
A industrialização iniciou se na década de 1930, com um programa restrito de substituição das importações, quando eclodiu a segunda guerra mundial, Moçambique produzia bebidas minerais e xarope, massa, óleo vegetal, velas, sabão, sal, cimento, cerâmica perfume, mobiliário, fogo-de-artifício recipientes de alumínio e carroçarias de autocarros.
A questão de se incentivar ou não as colónias a estabelecer indústrias foi debatida acesamente na década de 1930, com interesses têxteis portugueses a fazer forte a oposição a implantação de fábricas no território.
A indústria existente em Moçambique não surgiu em consequência da evolução da estrutura económica global do país, mas como uma actividade subsidiária da exportação, isto é, imposta pela necessidade de transformar produtos primários até à fase exportável. Tendo em conta a aptidão ecológica do país para as culturas de cana-de-açúcar, do sisal, do coqueiro, do algodoeiro, do chá, entre outros, são as indústrias do início do ciclo de transformações industriais destes produtos que primeiro apareceram em Moçambique. Os complexos agro-industriais do açúcar e do sisal são anteriores à guerra de 1914. São também antigas e correspondem igualmente à objectivos de exportação as indústrias de extracção de óleos vegetais, do descaroçamento e prensagem de algodão, da preparação do chá e da serração de madeira.
Em 1936, o governo decidiu que as novas industriam necessitariam de consentimento do ministro das colônias e a sua decisão deveria ter em conta os interesses da indústria portuguesa.
Depois da segunda guerra Mundial as relações entre Portugal e as suas colônias tornaram se mais estreitas do que em qualquer outra época da historia dos dois países. No final da década de 1950, o mercantilismo rígido dos primeiros anos modificou se um pouco e começou a ser incentivada a industrialização das colônias.
Tipos de indústria existente no período em estudos
A grande expansão na produção de algodão, caju, arroz, chá e outras colheitas durante a guerra levou a criação de imensas fábricas de transformação. Depois, nos anos que mediaram entre o fim da guerra e 1960, a imigração contínua aumentou a população branca para 100 000 e o mercado de consumo Moçambicano começou a expandir-se.
Por outro lado, assistia-se à localização desigual das indústrias, estando mais de metade localizadas na cidade capital de Lourenço Marques.
Indústria de Manufacturas
Os primeiro e segundo planos de Fomento permitiram o aparecimento de indústrias locais. Os grandes Bancos e corporações indústrias os portugueses foram encorajados a investir nas colônias e criou se uma serie de manufacturas sobretudo nas duas principais cidades de Lourenço Marques e Beira.
Moçambique tornou-se produtor de cimento, tijolos e Ladrilios, revestimento de amianto, cabos eléctricos, fundição de aço, contraplacado de madeira, arame e artigos de consumo, como chapéus-de-chuva, panelas, plásticos para o uso doméstico e artigos de borracha, colchões, testeis, pneus, rádios e bicicleta.
Uma fabrica em Matola
Encontra se próximo de Lourenço Marques, especializou se na refinação do óleo pesado para um significativo mercado de exportação na África do Sul criando mais um elo industrial vital entre os dois países. Por ultimo verificou se um aumento da construção em grande escala nos principais centros urbanos.
A indústria química
Esta indústria produzia insecticidas, curtumes, tintas e produtos farmacêuticos. No entanto a indústria mais importante era a de refinação do petróleo. A economia diversificou-se também no turismo.
A Beira e Lourenço Marques, que durante tanto tempo tinham providenciado o porto e serviços ferroviários as Rodésias e África do Sul e canalizado imensa muita mão-de-obra para as suas economias começaram agora a prestar mais um serviço. Depois da guerra a população branca na África Central britânica aumentou rapidamente e a Beira atraia-a como estancia Balnear e de desportos náuticos e um elemento de cultura Latina.
As empresas mineiras mais importantes foram a de Amianto em Manica e na região do Alto Lingonha, columbotantalite, bismutite e a extração de berilio, que ate ultrapassou ate o carvão em valor.
A Beira ficava a um fim-de-semana de viagem das cidades brancas da Rodesia e nao tardou que surgisse Hoteis, Restaurantes e Clubes de Iate. Lourenço Marques conheceu idêntico desenvolvimento mas por razoes ligeiramente diferentes. Os sul-africanos brancos tinham também as suas estâncias litorais, mas deslocavam-se cada vez mais a Lourenço Marques em busca das prostitutas negras e do tipo de vida nocturna que a rigidez puritana no Apartheid lhes negava oficialmente.
No entanto, se as estatisticas mostram o crescimento e a diversificação da economia de Moçambique, contudo, esta economia moderna mantinha se muito limitada a zona em redor das duas principais cidades. Fora de Beira e Lourenço Marques era pouco o desenvolvimento urbano.
A industrialização de Moçambique afigura-se como dinamizadora da economia e factor decisivo para promoção do desenvolvimento nacional. Ela pode:
Dinamizar o sector de emprego;
Inverter a balança comercial;
Permitir a especialização do capital humano;
Orientar os recursos financeiros e materiais com impacto na vida e bem-estar das populações;
Permitir a valorização dos recursos nacionais e a oferta de bens de consumo
Essenciais à vida das populações.
Referencias
http://www.iese.ac.mz/lib/publication/cad_iese/CadernosIESE_01_CNCB.pdf;
https://www.researchgate.net/publication/297260035_Industria_e_industrializacao_em_Mocambique_analise_da_situacao_actual_e_linhas_estrategicas_de_desenvolvimento.