Desde cedo a FRELIMO insistiu na importância e necessidade de educação para o avanço da própria luta. Para Eduardo Mondlane a educação era uma condição político-ideológica básica para o sucesso da luta:

O problema do treino não envolvia apenas o aspecto militar. As deficiências do sistema educacional português significava que o nosso movimento tinha uma enorme falta de quadros em todos só campos, podíamos compreender que o bom resultado da futura acção armada criaria necessidade de gente com qualificações técnicas de certo nível de educação básica. Acima de tudo o estado de ignorância na qual toda a população tinha sido mantida, dificultou o desenvolvimento da consciência política e ainda mais o desenvolvimento do nosso país depois da independência.

Tínhamos, e temos a tarefa de recuperar anos de dirigentes, negligencias, sobre o domínio português. E, assim, foram concebidos lado a lado um programa militar e um programa educacional como aspectos essências da nossa luta.

Esta fazia-se fundamentalmente sobre o princípio, negação e ruptura com o colonialismo e com os aspectos negativos da tradição (SNE). Uma ruptura com o sistema nacional de educação colonial que servia aos interesses da burguesia colonial e não correspondia por seguintes, as demandas da revolução “como primeiro passo do programa educacional – diz Eduardo Mondlane, uma escola secundária, o instituto de Moçambique foi fundado em 1963 em Dar-es-Salam (capital da Tanzânia) para educar crianças moçambicanas que já tinham saído de Moçambique enquanto ao mesmo tempo se providenciava sentido de que houve bolsa de estudo para instituto estrangeiro de altos estudos, destinados aqueles refugiados que possuíam qualificações adequadas “em quanto isso, o departamento educacional da frelimo encarregou-se a de “ preparar um sistema de educação no interior de Moçambique logo que o programa militar tivesse ido suficientemente longe para dar a segurança necessária”.

Mas também a educação surgia como reivindicação popular

Com forme o testemunho da revista de Moçambique revolution 43, de Abril-Junho de 1973 “ logo seguir ao desencadeamento da luta armada, um grupo de anciões foi ter com o presidente Mondlane e falou nestes termos: Sabemos que a guerra será longa nos já somos velhos. Não pedimos nada para nos, mas é necessário que as nossas crianças vão a escola. Estamos prontos para todos os sacrifícios, esta é a única coisa que pedimos a frelimo”.

Trata-se de transformar qualitativamente a educação e o crescimento quantitativo de escolas ou centros educacionais para responder as necessidades da luta as exigências populacionais ou seja. “ A nova escola devia permitir a apropriação duma maneira de pensar e agir”. A organização da produção e do consumo autónomo a promoção de um desenvolvimento caracterizado pela melhoria das condições de vida é capaz de conferir-lhe um papel dirigente na sociedade e na económia, criar um sistema de educação condizente, diferente da educação colonial e tradicional rejeitando, ao mesmo tempo “ a educação formal académica como modo legítimo da educação” e introduzir “ forma mais amplas e permanentes de educação”.

Foi se configurando assim, nas zonas libertadas a escola como sendo de formação da frelimo, esta tomando no sentido de um povo organizado em frente de luta pela sua libertação e emancipação;

Centros de combate as concepções e hábitos da cultura tradicional, a que adicionava a iniciativa e a criatividade pregada por um novo tipo de relacionamento entre os jovens e velhos entre os homens e mulheres e por uma nova visão do mundo.

O período que marca o inicia da luta armada de libertação nacional em 1964 e a instauração nas zonas libertadas, a frelimo ao elaborar os primeiros documentos crítica fundamentalmente os conteúdos na escola colonial e se propõe a acções educativas nessas regiões como os seguintes objectivos:

-Criar uma escola de formação política;

-Apressar a formação de quadros técnicos;

-Promover uma campanha de alfabetização de adultos.

-Aumentar o número de escolas primárias, uma das acções que marcou este período foi a preparação de voluntários para o desencadeamento de campanha de alfabetização. Após a intensificação da luta armada, realizou-se um seminário pedagógico que visava preparar os estudantes para a campanha de alfabetização nas zonas libertadas que contam com a participação de Paulo Freire que naquela ocasião divulgou suas concepções. O seminário reafirmou o papel relevante da educação na construção da unidade nacional, pois do ponto de vista político a educação devia levar e desenvolver a consciência nacional.

Nesta fase uma das características marcantes foi o emergir de muitas iniciativas populares visando a criação e a construção de escolas e grupos denominadores. Desempenharam um papel muito importante na organização das comunidades nas questões políticas e sociais e foram responsáveis pela promoção da alfabetização e educação de adultos em iniciativas não formais de carácter popular.