Racionalização

Para weber (1950) o processo de racionalização está relacionado com as mudanças estruturais, culturais e sócias que as sociedades modernas passaram no decorrer do tempo. Essas mudanças geraram grandes impactos, como a gradual construção do capitalismo e a monstruosa explosão do crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da reordenação das organizações tradicionais que predominavam até então.

A preocupação de weber estava em tentar aprender os processos pelos quais o pensamento racional ou a racionalidade, impactou as instituições modernas como o estado, os governos e ainda o âmbito cultural, social e individual do sujeito moderno.

racionalidade ou a racionalização, para Weber, possui aspectos distintos que se diferenciam a partir do contexto nos quais eles são observados. A racionalização de um pesquisador que busca aprender o mundo por intermédio da observação sistemática e metódica do mundo é diferente da racionalização do cálculo que busca um fim específico. Essa diferença, no entanto, não os separa, mas os distingue em sua abordagem.

 Na classificação das diversas formas de racionalidade, Weber determina quatro principais: a racionalidade formal, a racionalidade substantiva, a racionalidade meio finalística e a racionalidade quanto aos valores.

A racionalidade formal

Está relacionada com as formas metódicas e calculistas do sistema jurídico e econômico das sociedades modernas. Está ligada, assim, aos aparelhos institucionais que se estruturam de forma burocrática, em uma hierarquia delimitada por regras fixas.

A racionalidade substantiva

 Aproxima-se da racionalidade formal, mas se diferencia em sua conduta, que não é voltada para fins. Isso quer dizer que ela leva em consideração o contexto social em que se insere, sendo racional quanto à disposição dos valores que orientam aquele mundo social específico.

 As distinções entre racionalidade relacionada a fins e a racionalidade quanto a valores estão diretamente ligadas ao conceito de ação social, também discutido por Weber. De forma sucinta, a ação social é entendida por Weber como qualquer ação realizada por um sujeito em um meio social que, necessariamente, possua um sentido determinado por seu autor.

 A ação pode ser então racional com relação a fins, quando há o cálculo de meios a serem tomados para que um objetivo seja alcançado;

Racional afetiva, que está associada aos sentimentos; e tradicional, que está mais próxima da irracionalidade, uma vez que se baseia no costume e no hábito.

Weber acreditava que, em nossa sociedade, grande parte da vida social havia sido reduzida à lógica racional. Isso quer dizer que características do mundo social que se baseavam na tradição, como a crença religiosa, dissolveram-se.

O processo histórico

Para Weber, a institucionalização da racionalidade não leva ao progresso, mas à unificação sistemática de tudo que é controlável. Leva à emergência de esferas separadas da ciência, da estética e dos valores morais, cada uma delas constituindo uma lógica interna própria, e à consequente perda de significado cultural decorrente da fragmentação das esferas cognitiva, estética e moral do trabalho.

Weber sustentou que o processo histórico é regido por uma série difusa de elementos “não racionais”, racionais e irracionais justapostos. Que a realidade é fragmentada e desconexa. As racionalizações são tentativas de dar sentido e orientação a essa não racionalidade, de forma que o racionalismo, como processo histórico, é uma contradição em si mesmo e nenhum elemento unívoco, incluindo o materialismo histórico, é suficiente para explicar como a evolução social acontece.

O processo de racionalização é universal. Pode se dar em qualquer esfera (não só a econômica, como pregam os marxistas), em intensidade variável e de modo diverso. Origina-se em uma constelação de fatores. A racionalização religiosa, por exemplo, é totalmente diferente na cultura chinesa, na hindu, na do Oriente próximo e na cultura europeia-americana.

A racionalização se dá tanto na esfera “externa” (organização do mundo legal, política, econômica, da dominação, do conhecimento), como na “interna” (religiosa, ética, estética, erótica).

Produtividade

A produtividade segundo Chiavenato (2011) significa a relação entre os meios empregados para produzir e os recursos utilizados. Quanto melhor a relação, mais eficiente se é. É por isso que a produtividade é o objetivo final de quem deseja ter sucesso e conseguir melhores resultados.

Ou seja a produtividade o resultado daquilo que e produto ou do que se produz, ou do que é rentável, é a capacidade de gerar resultados

Processos de racionalização da produção

Para weber (1950) a racionalização da produção significa dizer que os processos produtivos são pensados de forma racional de modo a primar pela produtividade eficiência e eficácia. Fazendo referência a weber o processo de racionalização é um reflexo do desencantamento do mundo. Ou seja os processos passam a ser cada vez mais a ser baseados na tecnologia, no cálculo na técnica e não mais na ação tradicional ou afetiva. A primeira grande iniciativa de racionalização da produção ficou conhecida como taylorismo em alusão ao seu percursos o engenheiro Frederick Wilson Taylor(1856-1915) como outros que deram seus contributos a essa área como o Max Weber no início do século XX.

Devido a necessidade de aumentar a produção e de diminuir o tempo e esforço de trabalho demandou novas estratégias de racionalização da produção para esse fim.

 O taylorismo ou administração cientifica partia do pressuposto da divisão social do trabalho no qual a gerencia era completamente separada da execução. Isso repercutia em grande na especialização do trabalho e gerou muitos postos de trabalho.

Taylor defendia que a redução dos custos e o aumento da produção deveriam ser revertidos na forma de melhores salários (salário por produção) e também maiores lucros aos empresários.

Marx e Taylor propuseram alguns processos de racionalização da produção através das experiências que tiveram:

É necessário difundir os modos de aplicação da lei de fadiga física selecionando os operários mais capazes para as tarefas onde podem ser mais capazes

Os operários aptos a executar um trabalho devem ser treinados a aplicar o método de trabalho

O trabalho individual é superior ao trabalho de equipa porque assim podem perder ambição e a iniciativa;

Um indivíduo que trabalhe mais e melhor podem não apenas receber melhor salario, mas pode ser promovido;

Os operários devem conhecer rapidamente o seu rendimento e o salário que ganharam, se não os prémios não tem qualquer caráter estimulante;

Toda a pessoa com instrução necessária e o espirito de síntese pode, achar método para que o homem melhor na execução do trabalho, conduzindo os estudos que permitem enunciar as leis. Desta maneira, para o fazer é necessário de um homem execute o trabalho e que um outro homem o observe;

Nas empresas de gestão científica, as discussões coletivas tornam-se inúteis, uma vez que as sugestões devem ser duvidas e empregador deve agir como justiça, patrões e operários devem respeitar as leis da eficiência do trabalho humano;

Em toda empresa, a disciplina é necessário, mas a verdadeira disciplina é aquela que é livremente consentido;

A eficácia do trabalho depende da definição correta dos métodos de trabalho, de modos rápidos de execução do trabalho e definição simplificada e clara das tarefas. Livremente consentido.

 

Referências bibliográficas

Chiavenato, I.(1987). Teoria geral da administração:  abordagens prescritivas e normativas da administração. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill

Chiavenato, I.  Introdução à teoria geral da administração.  6.  ed.  Rio de Janeiro: Campus, 2000

Chiavenato, I.(2011). Introdução à teoria geral da administração.  8.  ed.  Rio de Janeiro: Elzevir.

Motta, Fernando C.P. (2011) Teoria geral da administração:  uma introdução.  São Paulo: Pioneira Administração e Negócios.

Bendaly, L(200). Organização: novos caminhos para empresas e equipes em uma economia globaliza. São Paulo: Futura, 1998.

Max w.(1950) .The protestant ethic and the spirit of capitalism.Nova York: Charles Scribner’s Sons.

Taylor. (1911). Princípios de administração cientifica.