A produção de milho e da mandioca aumentou significativamente. O feijão vulgar e a batata-doce também tiveram um aumento de produção considerável. Contudo, o aumento da produção representou um retorno aos níveis de produção verificados antes da guerra civil moçambicana. Tal aumento foi resultado de expansão da área de cultivo e crescimento da população rural devido ao retorno dos refugiados de guerra, e não um resultado de um aumento de produtividade agrícola.

Tradicionalmente, o algodão e o tabaco constituem as duas principais culturas de rendimento. Devido a sua rentabilidade financeira, o cultivo de tabaco está em expansão. Um estudo realizado no vale do Zambeze conclui que os produtores de tabaco possuem, em média, lucros anuais no valor de cerca de $731 dólares americanos, o que representa cerca de metade de todo valor de produção de culturas (Benfica, 2007).

Mas existem diferenças na rentabilidade do cultivo segundo algumas características dos agregados familiares. Por exemplo, o mesmo estudo conclui que a rentabilidade é consideravelmente menor no seio de agregados familiares chefiados por uma mulher. Apesar da rentabilidade do cultivo do tabaco, deve-se tomar atenção a sustentabilidade da expansão do seu cultivo. Isto porque a secagem do tabaco é muito exigente em termos de calor, e geralmente usa-se lenha para o efeito. O abate de árvores para a secagem do tabaco pode a longo prazo provocar problemas ambientais caso não haja reposição das árvores.

A produção do algodão enfrenta problemas de baixa produtividade agrícola e baixos preços do produto. Não obstante os esforços do Instituto do Algodão de Moçambique em aumentar a produtividade e a rentabilidade da produção do algodão, afirmam que produtores de algodão não possuem rendimentos superiores aos dos seus vizinhos não produtores de algodão. Esta constatação explica o abandono do cultivo desta cultura por parte de muitos produtores, e sua substituição por outras culturas de rendimento, tais como o gergelim.

Actualmente, culturas de rendimento “não tradicionais” estão a ser promovidas, como é o caso do gergelim. A CLUSA (Credit League of the United States of America), uma ONG Americana de poupança e crédito, está a apoiar um pouco mais de 3 mil produtores de gergelim na província de Nampula. Cabo Delgado, Tete, Manica e Zambézia constituem outras províncias com maior produção do gergelim. Durante a campanha agrícola 2008-09 Moçambique produziu cerca de 37 mil toneladas de gergelim.

Recentemente, a maior parte de investimentos em agro-processamento destina-se a cana-de-açúcar, tabaco e chá. A área colhida da cana-de-açúcar na campanha 2010/11 foi de 35 376 hectares, o que representa um aumento de 9%, em relação à campanha anterior. A produção obtida em 2010/11 foi a maior desde a independência, representando um crescimento de 12%, em relação a campanha anterior. Ademais, espera-se que se aumente a área de cultivo para 40 000 hectares na campanha 2011/12 em virtude do aumento na procura deste produto pelas 4 açucareiras nacionais que actualmente se encontram em pleno funcionamento.