No livro I da República, Platão tenta em vão definir justiça, uma palavra de uso corrente deste os primórdios da humanidade e de conceituação elástica ao longo da história das civilizações.

Definições foram propostas por diversos pensadores na antiguidade, como Céfalo, para quem a “justiça é a verdade e restituir o que se tomou”.

Além de Polemarco, que afirma que “justiça é dar a cada um o lhe deve”; Trasímaco, que diz que “justiça é o que está no interesse do mais forte”.

O personagem Sócrates refuta todas estas definições, expressando a opinião de Platão.

Transfere-se então, no livro II, a análise do individuo para a cidade, buscando analisar os fatos em grande escala e, assim, atingir a verdadeira natureza da justiça.

Ao invés de buscar a definição de justiça para o sujeito, o que se procura é conceituar uma cidade justa.

Gradualmente, no livro III a definição de justiça é alcançada: “na cidade ideal cada um deve exercer uma só função na sociedade, aquela para qual, por natureza, foi mais dotado”, tal cidade poderia então ser chamada de justa.