Abordagem comunicativa
o Método Comunicativo é uma abordagem no ensino de línguas que prima pelo foco no sentido, ou seja, no significado, na interação entre os falantes, sua intenção e funções língüísticas. O ensino de paradigmas gramaticais fica em segundo plano ou é inteiramente suprimido. Numa aula por este método, o professor age como coordenador e facilitador da aprendizagem, providenciando materiais e circunstâncias para que o aluno pense e interaja na língua-alvo. Normalmente são realizadas tarefas em pares ou grupos, colaborativas ou dramatizações.
O Método Comunicativo ou Abordagem Comunicativa (AC) , como também é chamado, é um método para o ensino de línguas, que enfatiza a interação como meio de ensino como também o seu objetivo final. A AC é geralmente caracterizada como uma abordagem ampla para o ensino, em vez de um método de ensino com um conjunto definido de práticas de aula. Assim, o método comunicativo é mais frequentemente definido através de uma lista de princípios ou características gerais. Uma lista simplificada seria:
- Ênfase em aprender a se comunicar por meio da interação no idioma que se almeja (língua-alvo).
- A introdução de textos e discursos autênticos para a situação de aprendizagem.
- A possibidade dos alunos a se concentrarem, não só na linguagem, mas também no próprio processo de aprendizagem.
- As experiências pessoais do aluno como elementos que contribuem para a aprendizagem em sala de aula .
- Uma tentativa de ligar a aprendizagem de línguas em sala de aula com atividades de linguagem fora da sala de aula. (Atividades para praticar Inglês)
Na abordagem comunicativa para o ensino da segunda lingua, valoriza-se o “erro”, pois, o erro permite que o aluno possa, facilmente, aprender a lingua.
Competência Comunicativa
De um lado, a competência comunicativa é um termo em lingüística que se refere ao conhecimento do usuário da linguagem gramatical de sintaxe, morfologia, fonologia e similares, bem como o conhecimento social sobre como e quando usar expressões de forma adequada. A competência comunicativa na segunda ou na língua estrangeira é um modelo superior de objetivo no ensino de um novo idioma.
O conceito de competência comunicativa (CC) vem sido discutido por diferentes teóricos, desde que surgiu, há mais de 40 anos, em uma palestra proferida pelo antropólogo Dell Hymes (1971). A fala de Hymes deu origem ao texto On Comunnicative Competence, trazendo ideias que discordavam da dicotomia competência/desempenho proposta por Chomsky nos anos 60. Chomsky acreditava que os estudos sobre língua, bem como os conceitos de competência e desempenho a ela relacionados, não consideravam um falante envolvido em contextos reais de uso, mas um falante ideal, não influenciado por fatores socioculturais. Ao criticar tais posicionamentos, Hymes criou um conceito complexo e abarcador, o de CC, termo que descreve a competência como algo que abrange muito mais que o mero conhecimento de regras gramaticais e sua aplicação de maneira descontextualizada. Hymes considera o contexto social e a interação entre os comunicantes como fato essencial para o desenvolvimento da competência comunicativa do falante, definindo-a como “o aspecto de nossa competência de uso de uma língua que nos possibilita transmitir e interpretar mensagens e de negociar significados interpessoalmente dentro de contextos específicos”.
De outro lado, a competência comunicativa é a capacidade do usuário da língua de produzir e compreender textos adequados à produção de efeitos de sentido desejados em situações específicas e concretas de interação comunicativa. Portanto, é a capacidade de utilizar os enunciados da língua em situações concretas de comunicação.
Propõe-se que o objetivo prioritário do ensino de língua seja desenvolver a competência comunicativa, levando o aluno (enquanto usuário da língua) a incrementar de modo progressivo sua capacidade de escolher e combinar adequadamente cada vez um maior número de recursos linguísticos para dizer o que quer, ou seja, para produzir determinado efeito de sentido por meio de seus textos e, ao mesmo tempo, adequar o ato verbal às situações de comunicação, o que tem a ver diretamente com a competência discursiva.
Didactica da lingua segunda
As metodologias de ensino de uma L2 devem proporcionar a aquisição e o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos aprendentes não falantes da língua-alvo. Assim, o professor deve ter em conta os seguintes princípios:
- O aluno tem uma tendência natural para se comunicar em qualquer língua;
- O aluno aprende a comunicar comunicando-se;
- O primeiro modo de comunicação linguística é através da oralidade e só depois vem a escrita;
- O aluno deve compreender primeiro o que os outros dizem e depois falar;
- O aluno deve compreender o que lê e depois escrever;
- O aluno aprende melhor uma língua quando é encorajado a tomar a iniciativa para comunicar;
- O aluno aprende melhor uma língua quando comunica em diferentes situações e aborda diferentes temas;
- O aluno deve estar informado, desde o início, sobre os objectivos da aprendizagem da língua portuguesa.
Condições que favorecem a aprendizagem de uma língua segunda
O Manual de Oralidade de Língua Portuguesa – Educação Bilingue, da Associação Progresso 2011, e o Programa de Educação Bilingue para o 1.° Ciclo do Ensino Básico da 1.ª e 2.ª classes, citando Krashen, descrevem as condições ou “as 7 coisas mágicas” para uma boa aula de língua segunda, nomeadamente:
a)Meio ambiente sem preocupação ou ansiedade – o aluno aprende bem quando não está preocupado e m cometer erros, que são normais quando se aprende uma língua. O professor deverá estimular a participação dos alunos e tal só pode ser conseguido se eles não forem inibidos.
b) Informação compreensível – o aluno aprende a falar a língua, se tiver informação na L2 que tenha significado segundo o contexto, como imagens, acções, etc.
c) Enfoque na comunicação – as actividades de comunicação, em que o aluno deve falar para resolver um problema ou atingir um objectivo, estimulam a aprendizagem.
d) Língua contextualizada – os aprendentes devem dominar o vocabulário de que precisam para comunicar em diferentes contextos de comunicação, devendo estes ser familiares e ricos para permitir ao “aprendente” relacionar o que se diz na L2 e o mundo circundante.
e) Aceitação de erros – na fase inicial da aprendizagem, se os erros não prejudicam a comunicação, não se devem corrigir constantemente. O aluno deve sentir-se livre para falar e praticar; vai auto-corrigir-se, na devida altura, com o apoio do professor.
f) Respeito pelas etapas de aquisição da língua – em classes iniciais, o aluno vai aprender a falar, pouco a pouco, vai poder expressar-se melhor, e o professor deve desafiar o aluno neste processo. As etapas são progressivas. Se os alunos não estiverem preparados para passar para a etapa seguinte, não vale a pena sair da etapa em que estiverem.
g) Professor facilitador – o trabalho do professor é de criar actividades que providenciem oportunidades para os alunos praticarem o que estão a aprender.
Referêrencias Bibliográficas
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