O Parque Nacional da Gorongosa é uma área de conservação situada na zona limite sul do Grande Vale do Rift Africano, no coração da zona centro de Moçambique.

O Parque, com um pouco mais de 4000 km², inclui o vale e parte dos planaltos circundantes. Os rios que nascem no vizinho Monte Gorongosa, que atinge os 1.863 metros de altura, irrigam a planície. Em 20 de Julho de 2010 o governo moçambicano decidiu alargar a área do parque para 4.067 km², bem como criar uma zona tampão de 3,30 km² à sua volta.

Localização

Localizada na Província de Sofala, na extremidade sul do Vale do Grande Rift, proclamado em 1960 pelo Decreto-lei nº 1993, de 23 de Julho, actualmente possui uma área de 3770Km2

Vegetação 

Planícies de inundação que dependem da hidrologia da Serra de Gorongosa e do Planalto de Cheringoma. Ricas pradarias que fornecem biomassa para as grandes manadas de ungulados.  Flora e fauna

Devido à sua localização geográfica, o Parque Nacional da Gorongosa possui os mais variados tipos de habitats na região, e logo, a fauna é diversificada e abundante. Embora a maioria das espécies de mamíferos de grande porte tenha sido severamente reduzida, nenhuma das espécies que existiam antes foi extinta, o que significa que a diversidade de espécies e o habitat ainda estão intactos. Grandes rebanhos de antílopes de diferentes espécies podem ser encontrados no parque. Os leões e elefantes são vistos, mas seus números ainda são baixos para encontros frequentes. O Parque Nacional da Gorongosa tinha o maior número de biodiversidade de fauna (búfalos, elefantes, boi-cavalo, hipopótamos, zebras, inhacosos por km2)

Biodiversidade é a variedade de espécies de seres vivos existentes em nosso planeta, bem como o papel desses seres na natureza

Redução da biodiversidade

O principal impacto da perda da biodiversidade é a extinção das espécies, que são irrecuperáveis.

A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora da perda da biodiversidade mundial. Plantas e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela acção humana. A taxa de extermínio de espécies ocasionada pelo homem é 50 a 100 vezes superior aos índices de extinção por causa natural.

Acção do homem e suas consequências na biodiversidade do planeta:

Destruição e diminuição dos habitats naturais;

 Introdução de espécies exóticas e invasoras;

 Exploração excessiva de espécies animais e vegetais;

Caça e pesca sem critérios;

Tráfico da fauna e flora silvestres;

Poluição do solo, água e atmosfera;

Ampliação desordenada das fronteiras agropecuárias dentro de áreas nativas;

Mudanças climáticas e aquecimento global;

A domesticação de animais e plantas em larga escala é um factor histórico de degradação da biodiversidade, gerando a selecção artificial de espécies, onde alguns seres vivos são seleccionados e protegidos pelo homem em detrimento de outros.

A destruição de habitat destaca-se entre os factores que desencadeiam a diminuição da biodiversidade. Normalmente esse processo ocorre como consequência da urbanização e do desmatamento para aumento das áreas agro-pecuárias e desenvolvimento de grandes obras. Além disso, essa destruição também é causada pelo aquecimento global.

Como seus habitats são destruídos, várias espécies muitas vezes são obrigadas a migrar para outras áreas, enfrentando perigos e a incerteza da sobrevivência. Já aquelas espécies que são incapazes de procurar outro local para estabelecerem-se, como as plantas, acabam tendo sua população reduzida ou até, muitas vezes, extinta.

O uso excessivo de recursos naturais também é uma grande ameaça à biodiversidade. A caça e a pesca, por exemplo, são práticas responsáveis pela diminuição do número de indivíduos de várias espécies anualmente, bem como a retirada ilegal de madeira e a exploração de plantas, como o xaxim. Além disso, o tráfico de animais e plantas silvestres é um comércio lucrativo que dificulta a conservação de vários organismos.

A biodiversidade também é ameaçada pela introdução de espécies exóticas, ou seja, a introdução de espécies que não vivem normalmente naquele ambiente. Ao inserirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exageradamente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa acção pode provocar a destruição de algumas espécies, afectando directamente o equilíbrio daquele ecossistema.

A contaminação da água, do solo e do ar  também é uma das causas da perda de biodiversidade. Diante da poluição dos ambientes, muitas espécies não conseguem se estabelecer em razão, por exemplo, da falta de alimento, dificuldade de acesso à água potável e do surgimento de doenças, o que acaba aumentando, assim, o triste número de espécies extintas.

Para que a biodiversidade seja efectivamente protegida, é fundamental que seja feito o uso sustentável dos recursos que a natureza oferece. Para isso, são necessários investimentos e pesquisas para descobrir fontes alternativas de recursos, fiscalização no que diz respeito à exploração da natureza e à poluição, bem como a criação de maiores áreas de protecção ambiental.

Entretanto, nenhum esforço será suficiente se não houver mudança na consciência da população.  É fundamental que todos entendam a importância de cada ser vivo para o planeta e compreendam que a destruição de qualquer espécie afecta directamente a nossa vida.

O valor económico da Biodiversidade

Ecólogos e ambientalistas são os primeiros a insistir no aspecto económico da protecção da diversidade biológica. Deste modo, Edward O. Wilson escreveu em 1992 que a Biodiversidade é uma das maiores riquezas do planeta.

A maioria das pessoas vê a biodiversidade como um reservatório de recursos que devem ser utilizados para a produção de produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. Este conceito do gerenciamento de recursos biológicos provavelmente explica a maior parte do medo de se perderem estes recursos devido à redução da Biodiversidade. Entretanto, isso é também a origem de novos conflitos envolvendo a negociação da divisão e apropriação dos recursos naturais.

Uma estimativa do valor da Biodiversidade é uma pré-condição necessária para qualquer discussão sobre a distribuição da riqueza da Biodiversidade. Estes valores podem ser divididos entre:

Valor intrínseco  – todas as espécies são importantes intrinsecamente, por uma questão de ética;

Valor funcional  – cada espécie tem um papel funcional no ecossistema. Por exemplo, predadores regulam a população de presas, plantas fotossintetizantes participam do balanço de gás carbónico na atmosfera;

Valor de uso directo  – muitas espécies é utilizado directamente pela sociedade humana, como alimentos ou como matérias-primas para produção de bens valor de uso indirecto  – outras espécies são indirectamente utilizadas pela sociedade. Por exemplo criar abelhas em laranjais favorece a polinização das flores delaranja, resultando numa melhor produção de frutos;

Valor potencial  – muitas espécies podem futuramente ter um uso directo, como por exemplo espécies de plantas que possuem princípios activos a partir dos quais podem ser desenvolvidos medicamentos;

Uso directo através do turismo, ou de novas substâncias farmacêuticas ganhas através da biodiversidade;

Uso indirecto, como a polinização de plantas e outros serviços biológicos; o não uso, ou valor intrínseco.

Manuseio da Biodiversidade: conservação, preservação e protecção

Protecção

Combater à caça furtiva de animais;

Plantar arvores visando proteger e conservar a biodiversidade;

Recrutar e treinar técnicos moçambicanos para combaterem a caça ilegal, exploração ilícita de recursos florestais e faunísticos, envenenamento de animais e queimadas descontroladas.

 

Referencias

http://www.fd.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2014/12/Silveira-Paula-de-Castro-PARQUE-NACIONAL-DA-GORONGOSA-Um-Comentario-ao-Regime-Juridico-dos-Parques-Nacionais-em-Mocambique.pdf;

https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_da_Gorongosa;

https://www.gorongosa.org/sites/default/files/research/br_aprovacao_plano_de_maneio_do_png_jul_2016.png_.pdf;

https://www.gorongosa.org/sites/default/files/research/gorongosa_-_destaques_2017.pdf;

http://www.gorongosa.org/sites/default/files/destaques_2018.pdf