Breve historial da palavra pesquisa

A palavra “pesquisa” tem origem no latim com o verbo “perquirir”, que significava procurar; buscar com cuidado; procurar em toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na busca Conforme o autor, a pesquisa faz parte do nosso dia-a-dia. Fazemos pesquisa a todo instante quando comparamos preços, marcas, ou antes de tomar qualquer decisão. Ela está presente também no desenvolvimento da ciência, no avanço tecnológico, no progresso intelectual de um indivíduo. “A pesquisa é, simplesmente, o fundamento de toda e qualquer ciência” Sem pesquisa, grandes invenções e descobertas não teriam acontecido.

Conceitos básicos

Pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem por objectivo gerar novos conhecimentos ou refutá-los, constituindo-se num processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza, quanto da sociedade, na qual esta se desenvolve.

É a tomada num sentido amplo, pesquisa é toda actividade voltada para a solução de problemas; como actividade de busca, indagação, investigação, inquirição da realidade, é a actividade que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto de conhecimentos, que nos auxilie na compreensão desta realidade e nos oriente em nossas acções.

Métodos de processo de pesquisa.

  • Positivista;
  • Estruturalista;
  • Qualitativos e;
  • Quantitativos.

Descrição de cada método.

Para analisar o processo de construção do conhecimento e da história por esse método, deve-se levar em conta as relações entre o económico, o jurídico-político e o ideológico. A síntese, demonstrada por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão conduz a novas buscas, que leva a novas sínteses, realimentando o conhecimento. A ciência é “ao mesmo tempo a revelação do mundo e a revelação do homem como ser social”.

O método positivista

Enfatiza a ciência e o método científico como única fonte de conhecimento, estabelecendo forte distinção entre fatos e valores. Analisa as questões sociais da mesma forma que acontecem os fenómenos naturais, à ciência, através da tecnocracia, cabe a tarefa de analisar e resolver todos os problemas sociais.

Método estruturalista

É o estudo das relações entre os elementos, é a busca das estruturas invisíveis construídas pelo pesquisador. Parte da investigação de um fenómeno concreto atinge o nível abstracto, através da constituição de um modelo que represente o objecto de estudo retornando ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social. Consiste no estudo das relações sociais e a posição que estas influenciam os indivíduos e os grupos.

Métodos quantitativos

Preocupam-se tanto na modalidade de colecta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas e estatísticas, já os métodos qualitativos não levam em conta a quantidade de informações para investigar fatos, fenómenos ou grupos; preocupam-se sim, com aspectos psicológicos que indicam o funcionamento das estruturas sociais.

Tipos de pesquisa

Os tipos de pesquisa mais utilizados são:

Pesquisa bibliográfica;

Pesquisa de campo; (Pesquisa – acção; Pesquisa participante; Pesquisa etnográfica)

Pesquisa de laboratório.

Pesquisa bibliográfica

Consiste na leitura e fichamento do material bibliográfico seleccionado, que servirá de subsídio para a redacção da fundamentação teórica do estudo, também conhecida como referencial teórico, revisão da literatura, revisão bibliográfica.

Pesquisa de campo

É o tipo de estudo que é feito na própria realidade, ambiente ou situação onde os fatos ocorrem naturalmente. Existem algumas modalidades de pesquisa de campo.

Pesquisa-acção: propõe-se a uma acção deliberada visando uma mudança no mundo real, seja de atitudes, de práticas, de situações, de condições, de produtos, de discursos, comprometida com um campo restrito; É um processo de controle sistemático da própria acção do pesquisador, estudo que envolve alguma forma de intervenção, exprimindo um sistema de valores, uma filosofia de vida, individual ou colectiva;

Pesquisa participante: propõe um intenso envolvimento do grupo pesquisado nas diversas fases da pesquisa, inclusive na definição do objecto de estudo, uma restituição sistemática dos conhecimentos da pesquisa aos pesquisadores e a um processo colectivo da avaliação dos resultados para transformá-los em acções concretas;

Pesquisa de laboratório: ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental específico e preciso, local ou ambiente adequado, previamente estabelecido, de acordo com o estudo a ser realizado.

Ensinar exige pesquisa

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino, para ele, o educador deve respeitar os saberes dos educandos adquiridos em sua história, estimulando-os a sua superação através do exercício da curiosidade que os instiga à imaginação, observação, questionamentos, elaboração de hipóteses e chega a uma explicação epistemológica.

Para DEMO (2007), o professor deve ser um pesquisador que constrói e reconstrói seu projecto pedagógico. Ele deve produzir ou reconstruir textos científicos, elaborar ou reelaborar o material didáctico, inovando sempre sua prática didáctica em sala de aula.

MARTINS (2007), aponta para a importância do papel do professor, quando afirma que o mesmo: “deverá conduzir o projecto e procurar, em sua construção, resultados que possam superar a metodologia das superficialidades, isto é, os conceitos do senso comum, aprofundando mais o lado científico da investigação”. Para tanto, o próprio professor deve ser, antes de tudo um investigador, fazendo um diagnóstico para conhecer o que os alunos já sabem, respeitando o contexto e situação cultural que estão inseridos, adequando assim os métodos ao trabalho a ser desenvolvido. Ao incentivar o trabalho escolar com projectos de pesquisa, o autor faz a seguinte observação em relação ao educando.

Muitas vezes a aula não se torna atractiva para o aluno e isso é, quase sempre, resultado da metodologia inadequada utilizada pelo professor. Matar a curiosidade do aluno dando-lhe respostas prontas e acabadas, antes mesmo de questionar o que o mesmo já sabe sobre o assunto abordado é um dos motivos que leva ao desinteresse por parte do educando e frustração ao professor. A utilização de métodos que levam o educando à investigação, também pode evitar muitos casos de indisciplina em sala de aula, pois se a aula é atractiva, o mesmo sente-se motivado para a aprendizagem.

Menga Ludke defende que o próprio professor da Educação Básica deve ser um constante pesquisador em seu trabalho diário. Também ressalta que há limitações tanto na academia, onde se dá a formação profissional, bem como o tempo disponível para o desenvolvimento de pesquisas é insuficiente, sendo que nas horas actividade ou permanência é o momento em que o docente prepara suas aulas e corrige trabalhos de seus alunos.

Processo de pesquisa na escola

Durante muito tempo o tema da pesquisa foi tratado como de exclusividade dos estudantes dos cursos superiores, sendo que na Educação Básica, especificamente no Ensino Fundamental, onde se inicia a escolarização, pouca ênfase ou orientações vêm sendo disponibilizadas aos educandos quanto ao encaminhamento dos trabalhos de pesquisa escolar.

Muitos são os factores determinantes dessa visão, mas acredita-se que a formação precária e aligeirada dos professores em suas graduações e a falta de trabalhar com o tema na formação continuada dos mesmos são evidências da desqualificação da pesquisa no Ensino Fundamental.

José Mendes Manzano e Nívia Gordo, afirmam que é preciso avaliar até que ponto as actividades de pesquisa escolar, do modo como são encaminhadas e elaboradas actualmente nas escolas do Ensino Fundamental, contribuem para o processo formativo dos educandos. Além disso, na maioria das vezes, os pais se vêem incapazes de auxiliar os filhos na busca de fontes de consulta ou até mesmo na organização da redacção final.

Os autores também alertam para a forma em que os trabalhos são apresentados, onde a pesquisa quase sempre é uma cópia, sem indicação de fontes e nem o emprego de aspas, e, se falar de trabalho em equipe, piora ainda mais, pois geralmente um copia, outro digita, outro faz a organização, ou simplesmente um faz e põe o nome dos outros e assim por diante. Segundo os autores, a escola tem autonomia na elaboração do Projecto Político Pedagógico, para definir o que é realmente importante no processo de ensino e aprendizagem, sendo assim poderá traçar metas e definir regras para que a pesquisa desenvolvida em sala de aula se torne mais uma aliada na tão discutida redução do fracasso escolar.