Dado que o tema educação básica: Aspectos Políticos e Históricos esta sobe a linha de pesquisa “alfabetização de educação básica de crianças jovens e adultos em Moçambique”, é neste contexto que irei falar da sua evolução histórica e política.

De referir que a AEA no país reconhece-se como um programa da redução à pobreza a curto e médio prazo, razão pela qual há maior necessidade de alfabetizar o grupo alvo (jovens e adultos) que pode pôr avante o desenvolvimento.

Assim sendo, a AEA não é um fenómeno novo, percorre toda a trajectória histórica de Moçambique.

A AEA em Moçambique compreende cinco politicas, sendo que:

A primeira deu-se de 1964-1975, designado por período de luta de libertação nacional, cujo processo de alfabetização estava ligado a consolidação das zonas libertadas, às razões da luta armada e à produção de alimentos para os combatentes.

Na segunda política, foi criada em 1976 a Direcção Nacional de AED, (DNAEA), com a perspectiva de expandir o acesso à educação a todas as camadas sociais com idade igual ou superior a 15 anos e criar condições de base para o desenvolvimento sociocultural e económico do país.

Em 1978 houve o lançamento da primeira campanha nacional de AEA, com o lema “Façamos do pais inteiro uma escola onde todos aprendemos e todos ensinamos” este foi considerado o primeiro passo para armar ideológica, científica e tecnicamente ao trabalhador moçambicano, rumo ao desenvolvimento.

Em 1980, houve a segunda campanha nacional de AEA, a qual foi bem-sucedida e houve maior participação e inclusão de Mulheres do campo.

O terceiro período de AEA coincide com a sua integração no SNE, em 1983.

Em 1991,teve inicio o programa de AEA em línguas moçambicanas, nomeadamente: Sena, Ndau, Changana, Emakua, Nyanja, no âmbito do projecto de educação bilingue de Mulheres.

A quarta política de AEA teve o seu impulsionar em 1999, no âmbito da Declaração Mundial sobre Educação para Todos (Conferencia de Jomtien – 1990). O movimento de educação para todos (MEPT) que integra mais de 70 membros, desde ONG’S, Instituições Religiosas e sindicatos, com objectivo principal de oferecer um espaço para a sociedade Civil participar activamente no processo educacional do país.

Machel (2013) refere que ao nível d plano estratégico do Movimento Educação Para Todos, destaca-se o papel dado a alfabetização, como chave do desenvolvimento nos seguintes pontos:

– Participar na contínua construção de um país em que todas as crianças, jovens e adultos tenham acesso a uma educação básica de qualidade e sem discriminação;

– Incentivar os membros a realizarem acções concretas relativas ao desenvolvimento de um número crescente de Mulheres e Raparigas, participando na educação formal, não formal alfabetização e educação de adultos.

A quinta política de AEA teve início em 2000, onde foram implementados vários programas de alfabetizado com vista a erradicação do analfabetismo, nomeadamente: PROFASA, ALFA – REGULAR, Educação Não Formal (ENF) – UNESCO (2008:25). Actualmente o subsistema de AEA é considerado como uma das prioridades do processo educativo com vista a superar os níveis de subdesenvolvimento.