Conceitos básicos

 Na óptica de ALVES e FERREIRA (S/D: 2), método é um instrumento organizado que procura atingir resultados estando directamente ligado a teoria que o fundamenta.

De acordo com Japiassú e Marcondes apud ALVES e FERREIRA (S/D: 2), método é um conjunto de procedimentos racionais, baseados em regras, que visam atingir um objectivo determinado.

Para Lalande apud ALVES e FERREIRA (S/D: 2) método é o caminho pelo qual se chega a determinado resultado.

Métodos de Ensino

Método de ensino ou didáctico é o conjunto de procedimentos lógica e psicologicamente ordenados, de que se vale o professor, para levar o educando a elaborar conhecimentos, a adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e ideias.

Os métodos de ensino são um conjunto de acções, passos, condições externas e procedimentos utilizados intencionalmente pelo professor para dirigir e estimular o processo de ensino em função da aprendizagem dos alunos. Ou seja, são as acções do professor pelas quais se organizam as actividades de ensino e dos alunos para atingir objectivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. Eles regulam as formas de interacção entre o ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, cujo resultado é a assimilação consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas dos alunos.

Disto o grupo conclui que, método de ensino é o caminho que o professor usa para a mediação dos conteúdos, visando alcançar os objectivos traçados tanto para o docente assim como para o estudante.

Princípios de Ensino e Aprendizagem

A partir das teorias sobre aprendizagem desenvolvidas pelos autores seminais do campo, vários outros surgiram ao longo dos anos, ampliando o estado da arte sobre aprendizagem. Porém, os trabalhos surgidos nesse sentido pareciam se mostrar dispersos e de difícil aplicabilidade prática em sala de aula. Faltava, assim, algo que os unificassem dentro de postulados que pudessem facilitar a orientação daqueles que visavam facilitar a aprendizagem de outrem: os professores e as instituições envolvidas no trabalho.

A partir daí, Arthur W. Chickering e Zelda F. Gamson articularam a construção dos sete princípios para as boas práticas na educação. Esses princípios resultaram de cinquenta anos de pesquisas realizadas pelos autores no campo da educação, assim como, a análise dos trabalhos realizados ao longo do mesmo período. Desses esforços surgiram sete princípios apresentados por Chickering e Gamson (1987), os quais são apresentados a seguir:

A boa prática encoraja o contacto entre professor-aluno          

Professores que encorajam o contacto por parte dos alunos, tanto dentro como fora da classe, garantem a motivação do estudante, comprometimento intelectual e o desenvolvimento pessoal.

Nesse sentido, pesquisas verificaram que, aqueles professores apontados como especialmente efectivos por parte dos alunos apresentaram uma maior interacção com os alunos. Por outro lado, verificou-se que aqueles alunos que apresentavam maior comprometimento intelectual, convicção com relação à carreira que escolheram e satisfação com experiências académicas e, também, não académicas, apresentaram um maior contacto com os professores, especialmente, fora do ambiente escolar.

Além do mais, em complementaridade aos achados citados por Chickering e Gamson (1991), verificou-se também que o contacto entre o professor e o aluno que se mostrava mais eficaz para a aprendizagem eram aqueles contactos informais construídos encima de temas que interessam aos alunos, principalmente aqueles que dizem respeito à carreira profissional futura do profissional.

A boa prática encoraja a cooperação entre os alunos

Esse princípio se aproxima bastante do terceiro princípio, que menciona a aprendizagem activa como encorajada pela boa prática. Porém, apesar da cooperação entre alunos ser considerada uma maneira de aprendizagem activa, nesse caso, a apresentação do mesmo como um princípio separado da aprendizagem activa se explica por ser a cooperação entre os alunos uma maneira colectiva de aprendizagem, enquanto que a aprendizagem activa propriamente dita permite a aprendizagem por meio de técnicas e reflexões individuais.

A melhor resposta para a pergunta “qual método de ensino é o mais eficiente?” é que isso depende dos objectivos, do aluno, do professor e do conteúdo. Agora, a segunda melhor resposta para a mesma questão refere-se aos métodos em que alunos ensinam alunos.

A boa prática encoraja a aprendizagem activa

Pesquisas confirmam que a aprendizagem cooperativa e social aumenta o envolvimento na aprendizagem. Santos (2001) afirma também que o baixo índice de aprendizagem dos alunos é resultado, principalmente, da postura passiva que eles demonstram em relação ao papel que desempenham nesse processo: ouvir professores, memorizar conceitos e despejar respostas.

Santos (2001) aponta que o atendimento a tal princípio requer algumas acções fundamentais dos professores em sala de aula, as quais são: (1) Despertar o interesse e a curiosidade do aluno; (2) Usar exemplos, fazendo conexões do conteúdo com a vida real e as experiências pessoais; (3) Estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas individuais e em grupos; (4) Utilizar métodos vivenciais de ensino como jogos, simulações, estudos de caso ou laboratórios; (5) Realizar actividades de extensão extra classe (visitas, palestras, seminários).

A boa prática fornece feedback imediato

Menger e Mathis (1968), apontam para relações entre a fixação do conteúdo passado em um curso e a sequência de testes. Segundo eles, os conteúdos ensinados são melhor aprendidos quando seguidos por um teste, sendo importante, portanto, comunicar os resultados do teste assim que possível.

Pesquisas relacionadas com o ensino superior têm constatado a relação positiva existente entre o pronto feedback e a satisfação e auto realização dos alunos, e principalmente, que o feedback imediato, informativo e direccionado às principais fontes de erros dos alunos é um dos pontos centrais do processo de aprendizagem.

A boa prática enfatiza o tempo da tarefa

Os trabalhos nas áreas de ensino superior, identificaram que existem pesquisas direccionadas ao factor tempo da tarefa que apresentam relação directa entre alocação de tempo (para determinada área, níveis de aprendizagem), gestão do tempo (depois de alocado o tempo), e tempo da tarefa por um lado e as realizações dos estudantes, por outro.

Há um consenso geral nas pesquisas de que quanto maior o tempo que os estudantes estão engajados na aprendizagem, maior a quantidade de coisas que eles aprendem. Porém, ainda existe um grande gap entre o que entendemos como tempo da tarefa e o que realmente isso significa. Segundo o autor, o tempo da tarefa diz respeito não apenas à quantidade de tempo destinado para a realização da tarefa, mas também, ao como esse tempo está sendo gasto, e aqui é onde entra a gestão do tempo como tarefa fundamental para a aprendizagem.

A boa prática comunica altas expectativas

Altas expectativas são importantes para todos, desde o mais pobremente preparado ou motivado até os mais brilhantes e bem motivados. Os autores sugerem ainda que as expectativas e esforços dos professores e administradores podem permear a instituição, criando um clima institucional que seja desafiador para o aluno, ou mesmo que demande pouco deles.

Nesse sentido, é necessário que o professor conheça as características e o perfil dos alunos com os quais interage no ambiente de sala de aula, para que, no momento do seu panejamento, ele consiga postular metas desafiadoras a tal ponto que exijam muito dos alunos, mas que, ao mesmo tempo, não as torne inalcançáveis.

A boa prática respeita os diversos talentos e as diferentes formas de aprendizagem

Esse sétimo e último princípio, de certa forma, menciona todos os outros citados anteriormente, pois, considera que o professor, no exercício da actividade de ensino, deve olhar para os seus educandos e identificar neles a melhor forma pela qual eles aprendem, para, a partir daí planejar suas aulas de tal forma que contemple os diferentes tipos de aprendizagem.

Essa tarefa é um tanto quanto desafiadora, visto que, conforme a heterogeneidade da turma com a qual se está lidando, várias técnicas devem ser desenvolvidas para que a pluralidade de perfis de aprendizagem seja contemplada

Meios de Ensino em Geografia

Meios de ensino

Meios de ensino são todos meios ou recursos materiais utilizados pelos professores e pelos alunos para a organização e condução metódico do processo de ensino e aprendizagem. Assim sendo, os equipamentos (cadeiras, mesas, quadro-negro, projector de slide, gravador, televisão, computadores etc.) bem como materiais (filmes, mapas, livros, revistas etc.), além de biblioteca “meios de ensino”. Acrescenta que os professores precisam ter segurança e conhecimento dos equipamentos ao utilizá-los, posicionando-se criticamente em relação a eles. Os recursos tecnológicos são meios que facilitam o processo ensino-aprendizagem.

Os meios de ensino de geografia são: quadro preto, caderno diário e de trabalhos práticos, manual, atlas, globo terrestre, mapas, cartazes e imagem de quadro.

O Ensino de Geografia e os Meios Didácticos

O ensino dinâmico da Geografia apoia-se em instrumentos mediadores, pois dá maior significação aos conhecimentos geográficos trabalhados, no entanto o uso de recursos didácticos não devem ser vistos como um posicionamento pedagógico tecnicista, pois esta prática se efectiva enquanto alternativa de apoio ao trabalho teórico-metodológico do professor, contextualizando os conceitos geográficos que, muita das vezes, são abstractos e necessitam de uma “materialização” para que os alunos os compreendam.

Ao se falar das dificuldades do docente recém-formado cogita-se que sua formação deixa a desejar, o que justificaria suas “inabilidades” em ensinar, pois este muitas vezes “recebe” um embasamento teórico que na realidade não dá apoio às futuras práticas pedagógicas devendo-se, pois, repensar qual preparo está sendo construído nas concepções e atitudes dos futuros professores a partir dos centros académicos. Conforme as pesquisas em ensino, a diversificação da prática pedagógica é uma possibilidade a mais para o enfrentar os obstáculos surgidos no decorrer das aulas. E o docente poderia não só usar dos recursos disponíveis na Escola, mas também confeccioná-los, salvo as restrições orçamentárias.

Livro didáctico

O livro didáctico é um dos materiais mais usados pelo professor e pelo aluno, entretanto, o professor não deve usar apenas o livro adoptado pela escola. Para melhorar a qualidade do ensino deve inserir outras leituras tanto de livros didácticos, como de textos complementares (revista, jornais, etc.) e outros materiais pedagógicos. O profissional deve ficar atento, para acrescentar e actualizar informações, detectar e corrigir possíveis falhas e/ou erros que possam aparecer.

Os livros geralmente vêm bem ilustrados com quadros, tabelas, gráficos, figuras diversas de paisagens e mapas. Entretanto, pela quantidade de informações que trazem devem ser bem explorados. Neste sentido, há necessidade de leitura crítica dessas imagens fundamentais para a construção do conhecimento geográfico.

Quadro preto

Qualquer que seja a idade e nível de formação geográfica dos alunos, o quadro preto é o instrumento do trabalho sempre indispensável e as suas dimensões pode variar, mas a superfície útil deve ser a maior possível. O professor deve ter o hábito de escrever todos os termos novos no quadro, toda a noção observada, explicada assimilada, por que se associa a uma palavra que a criança fixara tanto melhor quanto maior for a solicitação da sua memória visual. Portanto, não existe Geografia sem esquemas nem desenhos.

Exemplo: um professor que faz desenhos e esquemas constantemente no quadro convence os seus alunos de que deve aprender a desenhar o que implica um esforço constante de limpeza ordem e clareza.

O quadro como instrumento de trabalho geográfico a nível dos estudos mais elevado, pode também atenuar, em certa medida a insuficiência do equipamento, em matéria de cartografia, por exemplo o professor pode iniciar com os seus alunos a aula no quadro com ou sem o auxilio de mapas. O quadro permite, pois, um trabalho muito frutuoso, auxiliados igualmente pela sua documentação pessoal, os professores tornam o ensino dispensado aos alunos mais facilmente assimiláveis. Procurando com método e clareza e utilizando giz de várias cores tendo cada uma sempre o mesmo significado assim ser-lhe-á possível fazer boa Geografia.

O Atlas

É a aconselhável que cada aluno possua um exemplar de um atlas escolar adaptado ao seu nível de conhecimentos trata se de um instrumento de ensino que só deve conter mapas claros sem sobre cargas excessivas, elaborados tendo em conta imperativos pedagógicos (unidade de ensino convencionais e de gamas de cores) quando existe atlas estabelecidos em relação a uma colecção de mapa murais isso facilita muito o trabalho dos alunos, que se familiarizam rapidamente com todas as convenções dos cartógrafos.

Os atlas especializados são notável instrumento de trabalho para os professores, que podem por vezes serem utilizados na aula, utilizando um bom atlas, o aluno adquire não só os conhecimentos novos, como circunstância preciosa em pedagogia, o hábito do trabalho pessoal. É, porem, de lamentar que os atlas escolares tenham ainda um preço relativamente elevado. O atlas geográfico é também recurso que deve fazer parte das aulas quotidianas de Geografia, uma vez que permitem a análise espacial em diferentes escalas e temáticas a serem abordadas.

Mapas

Os mapas possibilitam que o aluno tenha domínio espacial, ajudando-o na síntese dos fenómenos que se realizam num determinado espaço. No dia-a-dia do cidadão, é possível ter a leitura do espaço por meio de diferentes informações e, na cartografia, por meio de formas distintas de representar estas informações. Assim, podem-se ter diversos produtos, como resultado das informações para várias finalidades, como: mapas de turismo, de planejamento, rodoviários, de minerais, geológicos, entre outros. O professor ao utilizar esses recursos deve tomar o cuidado com a faixa etárias dos seus discentes, uma vez que um aluno de ensino primário não terá a mesma leitura que um aluno do ensino secundário geral. O professor pode trabalhar em três níveis:

1.Localização e análise, a partir de cartas de análise, distribuição ou representação, que analisam o fenómeno isolado. Nesse nível o aluno localiza e analisa um determinado fenómeno no mapa, tais como: onde fica tal país? E tal rio?

         2.Correlação que viabiliza a combinação de duas ou mais cartas de análise. O discente deve ser capaz de correlacionar duas, três ou mais ocorrências. A correlação pode ser feita, por exemplo, entre variáveis físicas, como: altitude, latitude, vegetação, clima, uso do solo, assim, como outras variáveis físicas de um determinado espaço.

         3.Síntese que mostra as relações entre várias cartas de análise, apresentando-se uma carta-síntese. O aluno analisa, correlaciona determinado espaço e faz uma determinada síntese de tudo.

Os globos terrestres

O globo é a única representação da terra que não a deforma por esse motivo utiliza-se com frequência sobretudo no caso de alunos mais novos, a fim de lhes fazer compreender os exageros e distorções dos mapas. Há diferentes tipos de globos: de madeira, gesso, matéria plástica ou borracha, uns têm uma superfície lisa outros moldados indicam os relevos dos constituintes e profundidades dos oceanos enquanto outros ainda, cobertos de ardósia, permitem desenhos a giz.

O globo é indispensável para ensinar muitas noções além das noções das formas e distâncias servem em primeiro lugar para ilustrar a unidade do mundo e, em segundo lugar para inculcar nos alunos rudimentos de cosmografia mostrar-lhe o que os meridianos e paralelos e com se explicam as diferencias horários. O globo terrestre apresenta utilizações rigorosas mais também é necessário perceber que apresentam um defeito importante: as reduzidas demissões. Os maiores não excedem 60 ou 80 centímetros (23,5 ou 31,5 polegadas) de diâmetros há, portanto a necessidade de recorrer a mapas morais para estudar a geografia mais pormenorizadamente.

Cartaz

A confecção desse recurso pode ser realizada tanto pelo professor, como pelos alunos em todos os níveis de ensino, mediante a utilização de vários outros materiais (papel madeira, cartolina, fotografias, revistas, jornais, cola, tesoura, régua, lápis de cor, caneta hidrocor, fita crepe, etc.). Como sugestão: quando o cartaz for utilizado enquanto dinâmica, ou seja, produzido pelo aluno, o professor pode optar por temáticas diferentes. Assim os alunos confeccionarão os cartazes e em seguida terão um tempo para apresentá-lo na sala de aula.

Maquetes

As maquetes têm grande relevância no ensino da Geografia uma vez que permite a visualização do espaço geográfico em 3D, contribuindo para a construção de conceitos (categorias de análise geográficas, formas de relevo) a depender da temática da maquete, partindo do concreto para o abstracto.

A construção e visualização de uma maquete que represente o espaço geográfico permitem que o aluno compreenda de forma mais fácil o conceito dessa categoria de análise, o espaço geográfico. O maquete de relevo, possibilita a visualização tridimensional do relevo, apresentando a noção de espaço de forma clara. Nesse sentido, ajuda na construção dos conceitos de planícies, planaltos e depressões, uma vez que parte do real para o abstracto.

Várias maquetes podem ser construídas pelos alunos, a saber: do espaço geográfico; das formas de relevo; de vulcão; de curvas de níveis; do rural e do urbano, entre outras. Os materiais a serem utilizados para confecção dependerão da criatividade do professor e das condições financeiras dos alunos, lembrando que há possibilidades de fazê-las com baixos custos.

Fotografias, cartão postal e figuras de paisagens

Este material pode ser usado principalmente para o estudo das paisagens, mediante a comparação da diversidade de paisagens. Como sugestão, o professor pode organizar os alunos para exposição das figuras através de cartazes, quadro mural ou flanelógrafo.

O uso da multimédia na Geografia escolar

No século XX a imagem tornou-se o melhor auxiliar do ensino da Geografia, porque contribui sempre que a observação directa é impossível, para conferir um carácter correcto. Convêm, pois constituir uma colecção de fotografias, gravuras e reproduções em que o professor introduzirá os seus próprios documentos e os que as autoridades escolares que permitirem adquirir.

A imagem em movimento é imprescindível em Geografia, pois possibilita o entendimento de processos, mudanças e transformações que ocorrem no espaço geográfico. Os recursos tecnológicos se tornaram uma alternativa para análise dos conteúdos geográficos, pois possibilita a aproximação dos lugares, permitindo que o professor leve para a sala de aula imagens e informações que transmitam como é a realidade em qualquer parte do planeta, ajudando a entender os acontecimentos na era da globalização.

A multimédia envolve uma diversidade de recursos tecnológicos, tais como: TV, CD, DVD e programas de informática com combinação de textos, som, imagens e animação, que dinamizam o tema estudo, permitindo perceber uma nova dimensão do espaço e tempo. Sem dúvidas a internet revolucionou as possibilidades de pesquisa, mediante a facilitação de acesso às fontes de informação, que nos permite acompanhar acontecimentos em qualquer parte do mundo em tempo real.

Por outro lado, esse conjunto de recursos tecnológicos (internet, vídeo, TV, data show) não garante a eficácia de uma aula se não houver interacção entre o professor, aluno e o conteúdo programático. Os recursos didácticos devem ser escolhidos mediante o conteúdo e os objectivos propostos. Os recursos escolhidos têm a finalidade de ajudar na construção dos conceitos, valores ou habilidades de análise e coordenação de pontos de vistas.

Vídeos

O vídeo é um recurso que tem a finalidade de ajudar o aluno a fixar melhor os conteúdos, melhorando a aprendizagem. Entretanto, os filmes devem ser bem escolhidos, pois as imagens apresentadas nesse recurso são importantes para a visualização dos diferentes tipos de paisagens. Além da apresentação do vídeo o professor deve explorar as imagens e suas sequências, articular o tempo e espaço, além de extrair informações para se valer das propriedades específicas de um vídeo.

Entre a variedade de filmes que temos no contexto nacional e internacional destacaremos alguns exemplos, a saber: o filme “Filhos da Guerra”, que retrata os regimes totalitários, expondo o horror do nazismo contra os judeus, durante a II Guerra Mundial e a influência dessa ideologia sobre os jovens alemães. Por esse viés, permite-se discutir na actualidade os rumos dos movimentos neonazistas no mundo, o racismo, a xenofobia, segregação de grupos minoritários, o problema dos migrantes, homossexuais, assim como outros conflitos vivenciados.

O professor também tem a opção de trabalhar com documentários. Porém, como os documentários não são feitos com fins didácticos, para tal actividade o professor deve seleccionar as partes do diálogo que correspondem ao conteúdo abordado em sala de aula, intercalando com sua explicação e questionamentos dos alunos. Existe uma grande variedade de filmes e documentários que podem ser usados para auxiliar no ensino da Geografia, entretanto, o professor deve planejar bem a actividade levando em conta: o conteúdo a ser desenvolvido e correlacionado com o filme, a faixa etária dos alunos, o tempo de duração, as actividades que os alunos executarão, o espaço físico (sala) onde será visualizado, verificar os equipamentos (TV, DVD), entre outros que se fizerem necessários.

Televisão

A última inovação dos auxiliares do ensino, a televisão oferece a este último duas espécies de emissões utilizáveis:

  1. Emissões do seu programa geral, que apresentam um interesse geográfico por exemplo: reportagem de diversos países, descrições de explorações, de viagens, etc. Mas estas emissões excedem na maioria dos casos, o tempo de uma aula. Nestas circunstâncias, exercem apenas a função de elementos de informações, de cultura geral, incutindo o desejo de aprofundar uma questão, de adquirir um livro. Na realidade não permite um verdadeiro trabalho escolar.

2.Emissões especialmente concebida para as escolas: apresenta um elevado interesse, porque são preparadas e realizadas por especialistas, bem familiarizados com os problemas pedagógicos. Proporciona a cada classe a melhor documentação e contem sequências breves e escolhidas comentadas utilmente no próprio momento em que desfilam no pequeno ecrã.

Informática

A informática é um instrumento de muita utilidade, pois permite a integração com outros recursos, como: jogos, uma enorme diversidade de textos, fotografias, filme, desenhos, entre outros. Na relação ensino-aprendizagem o computador conectado a internet serve como complemento na busca de dados que auxiliam a construção do conhecimento geográfico. Entretanto, deve-se tomar cuidado para que as informações não sejam apenas reproduzidas sem uma análise acerca do conteúdo em questão, pois, estaremos apenas passando da passividade física para a passividade electrónica. É necessário que o professor utilize essa tecnologia com criatividade, habilidade e técnica para desenvolver actividades que levem a construção do conhecimento.

A internet é um recurso importantíssimo, capaz de motivar os alunos na busca de informações, pois é muito mais rápido encontrar informações via esse recurso do que em materiais escritos, embora esses também sejam fundamentais. Esse recurso é um grande aliado da Geografia, pois permite acompanharmos e fazermos análises dos acontecimentos usando as imagens mais recentes possíveis de diferentes lugares. Como por exemplo, o terramoto recente que ocorreu no Haiti e no Chile em 2010.

O professor pode solicitar aos alunos que investiguem tais causas que levaram a tal catástrofe, mapeando, outros lugares onde o fenómeno é comum, e fazendo a relação com o círculo do fogo, e explicando a teoria da tectónica de placas, todas com o uso da informática, usando as simulações que foram feitas por sismólogos. Outro recurso bastante dinâmico é o uso do software Power point que propicia excelentes apresentações, com imagens coloridas (mapas, gráficos, diagramas e fluxogramas), sendo possível o uso de som, animação e reprodução de pequenos filmetes que aumentam a qualidade da aula, além de evitar gastos com transparências.

Importância do uso de meios didácticos

A construção e o uso de recursos didácticos são importantes, porque oferecem meios para tornar o ensino dos conceitos geográficos mais prazerosos e dinâmicos no processo de ensino-aprendizagem, portanto os kits didácticos buscam oferecer instrumentos para apoiar o professor em suas actividades pedagógicas, permitindo que seus alunos participem activamente da construção de conhecimentos e que possam ser empregados na compreensão do mundo a sua volta. Diante da necessidade de diversificação dos meios de ensino, o professor precisa usar de sua criatividade frente às situações que surgem no quotidiano de sua prática pedagógica, tentando superar os obstáculos.

 

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