A formação de Motivos
A palavra Motivo provém do latim movere que significa “mover”. Motivação é a predisposição para realizar acções necessárias numa actividade de modo a alcançar um objectivo, RODRIGUES & BILA (2007). Portanto, o professor motiva aos alunos quando, ao introduzir uma nova matéria, começa a explicar a importância da matéria a ser estudada e, ao longo do tratamento da matéria, coloca questões aos alunos e que a partir das suas experiências na caracterização do novo conteúdo.
Teorias de motivação de aprendizagem
As teorias de motivação de aprendizagem são: teorias Behavioristas; teorias Cognitivas e; teorias Humanistas.
Os Behavioristas explicam motivação como sendo provocada pelo reforço, podendo ser reforço positivo, as recompensas, a aprovação, o elogio na resolução correcta das tarefas, a estimulação dos alunos que erram através de encorajamento e acompanhamento na solução de tarefa, a criação de vivenciais positivas no processo de ensino-aprendizagem na escola, bem como a aprovação, o elogio, e encorajamento da criança pelos pais e encarregados de educação são condições de motivação para aprendizagem.
Os Cognitivistas defendem que a compreensão da importância dos conteúdos, bem como da matéria é uma condição fundamentalmente para a criação de interesse e, consequentemente da motivação
Os Humanistas apresentam uma hierarquia de necessidades designadamente fisiológica, de segurança, de filiação, de estima e de auto-realização, dos quais são condições para motivação de aprendizagem, Abrunhosa & Leitão, citado por Rodrigues & Bila (2007).
Tipos de Motivação
Segundo MWAMWENDA (2004) a motivação divide se em dois tipos a saber: intrínseca e extrínseca.
Motivação intrínseca refere-se aos factores interiores que predispõem o individuo a aprender de forma persistente e dirigida, tais como as necessidades de aprender a matéria, procedimento, atitudes, o interesse e o ideal.
Motivação extrínseca refere-se aos factores exteriores que predispõem o individuo a aprender de forma persistente e dirigida, tais como: prémios, elogios, aprovação social, benefícios materiais.
Motivação para aprendizagem na ontogénese
Na idade pré – escolar a criança pode ser motivada através de jogos, pelas vivências positivas das actividades tais como; canto, dança, histórias, dramatização e ainda as características exteriores dos objectos, a cor, o tamanho e a forma.
Na idade escolar a criança possui uma grande vontade de aprender a ler, escrever e contar. As vivências positivas de êxitos na escola também são determinantes para a motivação da criança para a aprendizagem e elas vão se esforçar nos estudos para agradar aos pais consequentemente, aprendem a gostar das disciplinas de acordo com as suas vivências de êxitos e fracassos.
O professor deve promover a motivação através da apresentação dos conteúdos, visando promover acções com os objectos, observar objectos reais, observar representações, imagens para chegar aos conhecimentos. Deve – se também promover o acompanhamento individual a aprendizagem dos alunos, reforçando positivamente o seu progresso de aprendizagem e impulsionando o aluno na procura de alternativas de solução de seus erros.
Na adolescência os alunos começam a ter preferência de certas disciplinas. À medida que a idade aumenta começam a ganhar a consciência da necessidade de estudar para seguir uma profissão. A motivação nesta fase deve ser incentivada através de:
- Apresentação da utilidade das disciplinas que o Professor lecciona bem como de cada conteúdo;
- Apresentação dos conteúdos conteúdos de forma compreensível, promovendo uma aprendizagem significativa e pela descoberta;
- Apresentação de conteúdos através de acções e analise de imagem sempre que os alunos não possuírem experiências anteriores sobre o conteúdo a ser tratado;
- O uso de tecnologias educativas que permitam uma análise e uma síntese e ilustração compreensível dos conteúdos a serem aprendidos
Relação entre a motivação e aprendizagem
- Sem motivação não há aprendizagem;
- Os motivos geram novos motivos;
- O êxito na aprendizagem reforça a motivação;
- A motivação é condição necessária, porem, não suficiente.
Atitudes de aprendizagem
Atitude é um estado mental e neural de prontidão, organizada através da experiencia, exercendo uma ordem ou influência dinâmica sobre respostas individuais diante de todos objectos e situações com que ele se relaciona.
O grupo entende atitude como as qualidades da personalidade as quais são relativamente estáveis adquiridas no decurso da vida através da aprendizagem. Exprime as relações subjectivas da personalidade, as condições, concepções e normas.
Dimensão de atitudes
As atitudes apresentam três diferentes dimensões a saber: cognitiva, afectiva e comportamental.
Dimensão cognitiva – é relacionada com as ideias e proposições que caracterizam as classes de objectos, eventos ou pessoas de suas relações.
Dimensão afectiva – diz respeito as emoções ou sentimentos que acompanham as ideias.
Dimensão comportamental – é pertinente a predisposição ou prontidão para acção.
Existem três tipos de situações de aprendizagem tem sido estudadas como capazes de produzir aprendizagem de atitudes: condicionamento clássico, condicionamento operante e modelação humana. Para Gagne (1977), os três tipos de situações de aprendizagem são eficazes no ambiente escolar, mas a mais aplicável e efectiva é a modelação humana.
As condições para a aprendizagem de atitudes
Condições internas
- O aprendiz deve possuir os conceitos as classes de objectos, eventos ou pessoas as quais à atitude (nova ou modificada) será dirigida;
- O aprendiz precisa ter conceito de fontes ou modelo humano
- O aprendiz precisa perceber o modelo como atractivo, forte e com elevada credibilidade
Condições externas
- Estabelecer a credibilidade do modelo humano;
- Estimular a lembrança de conceitos e informações importantes;
- Estimular a lembrança de acontecimentos em que a atitude é aplicável;
- Possibilitar que o modelo humano demonstre ou comunique a escolha desejada de acção pessoal;
- Indicar que existe uma situação de recompensa para o modelo após a demonstração ou a comunicação da escolha;
- Reforçar as escolhas desejadas de acção pessoal
Referencias Bibliográficas
GAGNI, R.M. Como se realiza a Aprendizagem. Livros Técnicos e Científicos Editora. São Paulo.1971.
MARCONI Maria de Andrade e LAKATOS Eva Maria. Metodologia Científica, 5ª edição, Editora ATLAS. S.A. São Paulo 2010.
MWAMWENDA, Tuntufye S. Psicologia educacional – Uma Perspectiva Africana. 1ª edição. Maputo. Texto Editores. 2004.
PILETTI, Claudino. Didáctica; Cortez Editora; São Paulo.1990.
RODRIGUES. Armando & BILA, Luis.V; Modulo de Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem; UP. Moçambique.