A teoria do conhecimento e uma disciplina filosófica que investiga quais são os problemas decorrentes na relação existente entre o sujeito e objecto do conhecimento, bem como as condições do conhecimento verdadeiro.

Antes de qualquer coisa precisamos dar uma definição ao que é o conhecimento, utilizando as palavras de Maria aranha conhecimento e o pensamento que resulta da relação que existe entre o sujeito que conhece e o objecto o que se conhece.

Certamente, o relativismo e o subjectivismo são as correntes mas aceitas pelos filósofos contemporâneos.

O conhecimento

No entanto o conhecimento pode designar o acto de conhecer, enquanto relação que se estabelece entre a consciência que conhece e o mudo conhecido. Mas o conhecimento se refere ao produto, ao resultado do conteúdo desse acto, ou seja, o saber adquirindo e acumulado pelo homem.

O conhecimento não só depende do objecto mas também do sujeito e enquanto depende do sujeito e passível de ilusão e erro que leva o homem a interrogar se sobre o que pode ou não conhecer, sobre o que vale ou não vale o que conhece. A função do conhecimento aparece assim como fonte de interrogações e problemas. E para responder aquelas e tentativa de resolver estas, a filosofia e levada a formular uma teoria do conhecimento. Assim o problema do conhecimento torna se portanto crucial e a filosofia precisa começar pelo exame da capacidade humana de conhecer. A teoria do conhecimento volta se para relação entre o pensamento e as coisas a consciência e a realidade, em suma o sujeito e objecto do conhecimento.

Portanto, o conhecimento e a apreensão pela mente a realidade circundante, ou seja, o conhecimento efectua se quando existe concordância entre concordância entre os elementos cognitivos do sujeito e as propriedades do sujeito.

Perspectivas de análise do conhecimento

As teorias explicativas sobre o conhecimento foram sempre um tema central na história da filosofia e na ciência. Entre as teorias científicas do conhecimento, pode se destacar a perspectiva filogenética, ontogenetica e a fenomenologia.

Perspectiva filogenética

A filogénese estuda a história da evolução humana, ou seja, a evolução de cada espécie nomeadamente a constituição dos seres humanos como sujeito cognitivos.

Ao entender da paleontologia humana, afirma que os homens nem sempre tiveram a mesma constituição e capacidades, pois o ser humano transformações significativas, desde a sua origem ate os dias actuais, e sua capacidade cognitiva foi evoluindo, pôs as dos primeiros homens era bem mais reduzida do que a actual. A explicação mais consensual a revolução da nossa constituição m0rfologica e funcional foi feita em simultâneo com os desenvolvimentos das nossas capacidades cognitivas memoria língua e pensamento, e esta de forma articulada com o desenvolvimento das nossas realizações e capacidades técnicas.

De acordo com o processo a cima mencionado, o homem teve um desenvolvimento bio˗psico˗social, fazendo com que as actividades sensoriomotoras passassem, através das experiencia, as actividades perceptivos˗motoras permitindo a interiorização de imagem que constituem o alicerce de linguagem e da reflexão

Ao longo do processo filogenético, o ser humano constituem se numa dialéctica entre a acção e o conhecimento e isto prova a possibilidade de novas e melhores acções e por sua vez possibilitam novos conhecimentos, sucessivamente. Assim todos esses factores de forma inter-relacionada contribuem para a espécie que hoje somos.

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Perspectiva ontogenetica

Segundo ontogenese encara o conhecimento como o processo de modificação adaptarão ao meio que desde nascimento ocorre em todos seres vivos.

Etnologicamente onto significa ser e génese aborda o conhecimento numa visão individual, partindo da análise das estruturas cognitivas do ser humano desde o nascimento ate ao seu pleno desenvolvimento. Assim esta perspectiva de conhecimento defende que na génese e no desenvolvimento das capacidades cognetivas da criança há um relacionamento necessário entre o indivíduo e o meio.

Segundo jean Piaget(197, um psicólogo suíço criador desta abordagem cientifica do conhecimento começou a estudar o modo como, em cada individuo se desenvolve a faculdade de se raciocinar considerando que a faculdade não esta pré constituída a quanto o nascimento de uma criança, chegando assim Piaget a conclusão de que na origem do conhecimento esta um processo dinâmico em que há uma permanente inteiração entre o sujeito e o meio.

Piaget demonstrou que a inteligência e anterior ao pensamento e que este se desenvolve em etapas que são frutos de gradual adaptação do meio. Assim o desenvolvimento ocorre porque o organismo amadurece i sofre influencia do meio físico e social.

Portanto a assimilação e acomodação são os dois processos que concorrem na formação nas capacidades cognitivas de uma criança que são presente os estádios de desenvolvimento. A assimilação e o processo mental através do qual a criança incorpora novos dados resultantes da sua relação com o meio, a acomodação e o processo mental pelo qual os mecanismos mentais são alterados em função das novas experiencias provenientes da assimilação.

O estudo deste processo de constitutivo das nossas capacidades cognitivas conduziu Piaget a descobrir quatro grandes períodos ou estádios que são caracterizados em função das capacidades de que um indivíduo dispõe a apreensão e organização da realidade.

  • Estádio da inteligência sensório-motor ( do nascimento aos 2 anos);
  • Estádio da inteligência pré-operatório (dos 2 anos a 7 anos);
  • Estádio das operações concretas (dos 7 anos aos 12 anos);
  •  Estádio das operações formais ou abstractas ( dos 12 anos  aos 16 anos).

Cada estádio representa uma forma de equilíbrio mas estável. Inata e apenas a necessidade de adaptação ao meio. Esta perspectiva do conhecimento e actualmente denominada por construtivismo.

Segundo o psicólogo contemporâneo Jean Piaget, fazendo um estudo unificado da psicologia com a biologia, elaborou o que ficou considerado como teoria de equilibracao, onde a firma existir uma inter-relação do indivíduo e o meio, com a vista a uma resposta cada vez mas adequada ao meio. E tal como acontece no desenvolvimento filogenético assim acontece no desenvolvimento do individuo (formação e desenvolvimento de estruturas cognitivas).

Segundo Piaget, a criança não e um adulto  em miniatura, o seu desenvolvimento mental progride através dos estádios definidos, os quais tem um sequencia fixa embora as idades que os balizam possam variar, conforme as oportunidades de aprendizagem.

A assimilação tende a acomodação e por sua vez a acomodação tende a assimilação formando assim a equilibracao

E assim que por este sistema de implicações a criança através da acção sobre o objecto vai formando desenvolvimento noções do espaço, tempo e numero, que lhe permite a aprender o meio. Tal acção e sempre resultado da inserção do sujeito no meio, o qual determina necessidade de intervir no meio.

Piaget considera que existe quatro factores que influi no desenvolvimento mental, a partir de uma estrutura nervosa hereditária, e o desenvolvimento da inteligência e influenciada por estes factores inter-relacionados׃

  • Maturação orgânica particularmente do sistema nervoso.
  • Experiencias como acção de movimente, que lhe permite organizar os objectos e pensamento que os envolve.
  • Interacção social a criança sofre influencia do meio sociocultural que a envolve. Essa influencia manifesta se logo na imitação, primeiro sintoma da sociabilização da criança. A criança antes de ser ela própria e já os outros׃ a maneira de fazer e ver que outros tem
  • Equilibracao- que permite reunir a maturação, a experiencia e a sociabilização de modo a construir e reconstruir as estruturas mentais.

Perspectiva fenomenológica

A fenomenologia do conhecimento não e uma descrição genética mas sim “pura” isto e, uma decriação de realidade entanto que tal. A única coisa que a fenomenologia aspira conhecer e o que significa ser (objecto) do conhecimento ( a matéria ou o conteúdo a conhecer) e ser “sujeito” cognoscente o que da a entender que conhecer e captar um fenómeno ou aquilo que acontece quando um sujeito apreende um objecto.

E como referimos anteriormente, a fenomenologia do conhecimento e a descrição pura e critica da realidade ou objecto feito pelo sujeito. Alias, a pura descrição do conhecimento ou do conhecer põe em relevo a indispensável coexistência, e, de certo modo cooperação, do sujeito e do objecto elementos que não são admitidos com o mesmo grão de necessidade por todas as filosofias, pois algumas insistem no primado do objecto, outras primados do sujeito e as restantes na equiparacao “neutra” sujeito e do objecto.

Toda via, a fenomenologia do conhecimento não reduz nem tão pouco equipara os elementos fundamentais do processo. Porem reconhece a necessidade do sujeito e do objecto sem precisar de saber supostas realidades anteriores a eles ou resultantes da sua fusão.

O homem deu se conta que no acto do conhecimento não entra apenas o objecto conhecido, mas também o sujeito que conhece. Portanto para a consciência crítica o acto do conhecimento envolve dois elementos essenciais que já havíamos falado acima.

  • Em todo o conhecimento a um sujeito cognoscente e um conhecido, um sujeito e um objecto encontram se frente a frente. No entanto a oposição dos dois não pode ser suprimida pois os dois são originariamente separados um ao outro.
  • O sujeito não e sujeito se não em relação a um objecto e vice-versa. Cada um e o que e em relação ao outro, cuja e uma correlação.
  • A relação construtiva do pensamento e dupla, porem não e reversível. No interior da correlação, sujeito e objecto não são permutáveis, pois cada um tem uma função diferente.
  • A função do sujeito consiste em aprender o objecto, a função do objecto consiste em ser apreendido pelo sujeito.
  • A apreensão acima descrita e vista como a saída do sujeito para fora da sua própria esfera e como uma incursão na esfera do objecto. Assim o sujeito apreende as determinações do objecto, fazendo-as entrar no seu mundo.
  • O sujeito não pode captar as propriedades do sujeito se não estando fora de si. Ora o sujeito não pode captar o objecto sem sair de si, porem não pode se ter a consciência do que e apreendido sem entrar em si, sem se reencontrar na sua própria esfera. Portanto, o conhecimento realiza-se em três tempos׃ o sujeito sai de si, esta fora de si, finalmente regressa a si.
  • Quando o sujeito sai de si para aprender o objecto não muda nada nele. Aprender o objecto não significa faze-lo entrar no sujeito, mas sim reproduzir neste as determinações do objecto numa construção que terá um conteúdo idêntico ao do objecto. O objecto não e modificado pelo sujeito, mas sim, o sujeito pelo objecto. No objecto nada cria-se novo, mas no sujeito nasce a consciência do objecto com o seu conteúdo e imagem do objecto.

 

Bibliografia

GEQUE EDUARDE. e BIRIATE, Manuel. Filosofia׃ pré-univercitario 11º classe. Maputo׃Longman, 2010.

ABBAGNAMO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo׃ Martins Fontes. 2007.

CHAUI, Marinela. Convite a filosofia. São Paulo׃ Editora atica, 2000.