No âmbito da sociologia e das ciências sociais em geral, a expressão Organicismo designa um teoria filosófica e sociológica desenvolvida no séc. XIX que compara a sociedade a um organismo vivo.

Segundo H. Spencer e outros defensores do organicismo, os elementos constitutivos da sociedade, nomeadamente os grupos sociais e as organizações, assumem o papel de órgãos, os quais são definidos pelas suas funções e contribuição para o equilíbrio e para a sobrevivência de todo o conjunto. A interpretação de cada uma das funções dos diversos elementos da sociedade constitui uma das bases do funcionalismo.

O que é Organicismo

Tal como outros conceitos originários de outros campos do conhecimento e tomados de empréstimo pela crítica arquitetónica, é relativamente difícil precisar o seu alcance e delimitação assim como as suas expressões formais e estéticas. Confirma-se, no entanto, nos mais coerentes trabalhos de recorte organicista, a preferência pelas geometrias mais complexas e pelas formas curvas e integradoras.

O organicismo teve como precursor o arquiteto americano Louis Sullivan (1856-1924), mentor da Escola de Chicago, acompanhando assim o nascimento da arquitetura moderna. Mais tarde, em pleno período Arte Nova, o europeu Henry Van de Velde (1863-1957) desenvolveu uma linguagem impregnada de referências vegetalistas e de linhas curvas, patente por exemplo, no Teatro do Werkbund.

Outro dos caminhos seguidos pela arquitetura organicista foi o movimento expressionista que teve como expoente máximo o arquiteto alemão Erich Mendelsohn (1887-1953). A liberdade formal, experimentada nos seus desenhos de juventude, encontrou concretização nos primeiros projetos, como a Torre Einstein, em Potsdam (1921-1924), na qual conseguiu, através do uso de formas curvas integradoras, uma unidade formal de referência biomórfica. Outro dos temas desenvolvidos por Mendelsohn, nomeadamente em edifícios industriais foi o da relação íntima entre as formas e os volumes e a paisagem envolvente.

Um dos protagonistas máximos desta tendência estética foi o americano Frank Lloyd Wright, discípulo de Sullivan. Foi, aliás, este arquiteto que, em 1908, pela primeira vez empregou o termo orgânico enquanto categoria expressiva da arquitetura. Alguns dos seus trabalhos tornaram-se paradigmas da arquitetura organicista, ora pela solução morfológica, como o Museu Guggenheim de Nova Iorque, com a sua grande sala de exposições em forma de rampa helicoidal, ou a Casa da Cascata (1935), expoente da procura de harmonia absoluta entre os vários elementos construtivos e de continuidade fluida entre os espaços assim como da cuidada integração na paisagem.

Hugo Häring, que construiu muito pouco, entendia o conceito de edifício orgânico como algo que se desenvolve de forma espontânea, em perfeita harmonia com a natureza. As suas ideias foram concretizadas por Hans Scharoun, autor da Filarmónica de Berlim e pelo finlandês Alvar Aalto, um dos mais fecundos arquitetos organicistas pela radical rejeição de princípios formais rígidos e determinantes, enveredando pela pesquisa de projetos com base em geometrias complexas que fazem referência a formas naturais e que prestam atenção ao carácter topográfico do terreno e da envolvente construída.

Frank Lloyd Wright

Frank Lloyd Wright (Richland Center, 8 de junho de 1867 — Phoenix, 9 de abril de 1959) foi um arquiteto, escritor e educador estadunidense. Um dos conceitos centrais em sua obra é o de que o projeto deve ser individual, de acordo com sua localização e finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com Louis Sullivan, um dos pioneiros em arranha-céus da Escola de Chicago. Responsável por mais de mil projetos, dos quais mais de quinhentos construídos, Wright influenciou os rumos da arquitetura moderna com suas ideias e obras e é considerado um dos arquitetos mais importantes do século XX.

O conceito de arquitetura organicista de Frank Lloyd Wright resiste ao tempo

Construções que influenciam diretamente a vida de quem nelas habitam ou trabalham. Esse é o eixo central da arquitetura orgânica ou organicista, da escola moderna, influenciada pelas ideias do americano Frank Lloyd Wright. Para ele, as casas deveriam atender às necessidades das pessoas como um organismo vivo e respeitando a natureza, um conceito que influenciou arquitetos em todo o mundo no início do século XX e que continua atual.

”Suas obras utilizavam materiais naturais e ele se preocupava com os detalhes na forma e nos espaços”, explica a Profa. Ana Tagliari, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), que desenvolveu a pesquisa de mestrado ”Os princípios orgânicos da obra de Frank Lloyd Wright: uma abordagem gráfica de exemplares residenciais” e recebeu o prêmio Franklin Delano Roosevelt de Ciências Sociais 2009, da Embaixada dos Estados Unidos, na categoria Melhor Dissertação de Mestrado. Na década de 1940, o arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas projetou alguns edifícios com influência de Wright na cidade de São Paulo. Sua obra mais conhecida com essa inspiração foi a Residência Rio Branco Paranhos, construída em 1943, no bairro do Pacaembu. Além dele, Galiano Ciampaglia, Rino Levi, Eduardo de Almeida, Mauro Munhoz e Miguel Forte, também foram influenciados pelo arquiteto americano.

A herança artística de Wright inclui por volta de 1.000 projetos, entre construídos e escritos, que influenciaram gerações de arquitetos e de artistas no Brasil e no mundo. Apesar disso, há poucas pesquisas sobre ele no País. ”Com este material em língua portuguesa e disponível ao acesso público pela internet, acreditamos criar condições para que se estabeleçam conexões, análises, comparações e pesquisas entre a obra de Wright e a arquitetura e a cultura no Brasil”, avalia a pesquisadora. Grande parte da obra residencial de Wright é baseada numa metodologia de projeto a partir da idéia de pré-fabricação e modulados, que tornam a construção mais acessível, sem abrir mão da beleza. Além disso, são perfeitamente adaptáveis à realidade brasileira. ”A Arquitetura Orgânica não tem prazo de validade e nem faz parte de um pensamento ultrapassado, é contemporânea e está em sintonia com as preocupações atuais. O respeito à natureza e a economia de materiais são, sem dúvida, aspectos que devem ser cada vez mais valorizados pela arquitetura mundial”, conclui.

Alvar Aalto

Hugo Alvar Henrik Aalto (Kuortane, 3 de fevereiro, 1898 — Helsinque, 11 de maio, 1976) foi um arquitecto finlandês cuja obra é considerada exemplar da vertente orgânica da arquitetura moderna da primeira metade do século XX.

Obras

Suas obras mais conhecidas e importantes para a análise da evolução de sua produção arquitetônica são: Clube dos Trabalhadores em Jyväskylä (1924), Sanatório em Paimio (1929-1933), Biblioteca Municipal de Viipuri (1933-1935), Villa Mairea (1937-1939), pavilhão finlandês na Exposição Mundial de Paris (1937), o pavilhão finlandês na Feira de Nova Iorque (1938-1939), residência estudantil do MIT em Massachusetts (1947-1949), a universidade politécnica de Otaniemi (1949-1967), a prefeitura de Saynatsalo (1950-1951), pavilhão finlandês na Bienal de Veneza (1956) e um palácio de congressos em Helsinque (1967-1975). Vai também fazer projetos urbanísticos como o Plano Geral de Rovaniemi e o Plano de Desenvolvimento de Kauttua, além de projetos para a cidade de Saynatsalo (1942-1946).

O design é outro campo aonde vai se destacar com importante obra de reconhecimento internacional. Possui vários projetos de mobiliário (cadeiras, mesas, camas, bancos) onde o emprego da madeira se faz de forma orgânica e racional. Podemos falar nesses dois termos, constatando uma análise detalhada e minuciosa de sua parte pelos materiais e as formas que a natureza os apresenta. Aalto usa uma técnica de compensado moldado, obtendo peças esbeltas, que com suas curvas suportam de maneira elegante o peso de uma pessoa.

Uma das características de sua arquitetura é exatamente esta relação dialética com a natureza, por isso nesse caso arquitetura e design são partes inseparáveis de um todo, quase que nascem ao mesmo tempo. Isso muito se deve à relação peculiar dos finlandeses e sua cultura com o meio natural, curiosamente não na mesma intensidade do que ocorre com suecos ou noruegueses. Por isso sua produção como arquiteto e designer torna-se inseparável da cultura finlandesa, por isso qualquer forma de análise deve contemplar a história e as características de seu país.

John Lautner

John Edward Lautner (16 de julho de 1911 – 24 de outubro de 1994) foi um arquiteto estadunidense cujo trabalho no sul da Califórnia combinava arrojada engenharia com dramática sensibilidade espacial.

Obras principais

Casa Foster Carling

Um dos trabalhos iniciais mais significativos de Lautner, esta casa incorpora muitas de suas preocupações importantes e características que ele continuaria a explorar e desenvolver ao longo de sua carreira. Foi importante também por tê-lo unido ao construtor John de la Vaux.

Googie

Apesar de ser mais celebrado por suas obras residenciais, Lautner também foi importante colaborador no estilo comercial conhecido como arquitetura Googie. Alan Hess, autor de Googie Redux: Ultramodern Roadside Architecture aponta as contribuições de Lautner no desenvolvimento de uma nova arquitetura orientada para os automóveis que iniciava-se no sul da Califórnia por arquitetos como Lloyd Wright e Wayne McAllister a partir dos anos 1920; o Coffee Dans, Henry’s, e Googies, de Lautner definiram um partido arquitetônico para o tamanho, sinalização e interiores dos espaços comerciais.

A residência de Dolores e Bob Hope (1973), com cerca de 1.750m², situada perto da Casa Elrod em Palm Springs, apresenta grande cobertura ondulada monolítica de concreto, aproximadamente de forma triangular, perfurada por grande poço de luz central circular. A casa original foi destruída pelo fogo durante a construção. Bob e Dolores Hope interferiram bastante no segundo projeto resultando em um desenho do qual Lautner gostava de distanciar-se.20 Apesar de pouco conhecida e raramente disponível para o visitação (situa-se em um condomínio) é uma dos maiores e mais impactantes projetos residenciais de Lautner.

Possivelmente o pináculo da carreira de Lautner, esta enorme casa (2.500 m²) em Acapulco, também conhecida como “Marbrisa”, foi construída para o magnata mexicano do ramo de supermercados Jeronimo Arango em 1973. Um projeto em conjunto com Helena Arahuete durante seu primeiro ano no escritório de Lautner. Empoleirada em uma encosta, com vista ininterrupta ao redor de toda a Baía de Acapulco, a área da sala principal é estendida em grande terraço aberto com vistas espetaculares da praia e baia, circundado por um serpenteante fosso “voador”; o terraço é coberto por monumental elemento curvo de concreto armado, de forma semi circular e angulosa que vagamente lembra um aerofólio.

Conclusão

Em suma, o organicismo desde a antiguidade ate o século XIX, baseou na convicção de que a arte deveria imitar a natureza, mas não com a finalidade de produzir copias perfeitas , mas com a finalidade de criar uma ilusão de vida, de conferir as qualidades da natureza viva sobre os produtos do homem.

Referências Bibliográficas

www.infopedia.pt/$organicismo

www.portalconstru.com.br/…/460-o-conceito-de-arquitetura-organicista-

modernismo.no.sapo.pt/organicismo.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alvar_Aalto