Severino Elias Ngoenha nasceu em Maputo, Moçambique, em 1962. É considerado o mais importante filósofo contemporâneo de Moçambique, realizando uma contribuição central para o estudo da Filosofia africana no país.

 

Ngoenha fez sua educação básica na Escola oficial portuguesa, que servia especialmente portugueses de origem ou assimilados. Em 1975, tendo concluído o Liceu, começa seus estudos na Universidade Eduardo Mondlane em Biologia e Química. No entanto, logo se interessou pela Filosofia e, em 1978, transfere-se para a Faculdade de Letras da mesma universidade.

 

Em 1982, Ngoenha conclui o curso de Licenciatura em Filosofia e, no ano seguinte, inicia seus estudos de Mestrado na Universidade de Lisboa, Portugal. Em 1985, defende a sua dissertação de Mestrado, intitulada "A filosofia africana: das independências às liberdades", que é publicada em 1987.

 

Em 1986, Ngoenha é admitido no programa de Doutoramento em Filosofia da Universidade Gregoriana de Roma, Itália. Em 1990, defende a sua tese de Doutorado, intitulada "O retorno do bom selvagem: uma perspectiva filosófica-africana do problema ecológico", que é publicada em 1992.

 

Após concluir o Doutorado, Ngoenha retorna a Moçambique, onde assume um cargo de docente na Universidade Eduardo Mondlane. Em 1995, é nomeado Reitor da Universidade Pedagógica de Moçambique, cargo que ocupa até 2001.

 

Desde 2001, Ngoenha é professor na Universidade Eduardo Mondlane, onde dirige o Departamento de Filosofia. Também é membro do Conselho de Reitores de Moçambique e da Academia Africana de Ciências.

 

A obra de Ngoenha é vasta e diversificada, abrangendo temas como a Filosofia africana, a Filosofia política, a Filosofia da educação e a Filosofia ambiental. Em sua obra, Ngoenha defende a necessidade de uma Filosofia africana que seja autenticamente africana e, ao mesmo tempo, dialogue com a Filosofia universal.

 

Algumas das principais obras de Ngoenha são:

 

Filosofia africana: das independências às liberdades (1987)

O retorno do bom selvagem: uma perspectiva filosófica-africana do problema ecológico (1992)

Os tempos da filosofia: filosofia e democracia Moçambicana (2000)

Manifesto: Por Uma Terceira Via (2010)

Resistir a Abadon (2015)

Ngoenha é um dos principais expoentes da Filosofia africana contemporânea. Sua obra é de grande importância para o desenvolvimento do pensamento filosófico em Moçambique e no mundo.

 

Principais contribuições

 

As principais contribuições de Severino Ngoenha para a Filosofia africana são:

 

A defesa da necessidade de uma Filosofia africana que seja autenticamente africana e, ao mesmo tempo, dialogue com a Filosofia universal.

O desenvolvimento de uma abordagem filosófica que integra a tradição africana com as contribuições da Filosofia ocidental.

O estudo de temas relevantes para a sociedade africana, como a democracia, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.

Impacto

 

A obra de Severino Ngoenha tem um impacto significativo no pensamento filosófico africano. Sua defesa de uma Filosofia africana autenticamente africana contribui para o fortalecimento da identidade cultural africana. O seu desenvolvimento de uma abordagem filosófica que integra a tradição africana com as contribuições da Filosofia ocidental abre novos caminhos para a reflexão filosófica em África. O estudo de temas relevantes para a sociedade africana contribui para a compreensão dos desafios e oportunidades que a África enfrenta.

 

Reconhecimento

 

Severino Ngoenha é um dos filósofos africanos mais respeitados da atualidade. Ele recebeu inúmeros prêmios e honrarias, incluindo:

 

Prêmio Nacional de Cultura de Moçambique (1993)

Prêmio de Excelência da Universidade Eduardo Mondlane (1995)

Prêmio de Pesquisa da Fundação Ford (1997)

Prêmio de Filosofia da Academia Africana de Ciências (2001)

Prêmio de Filosofia da UNESCO (2005)

Ngoenha é membro de várias organizações internacionais, incluindo a Academia Africana de Ciências, a Associação Internacional de Filosofia Africana e a Associação Internacional de Filosofia.