Introdução

O presente trabalho visa compreender as Técnicas das Praticas Pedagógicas que influenciam no ensino e Aprendizagem. De salientar que a educação, bem como o processo educativo, deve ser orientada por metodologias que permitam atender aos objetivos propostos pelos docentes. a metodologia do ensino pode ser compreendida como um “conjunto de procedimentos didáticos, representados por seus métodos e técnicas de ensino”, esse conjunto de métodos são utilizados com o intuito de alcançar objetivos do ensino e de aprendizagem, com a máxima eficácia e, por sua vez, obter o máximo de rendimento.

1.1 Objectivos do trabalho

1.1.1 Objectivo geral

  • Compreender sobre as Técnicas das Praticas Pedagógicas que influenciam no ensino e Aprendizagem.

1.1.2 Objectivo específico

  • Definir o Conceito de Técnica de Ensino;
  • Descrever as Técnicas das Praticas Pedagógicas que influenciam no ensino e Aprendizagem;
  • Caracterizar as Técnicas das Praticas Pedagógicas que influenciam no ensino e Aprendizagem.

1.2 Metodologia

A metodologia, utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho é de pesquisa bibliográfica. Assim sendo a pesquisa ira se basear-se à partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos.

2 Técnicas das Praticas Pedagógicas que influenciam no ensino e Aprendizagem                     

2.1 Conceito de Técnicas de Ensino

As técnicas de ensino são recursos auxiliares e a maneira de utilizá-los para a efectivação da aprendizagem pelo aluno. É um recurso didáctico de que o professor se serve para efectivar o momento ou parte do método, na realização da aprendizagem. A técnica representa a maneira de se efectivar um propósito bem definido do ensino (Libâneo, 1994).

As técnicas de ensino referem-se mais directamente às formas de apresentação da matéria, ou melhor, de apresentação de estímulos aos quais os alunos devem reagir para processarem a aprendizagem. As técnicas de ensino são, pois, formas de orientação imediata da aprendizagem (Rangel, 2006).

As técnicas de ensino a serem aplicadas em sala de aula são de fundamental importância na efetividade do processo ensino-aprendizagem. Portanto, a escolha da melhor técnica de ensino favorece a transposição didática do conteúdo e deve ser motivada por todos os sujeitos do processo (Rangel, 2006).

O método é compreendido como o caminho ou trajeto pelo qual se executam os objetivos da aprendizagem, enquanto a técnica é como este caminho ou trajeto é percorrido na execução dos procedimentos e atividades que favorecem os objetivos do ensino e aprendizagem (Rangel, 2006).

2.2 Técnicas das Praticas Pedagógicas que influenciam no ensino e Aprendizagem                     

As técnicas de ensino observadas na bibliografia pesquisada tomadas como essenciais e favorecedoras no alcance dos objetivos do processo ensino-aprendizagem.

2.2.1 Aulas Expositivas

Dentre os métodos de ensino tradicionais, o modelo de sustentação oral na transmissão de conhecimento em sala de aula constitui-se do meio mais empregado. A preleção verbal é, provavelmente, o mais antigo e mais utilizado método em todos os níveis de ensino, mas, ao mesmo tempo em que é o mais utilizado, é também o mais controverso. Enquanto uns professores defendem seu uso, sobretudo pela praticidade, outros o criticam (Gil, 2006, p. 133).

Para Matos (1976) Cit. Em Lopes (1991), o objetivo principal da aula expositiva é proporcionar aos alunos uma compreensão inicial, indispensável para a aprendizagem de um determinado conteúdo, ou seja, não se pode alcançar um aprendizado completo somente numa aula expositiva. As aulas expositivas podem apresentar dois perfis didáticos: exposição dogmática e exposição dialogada.

A exposição dogmática é percebida quando a mensagem transmitida pelo docente se apresenta de forma incontestável, indiscutível e induzida à repetição, enquanto a exposição dialogada opõe-se a esse perfil, tratando a exposição dos conteúdos numa vertente dialogada, discutível e participativa. (Oliskovicz e Piva, 2012).

A exposição dogmática, por coibir o diálogo e a discussão do conteúdo, fere a construção da autonomia do aluno na formulação do próprio conhecimento e sua participação ativa no processo ensino-aprendizagem. Por outro lado, a aula expositiva dialogada favorece a formação de um aluno agente do próprio saber, capaz de dirimir e solucionar problemas e situações.

Diante das tendências pedagógicas que vêm se desenvolvendo no cenário da educação brasileira, a aula expositiva é a que mais se contrapõe às técnicas modernas de ensino. (Lopes, 1991). Num cenário que se discute inovação tecnológica e metodologias ativas na educação superior, torna-se válido questionar se essa técnica ainda atende e corresponde às necessidades presentes do processo ensino-aprendizagem.

2.2.2 Estudo de Texto

 O estudo de texto consiste num ato produtivo que objetiva desenvolver no aluno a capacidade de interpretação. Estudar o texto consiste em analisa-lo de forma crítico-analítica, compreendendo sua estrutura, os recursos e objetivos do autor, desenvolvendo e refutando hipóteses a respeito do mesmo. (Veiga, 1991). Para o desenvolvimento da técnica estudo de texto precisam ser desenvolvidos no aluno meios de melhor fazê-lo. O professor atua como mediador e estimulante, visto que a referida técnica adota como principal meio a leitura, precedida pela interpretação, formulação e análise de hipóteses pelos próprios alunos.

A posição do professor, como estimulante, deve ser aquela que direciona, sem imposição, por intermédio de atividades sugestivas-questionadoras, a fim de que os alunos atinjam os objetivos propostos para o Estudo de Texto, chegando a um aprofundamento do mesmo. (Azambuja e Souza, 1991, p. 54).

 

O estudo de texto é uma técnica que consiste na seleção e apresentação de textos selecionados pelo professor, realização de estudos coletivos ou individuais dos referidos textos e a formulação e solução de questões, indagações e discussões. Segundo Rangel (2006) é interessante que os textos apresentem termos e vocabulários que favorecem o esclarecimento da informação neles contidos, a fim de auxiliar na compreensão e discussão do conteúdo abordado.

2.2.3 Estudo Dirigido

Para Candau (1982) apud Veiga (1991), o estudo dirigido insere-se entre os métodos e técnicas mais difundidos pela didática. Esta técnica pode ser desenvolvida de modo individualizado ou de forma socio individualizada, onde os alunos executam uma atividade a partir de um roteiro sob orientação do professor.

Etimologicamente falando, o estudo dirigido consiste no ato de estudar sob a orientação do professor a partir de um roteiro. Porém, atribuir ao estudo dirigido uma concepção de estudo vigiado reduz a sua concepção enquanto técnica fundamental de instrumentalização e orientação como facilitadora no estímulo à pesquisa pelo aluno e na possibilidade de extensão e aprofundamento deste estudo. (Veiga, 1991).

O professor deve procurar elaborar roteiros contendo tarefas operatórias que mobilizem e dinamizem as operações cognitivas, ou seja, que se referem à mobilização e ativação de operações mentais do aluno. Desta forma, as tarefas operatórias, estabelecidas por meio de questões ou problemas a resolver nos roteiros ou guias de estudo, indicam quais os esquemas assimiladores que estão sendo mobilizados durante o trabalho mental do aluno. (Oliskovicz e Piva, 2012, p. 9).

O Estudo Dirigido implica a direção pelo professor por meio de um roteiro, fundamenta-se na execução da atividade pelo aluno e se concretiza na socialização em sala de aula ou fora dela das questões ou problemas resolvidas e do estudo desenvolvido (Veiga, 1991).

A técnica de estudo dirigido objetiva, portanto, desenvolver o pensamento e a análise crítico-reflexiva a respeito do conteúdo estudado, favorecer a criatividade, a capacidade de leitura e interpretação e a socialização de conhecimento (Veiga, 1991).

 2.2.4 Seminário

Conhecida como uma técnica de ensino socializante, o seminário, em seu sentido mais restrito, compreende um estudo em grupo onde se discute e se debate temas específicos, sob a direção do professor (Veiga, 1991).

Segundo Balzan (1980) apud Veiga (1991), o “seminário significa aula expositiva dada pelos alunos”. Proporcionar essa participação ativa ao aluno no processo ensino-aprendizagem contribui para uma construção independente do conhecimento e capacidade de discussão a respeito desse saber construído.

Para Oliskovicz e Piva (2012):

A utilização da técnica de seminário contribui para o desenvolvimento do espírito de pesquisa, levando o educando a coletar material para análise e interpretação e fazendo com que ele sistematize as informações coletadas para posterior exposição transmissão (p. 11).

Para Severino (1993), a técnica de seminário objetiva “levar todos os participantes a uma reflexão aprofundada de determinado problema a partir de textos e em equipe”. Desse modo, proporciona ao aluno intimidade com o tema e socialização de saberes e experiências em sala de aula.

O Seminário, ao permitir a exposição oral por parte do aluno a respeito de um conteúdo previamente estudado, explora características qualitativas individuais, proporciona análises e experiências diversas entre os alunos e ainda possibilita ao professor a realização de uma avaliação mais efetiva, conhecendo a capacidade do aluno de corresponder aos objetivos da aprendizagem (Severino, 1993).

2.2.5 Estudo do Meio

O Estudo do meio permite ao aluno estudar o meio natural e social em que ele se insere e se utiliza de meios como a observação, a pesquisa e a análise de ambiente. Segundo Oliskovicz e Piva (2012) consiste numa atividade ampla, que se inicia e termina em sala de aula, embora se desenvolva fora dela.

Para Balzan (1969) entende o estudo do meio como uma técnica de grande valia, pois é através dela que se leva o aluno a tomar contacto com o complexo vivo, com um conjunto significativo que é o próprio meio, onde natureza e cultura e se interpenetram.

O Estudo do Meio pode ser compreendido como um método de ensino interdisciplinar que visa proporcionar para alunos e professores contato direto com uma determinada realidade, um meio qualquer, rural ou urbano, que se decida estudar (Lopes e Pontuschka, 2009, p. 174).

Ao mesmo tempo que o estudo do meio concebe uma relação entre homem e sociedade (enquanto meio natural de vivência), organiza-se também com a finalidade de explicar essa relação numa perspectiva interdisciplinar (Feltran e Feltran Filho, 1991).

 O papel do professor no estudo do meio é de orientação e coordenação da atividade. A técnica exige planejamento, execução, apresentação de resultados e avaliação e possibilita ao aluno conhecer problemas e realidades sociais e espaciais do meio e do ambiente em que vive.

3 Conclusão

As técnicas identificadas pretendem desenvolver no aluno, dentre outras competências e capacidades, um contato inicial com o conteúdo programático, análise e interpretação de textos, pesquisa e aprofundamento do conteúdo, estudo e socialização de resultados, conhecimento do meio natural e social em que está inserido e ainda independência na construção do conhecimento.

O conhecimento das técnicas de ensino não é o essencial para tornar o processo ensino-aprendizagem um determinante e eficaz caminho na construção do conhecimento e formação do aluno. O professor precisa deter dos recursos necessários, conhecer os limites e os objetivos das técnicas e ainda a concepção de quando e como melhor aplicá-la

4 Referências bibliográficas

Balzan, N. C. (1969). Estudo do meio. In: Castro, A. D. et. all. Didática na escola média: teoria e prática. São Paulo: Edibell.

Candau, V. M. (2012). A didática em questão. 33 ed. Petrópolis: Vozes.

Feltran, R.C. S; Feltran, A. (1991). Estudo do meio. In: Veiga, I. P. A. (Org.). Técnicas de ensino: por que não? Campinas: Papirus.

Gil, A. C. (2006). Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas.

 Libâneo, J. C. (1994). Didática. São Paulo: Cortez.

Lopes, A. O. (1991). Aula expositiva: superando o tradicional. In: Veiga, I. P. A. (Org.). Técnicas de ensino: por que não? Campinas: Papirus.

 Lopes, C. S; Pontuschka, N. N. (2009). Estudo do meio: teoria e prática. Geografia (Londrina).

Oliskovicz, K; Piva, C. D. (2012). As estratégias didáticas no ensino superior: quando é o momento certo para se usar as estratégias didáticas no ensino superior? Revista de Educação.

Rangel, M. (2006). Métodos de ensino para a aprendizagem e a dinamização das aulas. 2 ed. Campinas: Papirus.

Severino, A. J. Diretrizes para elaboração de um seminário. In: Severino, A. J. Metodologia do trabalho científico. 19. ed. São Paulo: Cortês, 1993.

 Veiga, I. P. A. (1991).Na sala de aula: o estudo dirigido. In: Veiga, I. P. A. Técnicas de ensino: por que não? Campinas: Papirus