento Urbano”.

De acordo com Marcelo Lopes de Souza, em O ABC do Desenvolvimento Urbano, “a regra geral foi a de que o surgimento das primeiras cidades se deu entrelaçado com o aparecimento de formas centralizadas e hierárquicas do exercício de Poder, e, com efeito, foi justamente a formação de sistemas de dominação, com monarcas e seus exércitos, que permitiu, ao lado das inovações técnicas, uma crescente extracção de excedente alimentar, sobre o fundamento da opressão dos produtores directos”

Assim, pode-se considerar que as primeiras cidades surgem como resultado de transformações socioeconómicas, políticas e culturais que a humanidade passou ao longo da História.