O desenvolvimento da competência linguística por meio do texto expositivoargumentativo

I-parte
2.1. Texto expositivo-argumentativo

Muhati (2007, 37), a tipologia argumentativa expõe uma determinada tese que por meio de argumentativos, o argumentador posiciona-se a favor ou contra a tese formulada. Em observância aos argumentados alistados de uma forma coerente e coesa, o articulista
coloca-se a convencer os destinatários, de modo a aderirem à sua perspectiva.

2.2. Intenção principal do texto argumentativo
Ribeiro (2015, p.315) afirma que todo acto argumentativo que qualquer que seja a pessoa for a realizar, implica a uma intenção que nela subjaz de persuadir e conseguir a aprovação da sua ideia por meio da adesão da mesma. Todavia, vários factores são
tomados em conta, uma vez que os argumentos devem ser viáveis perpassar a ideia principal do alocutário, e conseguir atingir o seu objectivo.

2.3. Organização estrutural do texto expositivo-argumentativo

Na perspectiva de Ribeiro (2015, p.317), o texto argumentativo obedece uma organização dividida em três partes, a saber:

Introdução: nesta fase faz-se a apresentação da tese, de uma forma clara e objectiva.

Desenvolvimento: aqui o autor faz uma explicitação da sua proposta, e expõe os argumentos que irão comprovar ou não a veridicidade da enunciação feita na parte introdutória, recorrendo à alguns recursos que auxiliam a sua intenção, podendo apresentar alguns exemplos ou factos, mencionando certos autores que tenham abordado um tema da mesma natureza com a sua perspectiva conteudística.

Conclusão: depois de uma demonstração muito coesiva e direta dos argumentos, o autor coloca-se a fazer uma síntese das suas principais ideias, e em alguns casos pode deixar uma frase de chave-de-ouro que ainda mais vai chamar a atenção do
leitor.

2.4. A argumentação como ferramenta para uma competência linguística

Na ideia de (Leitão, 2001) argumentar é saber falar, é saber fazer o uso da língua de uma forma mais técnica e avantajada. Todo o indivíduo é dotado de determinadas ideias em relação a um determinado tipo de assunto, razão pela qual quando o mesmo expõe os seus ideais, é preciso que a sua exposição seja clara, concisa e objetiva naquilo que pretende, de modo a possibilitar a adesão do seu pensamento por aquele que está na posição de destinatário/ouvinte.

Para Cunha Marques (2010), quando argumentamos colocamos em práctica as nossas habilidades comunicativas e linguísticas, e quanto mais o fazemos, mais especialistas nos tornamos, de tal forma que sempre que formos a argumentar, o nosso argumento poderá merecer um destaque e consideração da parte dos ouvintes/receptores, leitores ou consumidores dos escritos literários. Certamente, no dia-a-dia, o homem é encontrado a argumentar, seja de forma cônscia ou não.

O texto argumentativo pode servir de ferramenta para o sucesso e/ou progresso contribuir dos seguintes campos linguísticos;

 Aprimoramento do vocabulário: quando o professor manda aos seus estudantes produzirem textos argumentativos, estes põem-se investigar algumas palavras que serão tidas como novas, considerando que os estudantes não sabiam da significação das mesmas palavras. A produção de um texto é igual a uma tessitura,
cuja uma linha conecta-se intimamente com a outra, e nesse âmbito os estudantes procurarão fazer uma relação semântica das palavras dentro do seu texto, integrando variedades de vocábulos, que gradativamente vão se estendendo no vocabulário do próprio aluno ou estudante.

Aperfeiçoamento gramatical: os estudantes antes de começarem a escrever um texto argumentativo, poderão ir a busca de exemplos dos textos da mesma natureza que interessam aos seus objectivos, e quanto mais leem estes textos, aprendem implicitamente as regras gramaticais da língua, estimulando assim um conhecimento sintático.

Melhoria na ordenação das ideias: tendo em conta com a natureza do texto argumentativo, o estudante terá a obrigação ou a tarefa de aprender a colocar as suas ideias de um modo claro e preciso.
II-parte

3.0. Produção textual
Tema:
Em Resposta ao Comentário: Se Continuarmos a Brincar Vamos Perder a Nação

Tese:
Já perdemos o nosso Moçambique?
Sou um anónimo moçambicano. Sou anónimo pela identidade pessoal, mas não pela identidade nacional. Se a minha nação, em presunção por mim captada nas palavras de Senhor Presidente da República de Moçambique, perdeu-se das mãos dos moçambicanos,
como é que nos chamaríamos ainda moçambicanos sem um Moçambique que serviria de território de acolhimento dos seus filhos moçambicanos? Talvez não tenhamos mais essa
identidade de moçambicanidade! Os livros ensinam ao moçambicano a preservar a pátria, mas a própria pátria insinua no seu discurso e na sua práctica a não preservar o seu povo!

Carrego diplomas de licenciaturas, mestrados e doutoramentos nos meus sonhos, mas percebo que já não tenho um Moçambique para sonhar nele e com ele. Se continuarmos a brincar vamos perder a nação – assim falou o Senhor Presidente.

Um moçambicano poderia se perguntar: brinco quando vejo com a visão vermelha os meus irmãos a serem queimados na província de Cabo Delgado? Brinco quando critico a actitude da Sua Excelência, o Presidente da Republica? Ou brinco quando ouço falar das dívidas ocultas que só o povo sofre para pagar o que não roubou?

A minha pergunta ao Senhor Presidente é, qual seria a brincadeira de um povo rico, pelos seus recursos que nunca usufruiu, que lhe faria perder a sua nação moçambicana?

4.0. Conclusão
Depois de uma busca pela informação deste trabalho e durante a compilação do mesmo, ficou sublinhada a ideia de que o texto argumentativo é muito importante na vida
quotidiana do homem no geral, e no modo específico na vida estudantil, visto que o seu uso faz com que autor se disponha de habilidades biopsicossociais, isto é, o autor ao usar a ferramenta argumentativa cultiva no seu intelecto aprimoramento das capacidades discursivas que tornarão cada vez mais a sua comunicação eficiente e eficaz, atingindo desta feita as suas metas por meio do discurso. Através da produção do texto expositivoargumentativo, demonstrou-se a aplicabilidade do mesmo como uma forma de estimular um pensamento alinhado ao contexto, usando os conhecimentos morfolexicossintático e semântico-pragmáticos para uma boa formulação dos produtos verbais. Contudo, a argumentação permite-nos aperfeiçoar vários outros campos de saber, como a melhoria e excelência na ordenação do pensamento, na produção do discurso, na selecção do vocabulário específico em função dos fins pautados.

5.0. Bibliografias
Cunha Marques, C. M. G. H. de. (2010). A Argumentação Oral, Formal no Contexto
Escolar. Coimbra.
Leitão, S. (2001). Composição Textual: Especificidade da Escrita Argumentativa. Rio de
Janeiro.
Muhati, S. A. (2007). Saber Comunicar em Português. (2ª ed.), Maputo.
Ribeiro et. al. (2015). Gramatica Moderna da Língua Portuguesa. (3ª ed.), Coimbra.