Por: Filósofo Daniel Ngovene
No livro Inside Terrorism, Bruce Hoffman explora as diferentes formas de terrorismo, destacando que "o terrorismo não é apenas um método de violência, mas uma tática de comunicação" (Hoffman, 2006). Hoffman explica que, independentemente da afiliação formal a grupos organizados, certos civis recorrem a actos de intimidação para amplificar suas vozes em nome de causas políticas ou sociais.
Gianfranco Sanguinetti, em On Terrorism and the State, aponta que "os actos terroristas nem sempre precisam ser cometidos por grupos armados: eles podem emergir de civis que reagem às estruturas opressoras do próprio Estado" (Sanguinetti, 1982). Sanguinetti sugere que, sob certas condições, civis adotam estratégias extremas, interpretando essas acções como formas de resistência.
No clássico The Anatomy of Fascism, Robert O. Paxton descreve como regimes e movimentos extremistas historicamente mobilizaram "civis comuns para criar uma atmosfera de medo e controle, muitas vezes incentivando actos de violência isolados para impor obediência" (Paxton, 2004). Esse padrão, segundo ele, pode ser visto em várias ideologias, que, ao explorar o medo colectivo, legitimam até actos individuais de intimidação.
Terrorism: A Very Short Introduction, de Charles Townshend, argumenta que "a linha entre o terrorismo estatal e o terrorismo civil é tênue e frequentemente definida pela narrativa dos vencedores" (Townshend, 2011). O autor afirma que, em alguns contextos, civis actuam como agentes terroristas de forma independente, muitas vezes confundindo a percepção pública sobre o que define exatamente um acto terrorista.
Strobe Talbott e Nayan Chanda, em The Age of Terror: America and the World After September 11, descrevem a "transformação do terrorismo moderno, onde indivíduos isolados, motivados por ideologias extremistas ou ressentimento social, passam a agir sem conexão formal com grupos terroristas" (Talbott & Chanda, 2001). Esse fenômeno é particularmente visível no terrorismo contemporâneo, onde civis armados com convicções podem causar pânico em proporções devastadoras.
Referencia
Hoffman, B. (2006). Inside Terrorism. New York: Columbia University Press.
Sanguinetti, G. (1982). On Terrorism and the State. London: Aldgate Press.
Paxton, R. O. (2004). The Anatomy of Fascism. New York: Vintage Books.
Townshend, C. (2011). Terrorism: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press.
Talbott, S., & Chanda, N. (2001). The Age of Terror: America and the World After September 11. New York: Basic Books.