À propósito da formulação do tema acima, é crucial, em nome de todos nós, em particular, em meu pessoal, reaver o sentido do que comumente se tem dito que devemos "viver o aqui e o agora". Esse adágio, que se diga, coloquial aos dias de hoje, parece conduzir, em larga medida, a sociedade à perversão. Perversão no sentido desse adágio ser entendido apenas nos padrões egocêntricos, próprios da satisfação "do aqui e o agora".

No entanto, ainda que o filósofo francês, Voltaire, tenha chegado à constatação de que lentamente a humanidade caminha rumo ao progresso moral.

Aliado a isso, é questionável esse progresso. Questionável à medida que o mundo vem testemunhando violência de vária ordem, desde a doméstica até a financeira.

Com o exposto acima, não se quer colocar em demérito o que o nosso célebre filósofo observou. Aliás, ele observou num contexto em que realmente se via sinais de progresso moral da humanidade. Por isso, para nós, resta-nos, dentre vários aspectos que caracterizam negativamente a sociedade, buscar devolver (se é que um dia houve) o sentido desse progresso moral por duas, dentre várias razões.

A primeira, é a questão das hostilidades que o mundo tem acompanhado. Com mundo, é importante que se redireccione a atenção para o nosso país, Moçambique, pois, nos últimos tempos, tem sido palco de instabilidade armada que semeia luto nas famílias moçambicanas. Nesse contexto, o problema, não pode ser apenas da responsabilidade das entidades competentes; o mesmo, deve ser de alteridade e solidariedade de todos compatriotas.

Em segundo, a questão da pobreza parece ser um factor não menos importante. Isso porque, num olhar inadvertido, a pobreza em Moçambique, parece ser de preocupação individual e não colectiva.

Contudo, é necessário envidar esforços nesses dois ou mais sentidos porque, sem a paz e erradicação da pobreza, não se pode falar do nosso, muito menos do equilíbrio das gerações vindouras. Mas, mais o segundo do que o primeiro.