Os métodos são obrigatoriamente vinculados aos objectivos gerais e específicos, as decisões de selecciona-los para utilização didáctica, dependem de uma metodologia mais ampla do processo educativo, por tanto, ver-se-á a seguir a classificação dos métodos de ensino, assim como as respectivas vantagens e desvantagens
Método de ensino
Libânio (2006: 159) afirma que: ‟o conceito mais simples do método é o de caminho para atingir objectivosˮ.
Skatkin citado por Nivagara (s/d: 156) diz que, os métodos de ensino podem ser definidos como as formas de organizar a actividade cognitiva dos alunos, que assegura o domínio do conhecimentos, dos métodos do conhecimento e actividade prática, assim como a educação do aluno no processo docente.
Métodos de ensino, são acções do Professor no sentido de organizar as actividades de ensino, a fim de que os alunos possam atingir os objectivos em relação a um conteúdo específico, tendo como resultado a assimilação dos conhecimentos e desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos.
Métodos de ensino são um conjunto de acções, passos, condições externas e procedimentos utilizados intencionalmente pelo Professor para dirigir e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos
Todos os Homens têm objectivos a alcançar, e estes (objectivos) não se alcançam por se só, necessitando da actuação do possuidor dos mesmos para a respectiva concretização.
Assim sendo, o Cientista tem como objectivo principal, a obtenção de novos conhecimentos e para tal utiliza Métodos de Investigação Cientifica e os estudantes tem como objectivo, adquirirem o conhecimento e para tal, utiliza métodos de assimilação do conhecimento (Libânio, 2006: 151).
Classificação dos Métodos de Ensino segundo Piletti
Piletti (1994: 109) propõe os seguintes métodos:
Métodos tradicionais – os alunos neste método, são agentes passivos cabendo ao professor transmitir os conhecimentos e aos alunos receberem. As descobertas dos alunos não têm nenhuma importância, cabendo a este memorizar, ouvir e repetir (aula expositiva dogmática).
Novos métodos ou métodos activos – este método privilegia a participação activa do aluno durante as aulas, destacando os aspectos da vida social do aluno como factor para o desenvolvimento intelectual e moral. Subdividem-se em: Método Montessori, Método de Solução de Problemas, Método de Projecto, Centro de Interesse, Trabalho em Grupo, Unidades Didácticas e Método Psicogenético.
Método de exposição pelo Professor
Para Piletti (1994) este Método assume duas posições:
Dogmática – a massagem transmitida não pode ser contraída, devendo ser aceite sem discussões e os alunos tem a obrigação de repeti-la:
Posição de diálogo – aqui participam ambas as partes, aluno-professor.
O professor ao utilizar este método deve observar alguns procedimentos como:
Estabelecer com clareza os objectivos da exposição, planejando de forma sequencial os tópicos que constituirão a exposição;
Promover exercícios rápidos e objectivos da exposição, recapitulando as aulas passadas;
Observar o estado do cansaço e aborrecimento de cada estudante durante as aulas e o professor deve tentar ser visível a todo custo toda aula, passeando enquanto fala.
Vantagens:
É claro e objectivo;
Se importa com o cansaço físico e psicológico do aluno.
Desvantagens:
No caso da exposição dogmática, não abre espaço para a contribuição dos alunos;
Exige a movimentação contínua do professor.
Método Montessori
Maria citada por Piletti (1994: 107) diz que, este método centra-se essencialmente na criança, pois este tem particularidades especiais em relação aos adultos e a criança tem uma energia latente, bastando-lhe o ambiente específico para o seu autodesenvolvimento e estabelece alguns princípios: liberdade, actividade, vitalidade e individualidade.
Vantagens:
Promove o autodescobrimento dando a liberdade e material as crianças;
Este método da opinião deque os alunos devem aprender todas as actividade (curriculares e extracurriculares).
Método Decroly
Piletti (1994: 112), exprime que esse método tem em conta a evolução natural em relação aos interesses da criança, sendo que esta é egocêntrica interessada com suas coisas, com a sua família e mais tarde com os problemas de humanidade. Esse método oferece ao aluno primeiramente os conhecimentos dos factos que mais se relacionam com a sua vida passando por três (3) fases: observação, associação e expressão.
Vantagens:
Associa o meio natural em que o aluno vive com teoria;
Favorece a adaptação do aluno com o meio social em que este vive.
Desvantagens:
Necessita de um professor bastante qualificado e criativo;
Inexistência de espaços nas escolas para o cultivo de hortas, jardins e aquários.
Método de unidades Didácticos
De acordo com esse método, o ensino deve ser desenvolvido através de unidades amplas, significativas e coesas. Parra citado por Pletti (1994) define unidade como um aspecto completo e significativo do meio de uma ciência organizada de uma conduta, que uma vez apreendido resulta em uma adaptação da personalidade. O seu desenvolvimento passa por 5 fases: actividades iniciais, planeamento das unidades e subunidades, execução, actividades conclusivas e por ultimo a verificação dos resultados.
Vantagens
A organização dos conteúdos em unidades pequenas facilita a compressão da matéria:
Evita a mistura do conteúdo.
Método de trabalho em grupo
Para Piletti (1994: 115), o trabalho em grupo oferece ao aluno a oportunidade de estabelecer a troca de ideias e opiniões desenvolvendo habilidades necessárias para prática da convivência de pessoas.
O trabalho em grupo colabora para complementar, fixar, enriquecer conhecimento e experiências desenvolvendo responsabilidade;
Treina a capacidade da liderança, aceitação do outro, senso critico e espirito de cooperação;
A formação de grupos pode ser de formas espontâneas ou dirigidas;
São grupos espontâneos, aqueles feitos livremente e são dirigidas dos aqueles que os alunos se reúnem por determinação do professor.
Vantagens:
Treinamento de capacidade de liderança;
Promove encontros aprofundados aos alunos.
Desvantagens:
Podem surgir conflitos partindo do desrespeito de alguns para com os outros;
Outros alunos não participam.
Métodos de solução de problemas
Para esse método Pilette (1994: 119) diz que, ensinar é apresentar problemas e aprender é resolver problemas e fundamenta-se nos seguintes princípios:
Os hábitos só resolvem fenómenos rotineiros, sendo assim tarefa das escolas desenvolver um caracter reflectivo como forma de resolução de novos problemas;
Explicar ao aluno o porquê das coisas;
O conteúdo deve ter um valor aplicável na vida.
Na solução de problemas, deve se obedecer algumas etapas:
Formulação de problema, levantamento de possíveis soluções, avaliar de uma forma critica as soluções obtidas e por fim a aprovação das soluções aceitáveis.
Vantagens:
Valoriza a inovação na medida em que procura outras formas de resolver problemas;
Esclarece o valor dos conteúdos.
Método de projecto
Piletti (1994: 121) diz que, neste método o aluno deve ser activo que concebe, prepara e executa o próprio trabalho e o Professor dirigi-lo sugerindo-lhe ideias uteis e auxilia-lo se necessário.
Tem os seguintes objectivos:
Estimular o pensamento criativo;
Desenvolver capacidade de observação, analise e critica;
Valoriza as necessidades de cooperação dando oportunidades ao aluno de comprovar suas ideias por meio da aplicação:
Vantagens:
Estimula a criatividade;
Dá a oportunidade ao aluno de provar com A e B as suas ideias às praticando.
Método Psicogenético
Para Piaget citado por Piletti (1994: 121), o pensamento é a base em que se assenta a aprendizagem. Este método, privilegia a prática de actividades objectivas do aluno e do Professor, direcção de actividades e mudanças do comportamento. O pensamento é a manifestação da inteligência uma vez que este é um fenómeno biológico que vai desenvolver-se em fases:
Desenvolvimento do pensamento sensório-motor – dos zeros até aproximadamente aos dois anos;
Aparecimento e desenvolvimento do pensamento simbólico – de um ano e meio e vai até aproximadamente aos cinco anos;
Pensamento intuitivo – de quatro há sete ou oito anos, aparecimento do pensamento preparatório (operações concretas);
Aparecimento e desenvolvimento das operações formais – a partir dos onze ou doze anos em diante.
Vantagens:
Estimula mudanças comportamentais na medida em que o ser vai crescendo.
Desvantagens:
Não prevê as implicações que possam surgir para os indivíduos que por ventura não tenham passado por certos estádios dentro dos limites por ele estabelecidos.
Relação entre objectivos-conteúdo-meios-métodos de ensino
A escolha e organização dos métodos de ensino devem corresponder as necessárias unidades, objectivo-conteúdo-meios-métodos, as formas de organização do ensino e as condições concretas das situações didácticas. Qualquer que sejam:
Os métodos de ensino dependem dos objectivos imediatos da aula;
A escolha e a organização dos métodos dependem dos conteúdos específicos e dos métodos especiais de cada disciplina e dos métodos utilizadas para sua assimilação;
A escolha dos métodos implica o conhecimento das características dos alunos (capacidades cognitivas e características socioculturais e individuais);
Os métodos são a forma pelo qual os objectivos e conteúdos se manifestam no processo de ensino.
A relação entre objectivos-conteúdos-meios-métodos de ensino tem como característica a mútua interdependia. A matéria de ensino é um elemento de referencia para a elaboração dos objectivos que, uma vez definido a orientação e articulação dos conteúdos e métodos tendo em vista a actividade de estudo dos alunos. Por sua vez, os métodos, à medida que expressam formas de transmissão e assimilação de determinadas mateias, actuam na selecção de objectivos e conteúdos (Libânio: 2006: 154).
Importância dos métodos de ensino
Tendo em conta que, métodos de ensino refere-se ao caminha que se usa para assimilação do conhecimento no Processo de Ensino e Aprendizagem, pode se dizer que os métodos de ensino são de capital importância pós, servem de guia, bússola ou orientam o processo de ensino e aprendizagem.
Referência bibliográfica
NIVAGARA Daniel. Didáctica Geral: Apreender e Ensinar, Ibrahimo Khan Editora, S/d;
Piaget, Jean. A equilibração das Estrutura Cognitivas, São Paulo Zahar Editora, 1975;
PILETTI, Claudino. Didáctica Geral, Ática Editora 23a Edição, São Paulo, 1994.