A justiça é uma virtude ou qualidade humana que consiste na vontade firme e constante de dar a cada um o que lhe é devido segundo Aristóteles.
De acordo com Carlos Hernandes, a noção de justiça assume uma tripla demissão:
Estico pessoal – refere-se ao homem justo, como virtude pessoal, designa a imparcialidade e capacidade de colocar em cima as exigências maiores aos interesses subjectivos;
Estico social – funciona no âmbito do sistema político justo no qual existem relações sociais institucionalizadas e coerentes no interior das quais cada um recebe o que é seu, o que lhe corresponde. É dever do Estado dar a cada um dos seus cidadãos aquilo a que tem de direito;
Justiça legal – é o sistema de leis que estabelecem de modo positivo o que é seu, o que corresponde a cada um em diversas circunstâncias, neste caso a justiça é aplicada quando a lei é comprida.
Noção de dever
O dever e um princípio que está ligada a demissão ético pessoal e define o fim da acção e a sua moralidade, surge então a seguinte questão: o indivíduo que agi de acordo com as regras morais vigentes, que cumpre as leis do Estado, respeita os outros e os seus interesses, mais que o faz tendo como base o medo de ser punido caso não o faça, pratica acções morais?
Neste caso, é preciso entender e diferenciar a acção por legalidade e acção moral.
O indivíduo que cumpre as leis e as normas morais por serem boas e por serem legais e estarem de acordo com os seus interesses, agi por legalidade, porém o indivíduo que cumpre as normas por serem boas e por dever, diz-se que agi moralmente, por tanto, são acções morais aqueles realizadas de acordo com as norma assim como por dever. O dever é uma realidade interior que leva a vontade do agir de determinada maneira.
De acordo com Kant, o dever é um imperativo categórico, isto é, uma obrigação, visto que inspira incondicionalmente este imperativo, é obrigatório no sentido em que é fruto da escolha, da vontade, ou seja, o indivíduo pode escolher, é livre de escolher as suas acções.
Quando o indivíduo escolhe uma alão ou um dever, isto é, quando segue o imperativo categórico, a sua vontade é uma vontade boa e por isso realiza uma acção moral.
O imperativo categórico de Kant nos diz o seguinte ‟agi apenas segundo uma máxima, tal que pessoas ao mesmo tempo considerem e que ele se torne lei universal”, ou seja a regra particular que seguimos em determinadas acções particulares deveria ser aceite e utilizada por todos os seres humanos nas mesmas situações, isto é, deveria ser uma lei universal válida para todos os seres humanos.