As doenças de plantas são conhecidas há muito tempo, praticamente desde o início da agricultura. Considera-se que, como ciência, seu início foi apenas no século XIX, em 1861.

 Quando De Bary demonstrou que a causa da doença requeima da batata era um fungo, Phytophthora infestans.

A palavra é de origem grega phyton – plantapathos – doença; logos –estudo

Fitopatologia é ciência que estuda as doenças de plantas

A história da Fitopatologia, normalmente é apresentada em fases que acompanham o desenvolvimento da agricultura e do homem. Didacticamente, o histórico é separado em períodos de acordo com o enfoque principal para a causa e efeito, ou seja, o patógeno, as condições ambientes, a epidemiologia.

Disciplinas relacionadas com a fitopatologia:

  • Botânica
  • Micologia
  • Bacteriologia,
  • Virologia,
  • Anatomia;
  • Fisiologia vegetal
  • Genética,
  • Bioquímica
  • Ciências de solo.

Esta ciência é importante porque trata de assuntos relacionados principalmente coma agricultura que fornece os alimentos e outros produtos necessários para a sobrevivência da humanidade. (CUPERTINO, F. P, 1993).

Divisão histórica da fitopalogia

A história da Fitopatologia pode ser dividida em vários períodos, considerando-se neste caso a relação causa-se-to. Essa divisão, adoptada por GALLI e CARVALHO, 1978 e

BERGAMIN FILHO e KIMATI 1995, considera o histórico dividido em período místico, predisposição, etiológico e ecológico.

Período místico

Normalmente, considera-se este período desde a remota antiguidade até o início do século XIX. Caracteriza-se por uma ausência de explicação racional para as doenças que eram vistas como causadas por deuses irados para castigar o homem. No entanto, muitas referências sobre influência de condições climáticas já são encontradas.

No final deste período alguns botânicos apresentaram descrições minuciosas das doenças com base na sua sintomatologia e micologistas chamavam a atenção para a associação entre plantas e fungos.

Destacam-se neste período o trabalho de Tillet (1714-1791) onde atribuía a um fungo a doença chamada cárie do trigo e os estudos de Giovani Targioni-Tozetti (1767) que defendiam a idéia de que as ferrugens e carvões eram causados por fungos que cresciam debaixo da epiderme das plantas. Durante esta época predominava a teoria da geração espontânea.

Período de Predisposição

Iniciado no princípio do século XIX, este período se caracterizou pela catalogação de fungos em associação com plantas doentes. Desta época são destacados o trabalho do suíço Prèvost publicado na França, em 1807, onde apresentava o fungo Tilletia carie como responsável pela cárie do trigo, confirmando as ideias de Tillet propostas em 1755. Muitas restrições entretanto, foram feitas a este trabalho.

O nome de Franz Unger, botânico alemão, apareceu neste período pela sua teoria

1833; em que descrevia como distúrbios funcionais decorrentes de desordens nutricionais, que predispunham os tecidos da planta a produzirem fungos, o que estava de acordo com a teoria da geração espontânea. Embora com falhas, o trabalho de Unger apresenta o mérito de relacionar doenças com o ambiente.

A descrição de muitos parasita importantes como os pertencentes às Uredinales

(ferrugens), Ustilaginales (carvões) e Erysiphales (oídios) foram feitas durante este período.

Período etiológico

O período etiológico foi iniciado com o trabalho de De Bary, em 1861, quando conseguiu provas científicas de que a doença requeima da batata era causada por um fungo, Phytophthora infestans. Neste período predominou relatos e descrições da maior parte das doenças de plantas.

De Bary demonstrou ainda o fenómeno do heroicíssimo em ferrugem, estabelecendo nexo entre Aecidium berberidis Puccinia graminis, como sendo uma única espécie e que passava fases distintas em hospedeiros diferentes.

 A apresentação da teoria da evolução de Darwin; a descrição de doenças importantes como oídios, míldios, ferrugens e carvões. É neste período que a Fitopatologia se iniciou como ciência. Bary é considerado como o verdadeiro consolidador da escola patogenista patologia

Período Ecológico

A importância dos factores ecológicos foi reconhecida neste período, sendo o livro

“Handbook of Plant diseases” de Sorauer e considerado um divisor deste período com o anterior. Sorauer apresentava as doenças de causa parasitária e não parasitária e reconheceu pela primeira vez a importância dos factores ecológicos. Esta fase se caracterizou pelo reconhecimento da importância vital do meio ambiente na manifestação da doença, agindo tanto sobre a planta como sobre o patógeno.

Foram conduzidos estudos minuciosos sobre os mais variados factores do meio (climáticos, seráficos, nutricionais, sazonais). Foram iniciados estudos sobre epidemiologia, sobrevivência do patógeno, disseminação, penetração, condições predisponentes, ciclo biológico, resistência e predisposição das espécies vegetais aos diferentes patógenos, bem como os estudos correlatos sobre genética e melhoramento. Nesta época surgiu também os fungicidas mercuriais orgânicos para tratamento de sementes.

Período actual

Um período que pode ser chamado de fisiológico começou na década de 1940 e continuou durante os anos 50 tendo como característica os estudos sobre a fisiologia de fungos, de plantas, progresso da doença em condições de campo, ou seja, relacionavam-se com a interacção entre planta e patógeno. Muitos trabalhos sobre toxinas, enzimas e demais metabólicos foram feitos e abriram novas perspectivas à bioquímica em Fitopatologia.

Também neste período a epidemiologia tornou-se importante e desenvolveu seus conceitos e teorias. Finalmente, com o surgimento da biotecnologia na última década do século xx terminam o histórico da Fitopatologia dizendo que o tempo se encarregaria de dizer se um novo período, o período biotecnológico, estava se iniciando. Com certeza, actualmente, a biotecnologia e a engenharia genética estão presentes em grande parte dos estudos de Fitopatologia

 

Referências bibliográficas

BERGAMIN FILHO, A. KIMATI, H. História da Fitopatologia Manual de Fitopatologia princípios e conceitos Editora Agronômica Ceres, São Paulo p 2-12, 1995.

CUPERTINO, F. P, História da Fitopatologia Revisão Anual de Patologia de Plantas brasileira p31, 1993.