O espírito dos defensores desta teoria, o conceito de transição demografia significa a passagem de um estado de equilíbrio, em que a natalidade e a fecundidade têm elevados níveis, para um outro estado de equilíbrio em que a natalidade e a fecundidade apresentam baixos níveis, na sequência ou paralelamente a um processo de modernização. Foi Léon Rabinowicz em 1929 e Warren Thompson em 1930 que empregaram pela primeira vez a expressão “ Revolução Demográfica”. Em 1934 Landrey desenvolve as ideias fundamentais dessa teoria no seu livro revolução demográfica que hoje é considerado como um clássico; com Frank Notestein, a revolução demográfica transformou se em ‘’transição demográfica” expressão que hoje é a mais correntemente utilizada.
A teoria demográfica é uma criação de vários autores, a moderna teoria demográfica nasceu de uma forma quase madura num texto escrito por Notestein em 1945. A transição demográfica é um modelo de leitura das grandes transformações demográficas que ocorreram ou que estão a ocorrer nas épocas contemporâneas. Começou por ser um modelo de análise das transformações demográficas da Europa mas rapidamente adquiriu uma vocação planetária. Apesar de existirem variantes de autores para autores e existirem alguns critérios a determinados aspectos da teoria sobre tudo quando esta é formulada numa linguagem muito dogmática considerada como um dos modelos teóricos da demografia. A teoria de transição demográfica, todos os países já passaram ou teriam de passar por quatro fases da evolução.
1a Fase: do quase equilíbrio antigo ou de pré ‒ transcrição
É caracterizada pela existência de uma mortalidade elevada e uma fecundidade igualmente elevada, a necessidade de uma descendência numerosa e uma consequência das más condições sanitárias, o que implica a existência de mortalidade elevada, o crescimento da população é muito reduzido;
2a Fase: do declínio da mortalidade
Como consequência da melhoria generalizada das condições de higiene e de saúde; o nível de fecundidade mantém-se inalterado e existe uma consequente aceleração do crescimento natural da população.
3a Fase: do declínio da fecundidade
Como consequência de uma nova atitude face a vida apoiados por meios modernos de intervenção na fecundidade; a honestidade confirma o declínio embora a um ritmo moderno e o crescimento natural da população diminui de intensidade.
4ª Fase: do quase equilíbrio
Moderno entre uma mortalidade com baixos níveis e uma fecundidade igualmente baixa; o crescimento da população tende para zero. Os diferentes países do mundo podem assim ser comparados segundo este modelo, face ao processo de transição. A totalidade dos países em via de desenvolvimento já passou a 2a fase (declínio da mortalidade), e muitos já chegaram a 3a fase (declínio da fecundidade).
A totalidade dos países desenvolvidos encontram-se na última fase da transição demográfica, alguns países desenvolvidos até já se encontra numa fase a que começou a chamar-se pós transição, devido ao facto do seu nível de fecundidade não garantir a substituição das gerações e de o número de óbitos ser superior ao número dos nascimentos.
O século XX, sob ponto de vista demográfico foi o que o homem aprendeu a controlar o seu destino. O fatalismo milenário que se abatia sobre a sua vida biológica foi dando lugar a acção humana a livre escolha. O homem depois de ter conseguido dominar a morte a qual foi atirada para as ideias mais avançadas, acabam por dominar a vida escolhendo o número de filhos segundo os seus desejos. A morte nas cidades começou a declinar numa forma consistente e continuada. A medida que nos aproximamos ao século XX o decréscimo da mortalidade expande a todos os países europeus e aos outros continentes tendo como consequência mais visível e aumento da população. A população mundial é estimada em cerca de 461 milhões de habitantes no ano de 1500, atinge 1o milhar de milhão 123 mais tarde (1927).
No entanto apesar destas evoluções da população, as Nações Unidas (NU), trabalham no presente momento com um cenário de estabilização da população que volta de 10 a 12 milhares de habitantes a superfície da terra em meados do próximo século. A modernização demográfica impulsionada por declínio da mortalidade começou nos países desenvolvidos do mundo europeu e teve, posteriormente a sua difusão nos países menos desenvolvidos. O efeito global do declínio da mortalidade, só se tornou claramente receptível entre as duas grandes guerras mundiais.
Na perspectiva de Santana (1998:34), é a partir de 1940 que a transição demográfica inicia globalmente o seu processo nos países menos desenvolvidos; mais de 1,3% no período de 1940‒1950, valor de crescimento anual médio superior a 2% até 1990, iniciada a redução do crescimento populacional a partir de 1990 com valores já inferiores a 2%. Nos países desenvolvidos, depois do crescimento motivado pelo “BABY‒BOOM” período 1950‒1970, o valor ligeiramente superior a 1%, a evolução ou taxa de crescimento anual média caminham progressivamente para valores próximos de zero.
Para os países em desenvolvimento, o período de crescimento máximo situa-se na década 60. A mortalidade continua a declinar rapidamente enquanto a fecundidade continua bastante elevada. Em síntese, a ideia central da teoria de transição demográfica, que é a de provar a existência dos efeitos da modernização nos comportamentos demográficos, parece estar mais do que demonstrar pelos factos. A revolução sanitária fez com que no mundo, no ano 90, não existissem países com esperança de vida menor a 50 anos a nascença, os únicos que se encontram nessa situação pertencem todos a África subsaariana. A revolução contraceptível fez também generalizar a ideia de que um baixo nível de fecundidade é um símbolo de modernidade, seja a escala de um país, seja a escala dos indivíduos e dos casais.
Bibliografia
BANDEIRA, Mário Leston. Demografia, objectos, teoria e métodos. Lisboa: Escola Editora, 2004;
MOREIRA, J.C. Geografia geral e do espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scpione, 2005;
NAZARETH, J, Manuel. Demografia ciência da população. Lisboa: Editora Presença, 2004;
SANTANA, Tânia de. Geografia da População. São Paulo, 1998;
ZELINSKY, WILBUR. Introdução à Geografia da População. São Paulo: Zahar, 1969.