A ocupação da América do Norte foi marcada por intensos conflitos entre os ingleses e os povos indígenas da região. Ao norte da costa, estabeleceram-se comunidades puritanas e presbiterianas (protestantes). Ao centro e estabeleceram-se com unidades anglicanas e católicas. O projecto desses colonos pioneiros continha a ideia de construção de sociedades autónomas em que pudessem erguer um “novo lar”. Entretanto, para viabilizar esse projecto, os recém-chegados enfrentaram a resistência de grupos indígenas. Com o propósito de ocupar terras indígenas e delas retirar suas riquezas, os colonos entraram em guerra sistemática com os índios.

Esse projecto também provocou conflitos entre colonos e autoridades inglesas, desde o início da colonização, pois o controle colonial, pretendido pela metrópole, não era aceito pelos colonos, o modelo utilizado pelos colonos ingleses foi totalmente diferente do modelo imposto pela colonização portuguesa e espanhola, ás treze colónias não estavam submetidas ao pacto colonial e podiam comercializar seus produtos com outras nações.

As colónias foram fundadas entre 1607 (Virgínia) e 1733 (Georgia). Documentos contemporâneos geralmente listam as 13 Colónias Norte-Americana do Reino da Grã-Bretanha em ordem geográfica, do Norte ao Sul:

As Colónias do Norte ou Nova Inglaterra

  1. Província de New Hampishire mais tarde o estado de New Hampshire
  2. Província da Baía de Massachusetts mais tarde os estados de Massachusetts e Maine
  3. Colónia de Rhode Island mais tarde o estado de Rhode Island
  4. Colónia de Connecticut mais tarde o estado de Connecticut

As Colónias Centrais

  1. Província de Nova Iorque mais tarde os estados de Nova Iorque e Vermont1
  2. Província de Nova Jérsei mais tarde o estado de Nova Jérsei
  3. Província de Pensilvânia mais tarde o estado de Pensilvânia
  4. Colónias de Delaware mais tarde o estado de Delaware

As Colónias do Sul

  1. Província de Maryland mais tarde o estado de Maryland
  2. Colónia de Domínio da Virgínia mais tarde os estados de Virgínia, Kentucky e Virgínia do Oeste
  3. Província da Carolina do Norte mais tarde os estados de Carolina do Norte e Tennessee
  4. Província da Carolina do Sul mais tarde o estado de Carolina do Sul
  5. Província da Geórgia mais tarde o estado de Geórgia

Características das colónias e a busca da autonomia

Durante a colonização, o projecto de autonomia dos colonos foi crescendo, principalmente nas colónias do Norte, onde foram criados os sistemas de autogoverno representativo dos colonos. Nessas colónias, desenvolveu-se uma produção agrícola diversificada, baseada na pequena e média propriedade rural. Além disso, estabeleceu um dinâmico comércio marítimo com as Antilhas e a África. Inicialmente, ao contrário do que ocorria na América Portuguesa, os colonos ingleses não eram proibidos de fazer comércio com os estrangeiros. Nas regiões centro e norte desenvolveram-se colónias relativamente autónomas, baseadas na média e pequena propriedade, que não estavam sujeitas a uma exploração colonial intensa, característica, por exemplo, do que acontecia nas colónias espanholas e portuguesas.

Já nas colónias inglesas do Sul, desenvolveu-se uma produção agrícola mais voltada para o mercado externo (tabaco e algodão), baseada em grandes propriedades rurais (plantations) e na utilização do trabalho escravo africano. Os escravos africanos atingiram quase 40% da população das colónias do Sul.

Mais dependente da metrópole, boa parte dos colonos do sul era mais conservadora e foi, até mesmo, contrária ao rompimento definitivo com a Inglaterra

A dominação Inglesa

O processo de independência das 13 colónias inglesas da América foi desencadeado no fim da Guerra de Sete Anos (1756-1763), na qual Inglaterra e França disputavam regiões da América do Norte. Embora vitoriosa, a Inglaterra saiu da guerra com sua economia abalada, devido às despesas militares. Para recuperar a economia, o governo inglês tomou medidas que ampliaram sua dominação sobre suas 13 colónias, Entre elas se destacam:

Lei do Açúcar (1764) – proibia a importação do rum estrangeiro e cobrava taxas de importação do açúcar que não viesse das Antilhas;

Lei do Selo (1765) – cobrava uma taxa sobre os diferentes documentos comerciais, jornais, livros, anúncios;

Lei do Chá (1773) – concedia o monopólio da venda do chá nas colónias à Cia. das Índias Orientais. O objectivo do governo inglês era combater o contrabando de chá realizado pelos comerciantes americanos. Revoltados com essa decisão, em Dezembro de 1773, os colonos, prejudicados em seus negócios, destruíram diversos carregamentos de chá que estavam no porto de Boston.

A reacção Inglesa

Em resposta á destruição dos carregamentos de chá que estava no porto de Boston, a metrópole traduziu-se, em 1774, nas Leis Intoleráveis. Destacaram-se a Lei do Porto de Boston, que fechava o porto até o pagamento integral do chá lançado ao mar; a Lei do Aboletamento, ordenando às autoridades que dessem alojamento adequado aos soldados ingleses; e a Lei de Quebec, que garantia aos habitantes franceses do Canadá a liberdade de religião e de costumes.

Essas medidas leis adoptadas pela Metrópole provocaram reacção da elite colonial que não desejava perder sua relativa autonomia. Os norte-americanos não aceitaram a intensificação da exploração colonial, para protestar contra essas leis realizou-se o Primeiro Congresso da Filadélfia com representantes das treze colónias, nesse congresso, elaborou-se um documento que foi enviado ao governo inglês, no entanto o governo inglês não estava disposto a fazer concessões. O choque de interesses entre a metrópole inglesa e os colonos tornou-se inevitável, iniciando o conflito armado entre as colónias e a Inglaterra, á declaração de Independência ocorreu em 1776 mais o tratado de paz só ocorreu em 1783.

A independência americana foi influenciada pelas ideias iluministas de Liberdade, Justiça, Felicidade e combate à opressão política, difundidas nas colónias por homens.

Declaração de independência

 “Todos os homens são criados iguais e são dotados por Deus de certos direitos fundamentais como o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Para garantir esses direitos são instituídos governos entre os homens. O justo poder desses governos provém do consentimento dos governados. Todas as vezes que qualquer forma de governo destruir esses objectivos, o povo tem o direito de alterá-la ou aboli-la e estabelecer um novo governo em nome de sua própria segurança e felicidade.”

Fonte:

Declaração de Independência dos Estados Unidos, 1776. (Fragments.) Ediciones SM, 1997