OS RÉPTEIS

Por: Leonardo Américo Machava

 

Répteis 

Características gerais

Os répteis surgiram a partir de um grupo primitivo de anfíbios que não tem representantes na fauna atual. Apresentam uma serie de características que lhes permitem explorar o ambiente terrestre sem depender da agua para a respiração. São considerados o primeiro grupo de vertebrados tipicamente terrestres.

São exemplos de répteis os lagartos, as cobras, as tartarugas e os jacarés.

A pele desses animais é seca sem glândulas mucosas, e recoberta por escamas de origem epidérmica ou por placas ósseas de origem mesodérmica. Com essas características, a pele deixou de ser uma extrutura permeável, dando ao animal grande resistência à dessecação, de modo que puderam expandir se em ambientes áridos.

Nos répteis a respiração é sempre pulmonar; seu pulmão é mais complexo do que o dos anfíbios e suficiente para as suas necessidades respiratórias.

Os repteis são animais muito ágeis e geralmente possuem dentes bem desenvolvidos.

Como regra geral, os embriões e os adultos de répteis excretam ácido úrico. Essa é outra característica importante na evolução desses animais, pois essa substancia não necessita de água para ser eliminada, representando para eles uma importante economia de água. Alem disso, essa excreta pode ser armazenada no interior do ovo sem contaminar o embrião, pois não é toxica e é insolúvel em água.

Nos répteis os sexos são geralmente separados e o desenvolvimento é direto, não havendo estágios larvais.

No ambiente terrestre as variações da temperatura são maiores que no ambiente aquático. Manter a temperatura do corpo praticamente independente da temperatura ambiente é fundamental para os vertebrados terrestres.essa independencia foi conseguida por meio de mecanismos termorreguladores, que podem ser de dois tipos: a ectotermia e a endotermia.

A ectotermia é empregada pela generalidade dos repteis e a endotermia, pela generalidade das aves e mamíferos. 

Os animais ectotérmicos aquecem seus corpos por meio de fontes externas de calor, como os sol ou a superfície quente de uma rocha. Por isso é comum verificarmos os répteis expostos ao calor da luz solar durante o dia. Quando muito aquecidos eles geralmente procuram locais sombreados ou entram na água. Com esse comportamento conseguem manter praticamente constante a temperatura de seus corpos em torno de 37 oC.

Actualmente existem apenas cerca de 6500 especies de répteis, ocupando principalmente ambiente terrestre, mas com representantes também no ambiente marinho e no de agua doce, desde os trópicos ate as regiões temperadas. Essas espécies estão distribuídas essa espécies estão distribuídas em quatro grupos: Rhyncocephalia (ou Sphenodontia), Crocodilia, Chelonia (ou testudinae) e Squamata. 

Rhyncocephalia

Nesse grupo existem apenas duas espécies: Sphenodon punctatus e Sphenodon guntheri, ambas conhecidas popularmente por tautara.

 

 

 

Crocodilia

São répetis que alem de escamas, possuem placas ósseas dérmicas revestindo o corpo. São animais semi-aquáticos e podem ser encontrados em aguas doces ou no mar. todos são ovíparos.

Os crocodilianos estão divididos em três grupos:

O dos crocodilos, que possue representantes na agua doce, no mar e em aguas salobras; podem ser diferenciados dos jacarés por possuírem focinho mais estreito e pelo fato de, mesmo com a boca fechada, conseguirmos ver seus dentes superiores e inferiores, com destaque para o quarto dente inferior de cada lado da mandibula;

 

O dos jacarés, que vivem na agua doce, possuem focinho mais largo do que dos crocodilos e, quando estão com a boca fechada, deixam ver os dentes superiores, raramente alguns inferiores, mas nunca o quarto dente inferior.

 

O dos gaviais, restritos aos rios da india; possuem focinho bem estreito e longo.

 

Os crocodilos marinhos são os maiores répteis vivos na atualidade, com indivíduos que chegam a medir 7 m de comprimento. 

Chelonia

Esse grupo está representado pelas tartarugas (as marinhas e as de agua doce), pelos cágados (de agua doce) e pelos jabutis (terrestres).

Esses animais apresentam placas osseas dérmicas, que se fundem originando uma carapaça dorsal e um plastrão ventarl rígidos, que protegem o corpo. As vertebras e costelas fundem se a essas estruturas. Não possuem dentes mas apresentam laminas córneas usadas para arrancar pedaços de alimento. São ovíparos.

  

 

Squamata

Esse é o grupo de repteisque apresenta maior numero de espécies atuais e está representado pelos lacertílios, pelas anfisbenas e pelas serpentes. Esses animais possuem escamas recobrindo o corpo e sofrem mudas: De tempos em tempos a parte epiderme antiga, rica em substancias córneas, é abandonada pelo animal.

No caso das cascavéis, na extremidade da cauda essa parte fica rígida e mudas sucessivas, originando o guizo típico dessas serpentes. O numero de botões de guizo não corresponde à idade da cobra, mas ao numero de mudas que o animal já sofreu.

No grupo dos lacertílios estão lagartos, camaleões, iguanas, cobras-de-vidro e lagartixas.

 

 

No grupo das anfisbenas estão animais geralmente sem pernas, que vivem em galerias e cavam o solo. São popularmente chamados cobras de duas cabeças e são ovíparos.

 

 

O grupo das serpentes está representado por repteis que no curso da evolução perderam as pernas e passaram a apresentar uma serie de características anotomicas muito particulares, relacionadas com a capacidade de ingestão de presas grandes, inteiras, sem mastiga-las. 

Essas características são: 

capacidade de abrir a boca em um angulo de quase 180oC; 

Auxência da fusão das duas metades da mandibula na região mediana anterior;

O que propicia grandeabertura lateral da boca;

Grande capacidade de dilatação do corpo graças à elasticidade do estomago e da parede do corpo; e

Ausência do osso externo unindo as costelas na região ventral, sendo suas costelas presas apenas às vertebras.

Na boca de algumas serpentes existem glândulas especializadas na produção de veneno; as serpentes que têm essas glândulas são chamadas de peçonhentas. Essas glândulas podem ou não estar associadas a dentes inoculadores, que injetam o veneno no momento da mordida.

Existem quatro características de dentição nas serpentes, definidas em função dos dentes inoculadores de veneno (sua ausência, presença, tipo de localização):

Nas serpentes da categoria áglifa não há dentes inoculadores de veneno e todos os dentes são iguais (exemplo: jiboias, sucuri e caninana); 

 

Nas da categoria proteróglifa há dentes inoculadores de veneno, localizados na região anterior da boca, que possuem um sulco por onde escorre p veneno; exemplo de serpentes peçonhentas são as chamdas corais-verdadeiras (género Micrurus);

 

Nas da categoria apistóglifa há dentes inoculadores de veneno, localizados na região posterior da boca, que possuem um sulco por onde escorre o veneno; a cobra-cipó, as muçuranas e a maiorias das falsa-corais são exemplos de opistóglifas; devido á posição desses dentes na boca, geralmente as serpentes dessa categoria não conseguem inocular o veneno co eficiência;

 

Nas da categoria solenóglifa há dentes inoculadores de veneno grandes, anteriores e com um canal interno por onde escorre o veneno; esse é o tipo de dentição mais especializado dentre as quatro categorias; exemplos de solenóglifas são as serpentes peçonhentas do grupo dos crotalíneos, como é o caso da cascavel. 

 

 

 

 

Referências bibliográficas 

LOPES, Sónia. Bio – volume único. Saraiva S. A. – livreiros Editores, São Paulo, 2004.