A Educação como um processo de transmissão do património sociocultural, técnico e científico da Humanidade sempre ocorreu, mesmo antes da existência da escola bem como dos métodos de Educação reconhecidos como tais.

Inicialmente, a Educação era a transmissão de formas de acção que ajudavam o Homem a aproveitar-se da Natureza. Nesta ordem de ideia, Monroe citado por Piletti (1993), pressupõe que a Educação Primitiva tinha por objectivo a promoção do ajustamento da criança ao ambiente típico e social por meio da aquisição da experiência de gerações passadas.

A estrutura da Educação era simples e entre os povos primitivos a criança adquiria conhecimentos por meio da imitação e cerimónias de iniciação. Portanto, por meio da imitação as crianças brincavam com pequenas reproduções de instrumentos utilizados pelos adultos e numa fase posterior elas participavam das actividades dos adultos onde aprendiam as diversas ocupações da tribo como a construção de utensílios, a pesca, a caça e o trabalho agrícola.

As cerimónias de iniciação possuíam um especial valor educativo e consistiu na cerimónia de admissão do jovem adolescente à comunidade adulta da tribo. O valor educativo das cerimónias de iniciação incidia nos seguintes aspectos:

Valor Moral: as crianças aprendiam a suportar a dor, pela submissão à mutilações, a tolerar as circunstâncias difíceis e a fome pela exposição ao tempo e falta de alimentação;

Valor Social e Político: a criança aprendia a obediência e a reverência aos mais velhos, bem como a servir aos idosos e a suprir as necessidades da família;

Valor Religioso: nestas cerimónias existiam os animais ou plantas que eram o centro do culto. Este, geralmente, era considerado um antepassado mítico da tribo, de que esperavam protecção;

Valor Prático: os jovens aprendiam os métodos de captura de certos animais, a arte de acender o fogo, de preparar os alimentos entre outros.

Por outro lado, existia uma característica comum nos povos primitivos o animismo, que consistia na crença de que todas as coisas possuíam alma ou espírito. Portanto, a aprendizagem das formas que permitiam a convivência pacífica com os espíritos que habitavam os objectos de que se precisavam constituía a parte mais importante da educação nestes povos.

As cerimónias de iniciação serviam para transmitir aos jovens a explicação do universo para torná-los capazes de assegurar um satisfatório ajustamento às suas exigências. Haviam determinadas pessoas que lhes cabia a direcção das cerimónias de iniciação que variavam desde chefes de grupos familiares, feiticeiros, curandeiros, etc.

Nas sociedades primitivas destacavam-se a Educação chinesa e hindu. Nestas primitivas civilizações orientais a necessidade de dominar línguas geralmente muito difíceis fez com que a Educação girasse em torno do domínio da linguagem e literatura.

A Educação centrava-se no conhecimento de uma linguagem tecnicamente complexa, difícil de dominar, e na posse da sabedoria do passado contida na sua literatura. Esta literatura expunha as formas de conduta, o cerimonial religioso e era exclusiva da classe sacerdotal, isto é a classe dominante.

Entretanto, nos povos orientais, a Educação consistia em conduta e actividades práticas dadas pelos sacerdotes, pela classe literária governante e pelos adultos das famílias. Portanto, na sociedade oriental a Educação visava conservar, reproduzir o passado mediante a supressão da individualidade