Na Educação grega a Educação era a oportunidade para o desenvolvimento individual. Como resultado dessa característica surge um novo conceito de Educação, a Educação Liberal, uma educação que habilitava o indivíduo a tirar proveito da sua liberdade ou dela fazer uso.

Na Educação grega deu-se mais oportunidade para o desenvolvimento individual e os ideais gregos eram: liberdade política e moral, desenvolvimento intelectual, e racionalidade. Contudo, os privilégios do desenvolvimento intelectual eram limitados aos homens livres.

Segundo Piletti (1993), os ideais da Educação grega foram resultado de uma lenta evolução podendo-se destacar os seguintes períodos:

A Educação no Período Homérico (900-750 a.C.) – onde os ideais de Educação apareciam nos poemas Ilíadas e Odisseia. A Educação teve um carácter eminentemente poético;

A Educação Espartana (750-600 a.C.) – o objectivo da Educação era dar a cada indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de obediência às leis que tornassem um soldado ideal. Esta era controlada pelo Estado;

A Educação Ateniense (600-450 a.C.) – o ideal era a formação completa do Homem (física e intelectual). O Estado assegurava a liberdade pessoal, criando as condições vantajosas para a Educação;

A Educação Sofista (450-400 a.C.) – o termo sofista designa uma nova classe de professores que surgiram devido a falta de meios para ministrar uma Educação que proporcionasse ao indivíduo condições de êxito pessoal impostas pela sociedade. Esta classe de professores recebia, em troca das aulas que ministravam, elevados valores monetários. Portanto, nos seus ensinamentos, os sofistas, acentuavam de forma exagerada o valor da individualidade. É destes que surge o termo de Pitágoras, “o Homem é a medida de todas as coisas”.

O Período dos Grandes Filósofos (400-300 a.C.) – as deficiências do sistema ateniense de Educação fez com que se repensasse na Educação de modo a resolver o problema que consistia em formular um ideal educativo que pudesse satisfazer as necessidades institucionais e o bem do colectivo, para promover o desenvolvimento completo da personalidade.

Neste período destacam-se filósofos como:

Sócrates (470-399 a.C.) – com o slogan “conhece-te a ti mesmo” afirma que é na consciência individual que se deve procurar os elementos determinantes da finalidade da vida e da Educação. Este, desenvolveu o método socrático “a ironia” – que consistia em perguntar fingindo ignorar –, e “maiêutica” – que consistia em fazer outras perguntas para levar o interlocutor a descobrir a verdade.

Platão (428-348 a.C.) – concordava com Sócrates sobre a necessidade de se procurar uma nova base moral para a vida, a qual deveria se encontrar em ideias e na verdade universal. Para ele, a Educação é um processo do próprio educando mediante o qual são dadas à luz as ideias que fecundam a mente. Dai que, o papel do educador consistia em promover no educando o processo de interiorização através do qual o educando podia sentir a presença das ideias. Eram conteúdos da Educação: os exercícios corporais, a cultura estética e moral, a formação científica e filosofia.

Aristóteles (384-322 a.C.) – ao contrário de Platão e Sócrates, afirmava que a virtude está na conquista da felicidade e do bem, enquanto que para os primeiros estava na posse do conhecimento pelo indivíduo. Aristóteles, desenvolveu seu conceito de Educação partindo da ideia de imitação. Segundo ele, o Homem se educa na medida em que copia a forma de viver dos adultos. É conhecido como o maior sistematizador, visto que vem dele a ideia de que a Educação deve compreender um plano metódico.

Os povos romanos também influenciaram em grande parte a Educação da Antiguidade Clássica, pois, o seu ideal de Educação visava a concepção de direitos e deveres, daí que esta tinha uma finalidade prática e procurava alcançar resultados concretos adaptando os meios aos fins. A característica fundamental do método da Educação romana era a imitação. Portanto, cabia a Educação desenvolver aptidões nos indivíduos para cumprir os seus deveres como cidadãos romanos.

A Educação estava centralizada na formação do carácter moral das pessoas daí que a família desempenhava um papel importante.

Tal como a Educação grega, o desenvolvimento da Educação romana também foi gradual. Numa primeira fase era dada praticamente no lar e mais tarde, com a expansão do império romano, surgiram as escolas elementares que passaram a ministrar a leitura, a escrita e a conta.

Por influência da cultura grega, houve alterações substanciais que alteraram a Educação romana. Surgiram novas instituições de Educação que passaram a ministrar novos conteúdos como gramática, retórica e mais tarde direito e filosofia. Foi a partir destas instituições que se tornou possível o surgimento das universidades.