1.      Contextualização

Edmund Husserl nasceu em 1859 em Prosnitz "Moravia", estudou Matemática, Física e a Astronomia na Universidade Leipizg. E faleceu em 1938. É Pai do movimento fenomenológico contemporâneo.  Edmund Husserl foi, sem dúvida, um dos filósofos mais fecundos de nosso século. Esta fecundidade mede-se por uma dupla razão. Primeiro, pela sua gigantesca produção filosófica e pela qualidade de grande número de pensadores que teve como discípulos. Em segundo lugar, destacou-se como criador da fenomenologia, sendo reconhecido como um dos grandes clássicos do pensamento ocidental.

Influencias

 A influência da fenomenologia de Husserliana sobre pensadores posteriores e marcante. Mas seu influxo extrapola o campo da filosofia estendendo-se ao campo da ética, da psicologia, da sociologia, do direito, etc. Edmund Husserl procurou descrever acuradamente o mundo como aparece na consciência, em todos os seus aspectos, buscando insaciavelmente rigor absoluto, apaixonado pela a ideia Cartesiana da fundamentação radical da filosofia e, com ela, de todas ciências. Perseguiu uma renovação radical da filosofia, no seu conjunto. Dedicou-se a leitura de Aristóteles e a fenomenologia do espirito de Hegel, e em 1881 dedicou-se também ao novo testamento. Husserl nunca foi nem será um filosofo popular. Sua obra é de difícil interpretação. Entretanto sua atitude e seu método fenomenológico impuseram-se em amplas esferas do conhecimento, "A fenomenologia husserliana é, em primeiro lugar, uma atitude ou postura filosófica e, em segundo, um movimento de ideias com método próprio, visando sempre o rigor radical do conhecimento" (HUSSERL, 2008, P. 8). Husserl chega à fenomenologia a procurando na filosofia o fundamento para a matemática e a logica, nas Investigações Logicas, refutando o psicologismo. Desenvolve a fenomenologia como ciência fundamentadora, baseando-se na análise reflexa do conteúdo do ate de pensar enquanto manifesta a realidade. Para encontrar fundamento, segundo ele, e preciso colocar-se acima da mera experiência pratica e despir-se de todos os preconceitos, orientando- se apenas por uma evidencia apodítica, ou seja, destituída de toda a possibilidade do seu contraditório. Para isso distingue a atitude transcendental da atitude natural

1.      A Conceptualização de termos chaves

A palavra "fenômeno" é antiga na história da filosofia ocidental. Primeiro os gregos usaram o termo para a manifestação do ser numa intima unidade entre o ser e aparecer. Com o tempo passou a entender-se por fenômeno a aparência enganosa, oposta a realidade. Assim Platão usa o termo para designar o mundo sensível, em oposição ao mundo inteligível. A palavra "fenomenologia" agrupa a palavra "fenômeno" e "logos", significando etimologicamente o estudo ou a ciência do fenômeno. Por fenômeno, no sentido originário e mais amplo, entende-se tudo o que aparece, que se manifesta ou se revela. Originariamente a palavra "fenômeno" refere-se ao que existe exteriormente, ou seja, fenômenos físicos. "A fenomenologia husserIiana pretende estudar, pois, não puramente o ser, nem puramente a representação ou aparência do ser, mas o ser tal como se apresenta no próprio fenômeno”, (HUSSERL, 2008, P. 17). E fenômeno é tudo aquilo de que podemos ter consciência, de qualquer modo que seja Fenomenologia, no sentido Husserliano, será pois o estudo dos fenômenos puros, ou seja, uma fenomenologia pura.

Edmund Husserl considera inaceitável postulado de que aquilo que aparece na experiência atual não é a verdadeira coisa. Deu novo significado a fenomenologia, encerrando o fenômeno no campo imanente da consciência. Husserl não nega a relação do fenômeno com o mundo exterior, mas prescinde dessa relação, (Ibidem).

Propõe a volta as coisas mesmas, interessando-se pelo puro fenômeno tal como se toma presente e se mostra a consciência. Sob este aspecto, deu um sentido mais subjetivo a palavra fenômeno, elaborando uma fenomenologia que faça ela mesma as vezes de ontologia. Segundo ele, o sentido do ser e do fenômeno são inseparáveis.  A reflexão sobre os fenômenos da consciência e, entretanto, o ponto de partida para examinar os diferentes sentidos ou significados do ser e do existente a luz das funções da consciência. Através deste método pretende chegar a um fundamento certo e evidente do ser e de suas aparições.

A tarefa da fenomenologia e, pois, estudar a significação das Vivencias da consciência.             Segundo Husserl, orienta-nos para o mundo interior, que chama de transcendental enquanto chama o mundo exterior de transcendente. Deste modo o ser transcendente e o ser real ou empírico enquanto o transcendental e o irreal, mas não fictício. Propõe-se explorar as riquezas da consciência transcendental, pois, segundo ele, o filosofo não precisa recorrer ao mundo transcendente. Ou ideal, mas não fictício.

A fenomenologia tem por vocação ser prima philosophia e, por isso, a radicalidade do pensamento cartesiano. O caminho genuíno da atividade filosófica e a reflexão. Parte do cogito e de suas cogitada, do eu, das vivencias do ego. Por isso, "o método fenomenológico consiste no acesso ao campo da consciência para submete-lo a análise. Ego cogito cogitatum e o esquema do âmbito da analise fenomenológica", (HUSSERL, 2008, P. 18). Como todo cogitare se orienta para algo - intentio - na fenomenologia fala-se de analise intencional como seu método próprio de investigação. a fenomenologia não se propõe estudar puramente o ser, nem puramente a representação do ser, mas o ser tal como e enquanto se apresenta a consciência como fenômeno.

A fenomenologia pretende ser ciência das essências e não dos fatos. E ciência de experiência, que descreve os universais que a consciência intui quando se tem apresentam os fenômenos. As essências não existem apenas no interior do mundo perceptivo, (HUSSERL, 2008, P. 19).

A fenomenologia possibilita que Husserl chama as ontologias o regionais. Regiões são a natureza, a sociedade, a moral e a religião. Estudar essas ontologias regionais então significa captar e descrever as essências ou modalidades típicas com que os fenômenos sociais, morais ou religiosos aparecem a consciência. Para fundamentar uma filosofia como ciência de rigor, segundo Husserl, exigem-se três condições: ausência de pressupostos, cânter a priori, evidencia apodítica.

2.1 Características da Fenomenologia

 

Husserl, propõe três condições ou caraterísticas para fundamentar a sua filosofia como ciência de rigor: ausência de Pressupostos, caráter a priori e evidencia apodítica.

Ausência de pressuposta

A fenomenologia deve ser ciência dos fundamentos e das raízes, ou seja, uma ciência radical, uma ciência dos fundamentos originários. " Não é das filosofias que deve partir o impulso de investigação, mas, sim, das coisas e dos problemas", (HUSSERL, 2008, P. 20). Incansavelmente tenta submeter a filosofia a uma revolução cartesiana para liberta-la de todo o preconceito possível e fazer dela uma ciência verdadeiramente autônoma e radical através do método fenomenológico. A única fonte do conhecimento, para a fenomenologia, e a evidência que caracteriza os dados imanentes da consciência.

2.2 Caráter a priori

 

Husserl parte de idealidades porque só essas são validas, independentemente da contingencia dos fatos, para constituírem a prioridade radical para todas as ciências. A fenomenologia descrever a estrutura do fenômeno como fluxo imanente de vivencias que constituem a consciência. "Husserl critica Kant por partir do fato das ciências positivas para depois formular a pergunta pela possibilidade do conhecimento”, (HUSSERL, 2008, P. 22). E para não pressupor aquilo que está em questão retoma, contra Kant, o espirito mais radical do cartesianismo, eliminando o recurso a qualquer saber já dado.

Husserl vai mais longe, criticando Descartes por estabelecer uma continuidade entre o discurso filosófico e o discurso cientifico na concepção de uma filosofia que deve proceder more geométrico. Para que seja preservada a autonomia da fenomenologia frente as ciências e preciso ter consciência de que não fala dos mesmos objetos sobre os quais fala a ciência, não utilizam seus resultados nem seu método, (Ibidem).

2.3 Evidência apodítica

 

A evidência é um critério de verdade e de certeza, descreve-a como preenchimento da intenção. Devolveu-lhe o caráter objetivo enquanto designa o manifestar-se de um objeto como tal a consciência. Afirma que a evidencia surge quando há uma equação completa entre o pensado e o imediatamente dado. "O fundamental e não passar por alto que a evidencia e esta consciência que efetivamente vê, que apreende o seu objeto direta e adequadamente, que evidencia nada mais significa que o adequado dar-se em si mesmo", (HUSSERL, 2008, P. 23). A fenomenologia toma-se filosofia primeira pela auto-reflexão radical e, par isso, universal. Na atitude plenamente reflexa, o filosofo observam as "coisas" na sua pureza original e imediata, deixando-se orientar exclusivamente por elas.

Descartes afirma não aceitar nunca alguma coisa como verdadeira a não ser que ela se reconheça evidentemente como tal, isto e, evitar diligentemente a precipitação e a prevenção; e não compreender nos próprios juízos senão 0 que se apresenta tão clara e distintamente ao próprio espirito, que não se tenha nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida. “, (DESCARTES, 2001, P. 23).

Para construir, pois, uma filosofia como ciência de rigor sucesso admitir como validos juízos hauridos da evidencia apodítica. Tal só posso obter mediante vivencias da consciência e que as. coisas se me apresentam por si mesmas. Nas Meditações cartesianas estabelece como primeiro princípio. Tomando como filosofo, meu ponto de partida, tenho para o fim presumido uma ciência verdadeira.

2.      Estatuto Epistemológico do Método Fenomenologia

 

O caminho para chegar a este fundamento radical da filosofia e da ciência e, segundo Husserl, a fenomenologia como método de evidenciação. Desta forma entende a fenomenologia como analise descritiva das vivencias da consciência depuradas de seus elementos empíricos para descobrir e apreender as essências diretamente na intuição. "O idealismo fenomenol6gico de Husserl não nega a existência do mundo real. Quer deixar claro que o mundo e sempre conteúdo de meu saber, conteúdo de experiência, conteúdo de meu pensar," (HUSSERL, 2008, P. 25). A fenomenologia propõe partir de uma situação sem pressupostos para esc1arecer as condições das quais depende nosso conhecimento. Nas ciências empíricas fazemos todo o tipo· pressuposições. O físico, p. ex., pressupõe a validade da matemática; o matemático pressupõe a validade da lógica, etc. A fenomenologia não pretende fazer pressuposições que tenham que ser justificadas em outro campo.

Toda a vivencia intelectiva e toda a vivencia em geral, ao ser levada a cabo, pode fazer-se objeto de um puro ver e captar e, neste ver, e um dado absoluto. Está dada como um ente, como um isto-aqui (Dies-da), de cuja existência não tem sentido algum duvidar, (HUSSERL, 1958, P. 55).

A fenomenologia de Husserl não pretende ser um método ou sistema filosófico, A fenomenologia propõe-se como tarefa analisar as vivencias intencionais da consciência para ai perceber sentido dos fenômenos. "Na atitude fenomenológica o objeto e constituído na consciência. E a fenomenologia toma-se o estudo da constituição do mundo na consciência,” (HUSSERL, 2008, P. 32). 0 objeto da fenomenologia e a consciência mesma como resíduo da époque praticada, a consciência pura no sentido eidético transcendental e não psicológico.

Fenomenologia e a ciência critica fundamental e situa-se no plano da evidencia apodítica. O objeto próprio da fenomenologia não e, diretamente, o campo das essências, mas da essência da vida da consciência. Busca a raiz de toda a atividade filosófica e cientifica.

A filosofia primeira é a fenomenologia como a ciência descritiva eidética da consciência pura transcendental ou doutrina pura descritiva das essências das estruturas imanentes da consciência.

A filosofia tonar-se-á ciência de rigor quando nos fazer tornar consciência de que as construções teóricas do espirito não podem restringir-se a descrição objetivista dos fatos individuais e subsistentes em si mesmos.

A fenomenologia, assim, como argumenta Husserl, propõe-se como tarefa analisar as vivencias intencionais da consciência para ai perceber o sentido dos fenômenos. A fenomenologia consiste na tentativa de descrever o fundamento da filosofia na consciência na qual a reflexão emerge da vida irrefletida do começo ao fim, portanto o método fenomenológico é um método derivado de uma atitude, tendo como objetivo proporcionar ao conhecimento filosófico as bases solidas de uma ciência de rigor, com evidencia apodítica. Analisa dados inerentes a consciência e não especula sobre cosmovisões, isto é, funda-se na essência dos fenômenos e na subjetividade transcendental, pois, as essências só existem na consciência, como conhecimento fundado nas essências é um saber absolutamente necessário, em oposição ao conhecimento fundado na experiência empírica dos fatos contingentes.

3.      A crise da humanidade europeia e a fenomenologia

 

Essa nova perspectiva não significa um rompimento com a fase anterior, mas urn enriquecimento de seu programa fenomenológico pela perspectiva da história e da vida. Nesta segunda fase Husserl preocupa-se com as evidencias pré-lógicas, com o mundo dos valores, com o sentido da existência pessoal e coletiva. Entretanto, como na primeira fase, continua em busca de um saber apodítico e universal e de seus fundamentos. Husserl denuncia a crise da civilização do nosso tempo, interpretando- a como uma crise das ciências europeias. A origem da crise e a convicção; ao de que "a verdade do mundo apenas se encontra no que e enunciável no sistema de proposições da ciência objetiva”, (HUSSERL, 2008, P. 41). Ou seja, no objetivismo. Este põe de lado as questões decisivas para uma autentica humanidade. Com isso a ciência perde importância para a vida e o mundo.

 Para Husserl, a crise das ciências manifesta a crise da humanidade como projeto racional. o projeto do homem europeu, constituído na antiga Grécia, traçou um projeto político racional para configurar a vida humana a partir da razão.

A guerra de 1914 mostrou o fracasso como possibilidade inerente a cultura moderna. Suas analises vão desde a consideração da crise epistemológica do psicologismo até a crise generalizada das ciências europeias que significou uma crise antropológica, (HUSSERL, 2008, P. 41).   

Desta forma a fenomenologia recuperara uma concepção do homem que tem como centro o sujeito racional, fundado não nos fatos, mas na razão. O homem não e um mero fato mundano, mas o lugar da razão e da verdade, a subjetividade transcendental. A recondução da ciência a sua origem no mundo da vida, como a crítica da psicologia cientifica, exige a constituição da ciência do mundo da vida e uma psicologia fenomenológica. O mundo da vida e a fonte do sentido dos conceitos científicos. Se esses não puderem referir-se ao mesmo carecem de sentido.

4.      A Contribuição do Método Fenomenológico na Antropologia Filosófica

 

O termo Antropologia afirmou-se por mérito de Kant, que intitulou uma de suas obras Anthropologie in pragmatiscer Hinsicht (1798). Nela, ele define essa ciência como: “Uma doutrina do conhecimento do homem ordenada sistematicamente (MONDIN,1977ː9). O termo Antropologia, porém, não foi cunhado por Kant. Ele tem uma história mais longa e humanista. Casmann publicou em 1596 um volume intitulado Psychologia anthropologica na qual se propõe expor doctrina geminae natural humanae. Todavia, o foco do nosso debate diz respeito a contribuição do método fenomenológico na antropologia filosófica. Husserl quer recuperar esta esfera pré-científica da vida e criar consciência de que o saber e apenas uma dimensão parcial do mundo da vida. Este e muito mais amplo e muito mais rico que o mundo da ciência. A razão e o especifico do homem, enquanto essência, que plasma sua vida em atividades e hábitos pessoais.  Afirma Husserl que, se o homem é um ser racional, e somente na medida em que toda sua humanidade e humanidade racional.

Antropologia filosófica insere os indivíduos a uma reflexão da auto compreensão na condição de questão filosófica e lhe apresenta a questão do ser humano no contexto de pensamento filosófico ocidental a partir de suas principais abordagens e teorizações.

 Uma das principais questões da antropologia filosófica é como garantir que o conhecimento que se tem da realidade é verdadeiro, entretanto, na busca de Husserl de um fundamento solido para a filosofia entende se que tenta estabelecer uma filosofia primeira, criando uma ciência fundamental da subjetividade pura. Como ciência rigorosa, exigira de nós uma postura fenomenológica que nos conduzirei as raízes ultimas de todas as coisas.

5.      Crítica ao Objetivismo

 

A crítica de Husserl ao objetivismo da ciência gira, pois, em tomo de dois aspectos: o esquecimento do sujeito e de seu mundo vital; a perda da dimensão ética, pois o método matemático objetivista renuncia explicitamente a tomar posição sobre o mundo do dever-se

 Para Husserl, um mundo que tem o homem como centro. Por isso, só o retomo a subjetividade transcendental podem recuperar o sentido do humanismo e superar o desvio objetivista. História do pensamento moderno e uma busca do sentido da vida humana teleologia. A crise das ciências e, em última análise, crise de sentido. O autor fala de crise das ciências refere-se, pois, ao seu significado para a vida humana. Em outras palavras, o lugar da crise e o projeto de vida, o mundo ético-político porque o mundo da ciência foi separado com o mundo cientifico contemporâneo é um desvio desta teleologia, um desvio do ideal da filosofia como tarefa infinita. A consciência da crise e uma oportunidade para superara ingenuidade da ciência moderna, fundamentando-a no mundo da vida e nas intencionalidades que a orientamos mundo da vida concreta. "A crise atual tem como causa principal o objetivismo cientifico reinante, pois este esqueceu o mundo da vida e a subjetividade transcendental", (HUSSERL, 2008, P. 51). A autor superar a ingenuidade do racionalismo objetivista para recuperar um racionalismo autêntico, capaz de compreender os problemas do espirito. O mundo da vida do sujeito e o lugar que dá sentido e finalidade ao agir e ser. Husserl! constata a crise como um fato pré-histórico e busca na hist6ria suas causas e soluções. Nisso está uma nova perspectiva da fenomenologia. O ego transcendental agora aparece como razão histórica.

Entretanto Deus e, para Husserl, não apenas um conceito-limite nem apenas um ideal regulador da razão, mas a substancia absoluta que se dá no fim da redução transcendental. Situa o tema de Deus num plano claramente ontológico, real. Diz que Deus fala em nos, fala na evidencia de nossas decisões, que, através de toda a finita mundanidade, apontam para a infinidade, (HUSSEL, 2008, P. 55).

A filosofia husserIiana descobre Deus como o princípio teleológico da racionalidade do curso prático da história humana. Fenomenologia cientifica e seu caminho a-religioso a religião, seu caminho a-teu para Deus. O problema de Deus pertence ao domínio da cosmovisão de Husserl. Para terminar o autor apresenta a fenomenologia como método para supera-Ia. Com ela pretende retomar do mundo artificial e abstrato do objetivismo cientifico ao mundo da vida, buscando A fenomenologia propõe-se ser um método no qual todo o conhecimento se constrói em referência a subjetividade. Desta forma a fenomenologia entende-se na função de filosofia primeira, paradigma de todo o saber, que tendo sentido em si mesma o confere as demais ciências o saber fundamental no campo das experiências pré-científicas e originarias. A fenomenologia assume, pois, a tarefa de um filosofar radical como novo começo absoluto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6.      CONCLUSÃO

 

Na temática sobre O Método Fenomenológico-Transcendental em Antropologia Filosófica. Conclui – se que Husserl chega à fenomenologia procurando na filosofia o fundamento para a matemática e a logica, nas Investigações Logicas, refutando o psicologismo. Desenvolve a fenomenologia como ciência fundamentadora, baseando-se na análise reflexa do conteúdo do ate de pensar enquanto manifesta a realidade. Para encontrar fundamento, segundo ele, e preciso colocar-se acima da mera experiência pratica e despir-se de todos os preconceitos, orientando- se apenas por uma evidencia apodítica, ou seja, destituída de toda a possibilidade do seu contraditório. Para isso distingue a atitude transcendental da atitude natural.

O método fenomenológico consiste no acesso ao campo da consciência para submete-lo a análise. Ego cogito cogitatum e o esquema do âmbito da analise fenomenológica. A fenomenologia pretende ser ciência das essências e não dos fatos. E ciência de experiência, que descreve os universais que a consciência intui quando se tem apresentam os fenômenos. As essências não existem apenas no interior do mundo perceptivo. Ele, argumenta que a fenomenologia deve ser ciência dos fundamentos e das raízes, ou seja, uma ciência radical, uma ciência dos fundamentos originários. Não é das filosofias que deve partir o impulso de investigação, mas, sim, das coisas e dos problemas Incansavelmente tenta submeter a filosofia a uma revolução cartesiana para liberta-la de todo o preconceito possível e fazer dela uma ciência verdadeiramente autônoma e radical através do método fenomenológico. A única fonte do conhecimento, para o fenomenologia, é a evidencia que caracteriza os dados imanentes da consciência.

Husserl, propõe três condições ou caraterísticas para fundamentar a sua filosofia como ciência de rigor: ausência de Pressupostos, caráter a priori e evidencia apodítica. Portanto, uma das principais questões da antropologia filosófica é como garantir que o conhecimento que se tem da realidade é verdadeiro, entretanto, na busca de Husserl de um fundamento solido para a filosofia entende se que tenta estabelecer uma filosofia primeira, criando uma ciência fundamental da subjetividade pura. Como ciência rigorosa, exigira de nós uma postura fenomenológica que nos conduzirei as raízes ultimas de todas as coisas. 

 

7.      BIBLIOGRÁFIA

 

DESCARTES, René. (2001). Discurso do Método, 3. Ed.  São Paulo.

HUSSERL, Edmund. (1958). Ideia da Fenomenologia. 70. Ed. Rio de Janeiro.

HUSSERL, Edmund. (2008).  A crise da Humanidade Europeia e a Filosofia. 3. Ed, Porto Alegre.