Actualmente o desenvolvimento do continente Africano é caracterizado por uma dualidade oposto onde são desenhadas estratégias para o desenvolvimento (através da exploração e venda de recursos naturais e pela criação de blocos económicos). Outra característica oponente ao desenvolvimento como dizia o representante regional da ONU na África Oriental do departamento sobre Drogas e Crime, Carsten Hyttel em 2008, “a África enfrenta um grande problema no que tange ao seu desenvolvimento sendo caracterizado por crime, crimes que incluem assassinato, violação, desemprego, subemprego, assalto, roubo, fraude, corrupção, e trafego humano, de drogas e de recursos”,

Causas do fraco desenvolvimento na África

Apesar dos esforços feitos pelos governos e blocos regionais da África no sentido de acelerar o desenrolamento a fim de alcançar o bem-estar das suas populações, ainda existem muitos problemas de e desafios que devem ser pelos Estados Africanos como:

Dívida e dependência externa

Embora grande parte dos países africanos tenha conseguido a sua emancipação, a dependência Externa ainda é visível, para tal basta olharmos ao número de empresas estrangeiras que encontram-se a operar no continente africano, explorando recursos naturais, como consequência os lucros que são gerados por grande parte destas empresas são enviados para os países de origem, provocando um fuga massiva de capitais ou divisas para o exterior, tornando quase sempre a balança de pagamento dos países africanos deficitária, e sem garantia de reinvestimentos no países aonde se encontram a operar.

Corrupção

Um dos males que enferma grande parte dos países africanos é a corrupção galopante, com tendências alarmantes. Tal situação tem dado azo ao surgimento da má distribuição da riqueza. Mesmo sendo rico em recursos naturais o fosso existentes entre ricos e pobres é notório, faz com que os valores morais e cívicos se degradem, abrindo porta ao surgimento do imediatismo e oportunismo.

Conflitos Internos, religiosos e étnicos

Como se não bastasse os conflitos internos, gerados pelo apego ao poder e a longevidade de mandatos presidenciais que geralmente acabam em golpes de Estados ou tentativas de golpe de Estado, actualmente eclodiu uma nova onda de conflitos religiosos e étnicos em África.

As ceitas ganham maior protagonismo, chegando a enfrentar exércitos de Estados soberanos, o islamismo em áfrica ganha proporções alarmantes chegando mesmo a colocar em risco a segurança mundial. Tais conflitos vão degradando paulatinamente as infra-estruturas edificadas, originam o êxodo populacional e acabam por minar o tecido agrícola dos países africanos.

Insuficiência de Mão-de-obra Especializada

Com o fim dos impérios coloniais, grande parte da população foi deixada sem formação, ou seja, analfabeta. Embora este cenário já tenha sofrido alteração actualmente, ainda existe um deficit na mão-de-obra quando o assunto é relacionado a formação técnica.

Um número considerável de países africanos ainda tem problemas na oferta de técnicos qualificados. A maioria dos projectos que são desenvolvidos, ainda são realizados com recurso a mão-de-obra estrangeira ou expatriada, como consequência maior parte dos rendimentos obtidos são igualmente expatriados ou enviados para o exterior do país.

Corrupção política e instabilidade financeira

A falta de estabilidade política e de uma legislação eficiente, assim como os altos índices de corrupção dos governos afastam os investimentos estrangeiros, em geral atraídos para lugares onde haja menor risco.

Os países semidesenvolvidos têm distribuições de renda mais desiguais entre as famílias do que os países desenvolvidos. Costumava-se pensar que a desigualdade atingiu o pico no estágio intermediário de desenvolvimento, em parte devido às limitações da disseminação da educação (e, portanto, do capital humano) e em parte porque os sectores de baixa remuneração continuaram a representar uma proporção substancial do emprego. Evidências recentes lançaram dúvidas sobre a visão de que a desigualdade necessariamente aumenta durante os primeiros estágios de desenvolvimento; é muito mais claro que tende a diminuir durante as fases posteriores.

Principais características do desenvolvimento em África

Instalação de multinacionais estrangeiros

O desenvolvimento da inclusão social através do alinhamento entre a educação e o mercado de trabalho e a protecção social efectiva e universal, além do fortalecimento das instituições através da integração regional, melhor mobilização de recursos domésticos e melhoria da governação política e económica.

A criação de blocos e integração regional

A unidade, a cooperação e integração foram durante todo o tempo o sonho de diversos nacionalistas africanos no passado entre eles Kwame Nkrumah, que no seu livro “A África deve unir-se” já vinha preconizando a questão da integração. Porem, apesar da questão da integração estar nos ideais desde o início do pan-africanismo, seu processo só veio ganhar força a partir da década de 1990, como estratégias de promoção do desenvolvimento, sustentabilidade socioeconómica e a estabilidade política.

Sua importância para acelerar e reforçar o desenvolvimento socioeconómico finalmente foi reconhecido depois de um longo tempo pelos tomadores de decisões africanos e actualmente, seus governos estão dando maior credibilidade e atenção aos acordos regionais tais como.

Principais blocos económicos mundiais e SADC

União Europeia

Criada em 1992, com a assinatura do Tratado de Maastricht, a União Europeia (UE) é sucessora da Comunidade Económica Europeia (CEE), instituída em 1957 pelo Tratado de Roma.

Maastricht concretiza a criação de um bloco com circulação livre de pessoas, mercadorias, capitais e serviços, além da integração a partir da adoção da moeda única por parte dos países membros. Os países membros são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Portugal, Reino Unido (em 2017 iniciou seu processo turbulento de saída, conhecido como Brexit), República Tcheca, Roménia e Suécia.

APEC

A Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico (Apec), surge em 1989, com a proposta de criar até 2020 uma Zona de Livre-Comércio entre os 20 países membros e Hong Kong. Os membros são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Singapura, Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia, Filipinas, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Tailândia, Taiwan e Vietnam.

SADC

A SADCC surge na década de 1980 quando os países da Linha da frente decidiram coordenar e harmonizar suas políticas económicas na região da África Austral com o objectivo de reduzir a dependência económica em relação a África do Sul.

Principais objectivos da SADC

De acordo com SADC TODY (2008, s/p.), os objectivos desta organização estão declarados no artigo 5 do Tratado, e são os seguintes:

  • Alcançar o desenvolvimento e crescimento económico, aliviar a pobreza, reforçar os níveis e padrões de vida dos povos da África Austral e apoiar os socialmente desfavorecidos através da integração regional; Desenvolver valores políticos, sistemas e instituições comuns; Alcançar o uso sustentável dos recursos naturais e protecção efectiva do meio ambiente e Reforçar e consolidar as longas afinidades históricas, sociais e culturais e ligações entre os povos da região.

Referencias Bibliográficas

AUC/OECD. Dinâmicas do desenvolvimento em África 2018: Crescimento, emprego e desigualdades. AUC, Addis Ababa/OECD Publishing, Paris, 2018;

BANCO MUNDIAL. Integração Regional em África. Notas de antecedentes para reunião de consultas sobre integração regional. Banco Mundial, 2007.