Conceito da Lógica

A lógica tem várias definições, entre elas:

A palavra Lógica deriva do termo Grego «Logos» que significa ciência ou razão, preposição, pensamento, isto é, tudo o que se refere ao saber humano em ordem à conquista da verdade.

Etimologicamente significa: ciência da razão ou do pensamento. Também pode ser a ciência do descuro racional ou ainda a ciência que estuda a  dimensão racional do discurso.

E a ciência das formas validas do pensamento;

É o estudo sistemático das formas ou procedimentos com os quais a razão elabora o saber;

A ciência das operações da inteligência, orientadas para a conquista da verdade;

A arte que orienta todo o acto racional, de uma maneira ordenada e isenta do erro

Há uma que é mais abrangente definido a lógica como a ciência que estuda as regras das operações validas e os processos utilizados pelas várias ciências em busca da verdade. A lógica é a ciência que estuda as condições do pensamento que procura alcançar a verdade.

Objecto da lógica

A lógica é a ciência das condições do pensamento correcto e do pensamento verdadeiro.

 Esta definição conduz-nos a ligação de que há um duplo objecto de estudo da lógica, nomeadamente; objecto formal e objecto material.

No objecto formal, a lógica procura-se com a análise da relação dos elementos envolvidos no enunciado, Se estes são correntes então tem nenhuma contradição interna.

No objecto material, analisa não se a coerência de enunciado mas também a sua concordaria como realidade.

Lógica espontânea e lógica como Ciência

A lógica espontânea se apresenta como a ciência que analisa as regras de produção de um raciocínio valido, não quer dizer que todo aquele que não teve tal instrução não  é capaz de elaborar enunciados lógicos

A inteligência humana impõe que se ordenam os pensamentos e que estes tenham uma concatenação entre si. Esta concatenação é a que se chama lógica e por ser co-natural ao Homem adjectiva-se por espontânea.

A lógica espontânea é a ordem que a razão humana segue naturalmente nos seus processos de carecer e nomear as coisas

A lógica como ciência – aparece a partir do momento em que o Homem toma os seus processos cognitivos como objectivo de estudo.

Classificação dos conceitos

Quanto à compreensão:

  • Simples – não tem (não podem ter) partes. Ex: ser (a ideia de ser);
  • Compostos – não divisíveis ou tem partes. Ex: homem, animal, planta;
  • Concretos – são aplicáveis às realidades tangíveis, sujeitos ou objectos corpóreos, papáveis. Ex: gato, cadeira, livro;
  • Abstractos – aplicam-se qualidades, acções, pensamentos ou estados de espírito. Ex: amor, paixão, ódio, amizade.

Quanto à extensão:

  • Universais – aplicam-se todos elementos de um conjunto ou classe. Ex: homem, caderno, lápis;
  • Particulares – aplicam-se apenas à parte de um todo ou classe. Ex: certos alunos, alguns pais, estes cadernos;
  • Singulares – aplicáveis apenas a um individuo. Ex: Mataka, Adija, Kwessane, este caderno.

Quanto à relação mútua:

  • Contraditórios – opõem-se e excluem-se mutuamente. Ex: alto/não alto, ser/não ser, bonita/ não bonita;
  • Contrários – opõem-se mas não se excluem. Ex: branco/preto, alto/baixo, bonito/feio;
  • Relativos – um não é sem o outro (implicação mútua). Ex: pai/filho, direita/esquerda, esposo/esposa.

Quanto ao modo de significação:

  • Unívocos – usam-se de um modo idêntico em diversos objectos. Ex: chamar planta ao pau-preto. O conceito de planta aplica-se tanto pau-preto como às outras plantas;
  • Equívocos – aplicam-se a sujeitos diversos, mas em sentido completamente diferente. Ex: canto, referindo-se ao ângulo formado por duas paredes de uma casa, ao som meio doso emitido por pássaros, ou ainda, ao coro de uma igreja;
  • Análogos – aplicam-se a realidades comparáveis, ou seja, não são completamente idênticos mas também não são completamente diferentes. Ex: pode dizer-se que o Denayo é um aluno brilhante; mas também que o anel de ouro é brilhante. O conceito brilhante, em Denayo, foi aplicado de modo análogo.

Quanto à perfeição com que representam o objecto:

  • Adequados – representam com perfeição o objecto. Ex: carnívoro, dedo do cão.
  • Inadequados – representam de forma imperfeita o objecto. Ex: aquático, referindo-se a rã;
  • Claros – levam ao reconhecimento do objecto;
  • Obscuros – são insuficientes para fazer reconhecer o objecto;
  • Distintos – distinguem-se nitidamente um objecto de outros;
  • Confusos – não ajudam na distinção do objecto no meio dos outros.

Os princípios da lógica

Princípios da razão

A razão está estreitamente ligado com a lógica tendo em canta que, a razão é a capacidade intelectual para pensar e exprimir-se correcto e claramente ou então é uma maneira de organizar a realidade pela qual esta se torna compreensível.

A lógica assenta-se em três (3) princípios fundamentais sem os quais, não haveria pensamento. Antes de estudarmos os princípios de razão que constitui a base de lógica clássica enunciado por Aristóteles, observemos antes aspectos de Validade Formal e Validade Material.

Validade Formal: refere se à estrutura ou a articulação dos elementos de um raciocínio ou argumento, isto é, à sua estrutura formal.

Validade Material: é a adequação do conteúdo do nosso raciocínio ou argumento à realidade pensada ou ao mundo real. Ex: Nenhum ser vivo é imortal.

Para aclarar melhor o que dissemos, convém sabermos o que significa os termos, «forma» e «matéria». Forma, diz se à estrutura do raciocínio ou pensamento, se é válido, ou a não valido. Enquanto que Matéria, diz se ao conteúdo de determinado raciocínio ou pensamento se é verdadeiro ou falso.

Os princípios da razão: são fundamentas e garantia da possibilidade da coerência do pensamento. São eles que pensamos em formular qualquer verdade. Os princípios da razão que são em número de três foram enunciados por Aristóteles em termos de coisas na lógica clássica, e hoje em dia, são enunciados em termos de proposição.

Proposição: é a expressão verbal de um juízo, ou seja, uma proposição lógica é uma frase «declarativa» sobre a qual se expressam um juízo, que se pode afirmar a falsidade ou verdade. Ex: todos os homens são seres vivos; os moçambicanos são africanos.

1-Princípio de Identidade: em termos de coisas

-uma coisa é o que é; o que é é, o que não é não é. A é A (A- designando qualquer objecto de pensamento.

Em termos de Proposição: uma proposição é equivalente a si mesma.

2-princípio de não contradição e a negação das proposições: em termos de coisas:

-uma coisa não pode ser e não ser simultaneamente, segundo uma mesma perspectiva.

Em termos de Proposições: uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, segundo a mesma perspectiva. Uma Proposição e a sua negação não podem ser simultaneamente verdadeiras; Duas Proposições contraditórias não podem ser simultaneamente verdadeiras.

Exemplo: Todo o Homem é mortal;

                Nenhum Homem ee mortal.

3- Princípio do terceiro excluído ou do meio excluído e negação dos conceitos: em termos de coisas:

Uma coisa deve ser, ou então não ser; não há uma terceira possibilidade, (terceiro excluído).

Em termos de Proposições: uma proposição é verdadeira ou então falsa não há outra possibilidade; se encaramos uma proposição e a sua negação, uma é verdadeira a outra é falsa, não há terceiro termo. De duas Proposições contraditórias, se uma é verdadeira, a outra é falsa, e se uma é falsa a outra é verdadeira não há terceira possibilidade

Exemplo: Todos os moçambicanos são pacíficos;

               Alguns moçambicanos não são pacíficos.

Além dos três (3) princípios acima citados, existem outros princípios a seguir alistados a baixo:

Princípio da causalidade: todo o efeito pressupõe uma causa;

Princípio da razão suficiente: tudo quanto existe tem razão suficiente em si mesmo, considerando a sua causa;

Princípio de substancialidade: tudo o que é acidental pressupõe a substância, o que muda supõe algo permanente;

Princípio da realidade: o mundo exterior existe;

Princípio da finalidade: todo o agente, age por um determinado fim, o fim é a 1ª causa na intenção e última na realização;

Princípio do determinismo: há uma ordem natural das coisas, tal que , as mesmas causas, postas nas mesmas circunstâncias, produzem os mesmos efeitos;

Princípio de inteligibilidade: o ser é inteligível, a ordem do ser é a ordem do pensamento.

Conclusão

Terminado o trabalho concluiu-se que: A lógica consiste em uma parte da matéria de filosofia que tem como objectivo, o estudo do pensamento lógico e racional sobre as coisas, permitindo que o ser humano desenvolva todas as suas habilidades cognitivas.

Isso desafia o pensamento sistémico de forma programada bem como, proporciona aos homens o desenvolvimento de uma inteligência focada na resolução de múltiplos problemas, se aquando a cada situação de forma a resolvê-la da melhor forma possível, activando assim, todos os tipos de inteligência existentes em um ser humano.

Os princípios da razão são fundamentos e garantia de possibilidade da coerência do pensamento. A sua importância é tal que eles não poderiam pensar nem formular qualquer verdade. Com efeito, quando pensamos, por exemplo, num chocolate ou num pão, pressupomos o princípio de identidade, dado que pensamos no pão e no chocolate pressupondo que pão é pão e chocolate é chocolate e não outra coisa que não seja, respectivamente, pão e chocolate. Os princípios da razão – que são em número de três foram enunciados por Aristóteles na lógica clássica em termos de coisas e são modernamente enunciados em de proposições.

 

Referência bibliográfica

BIRIATE Manuel Mussa; Eduardo Geque. Pré-universitário 11a classe. 1a Edição, Longman Moçambique, Maputo – 2010.