O marxismo constituiu-se como uma organização intelectual e de massa cuja aspiração política pretendia, na luta contra o capitalismo explorador , ser uma democracia popular baseada na justiça social. A democracia marxista-leninista surge no âmbito de aplicação dos princípios doutrinais de Marx, conhecidos por socialismo científico. A tal democracia é também considerada directa ou popular; alguns autores chamam-se democracia real, contraposta a democracia liberal pelo seu carácter colectivo. Os fundadores consideram-se como um sistema de organização que visa alcançar a sociedade comunista, fase mais avançada, completa e final, do desenvolvimento das sociedades no seu percurso evolutivo.

Os resultados das teorias marxistas "economicamente e socialmente":

- ECONOMICAMENTE. O Marxismo , enquanto sistema totalitário, torna o Estado totalmente protecionista e paternalista. Deste modo, o Estado-partido ofusca as iniciativas e liberdades individuais na gestão dos bens e meios de produção. Com as nacionalizações, provoca a eliminação  do mercado livre e a centralização das decisões, convertendo o Estado na única mente e dador de trabalho, que orienta, gere as empresas, recreações e viagens, até ao ponto de se imiscuir da vida privada dos seus cidadãos; a distinção entre o público e o provado dilui-se e , praticamente, inexistente.

- SOCIALMENTE. As teorias de Marx levam a um elevado grau de discriminação social, entre quem é comunista e quem não-comunista. Recorre a uma extrema facilidade ao uso exclusivo de violência para resolução de problemas sociais (campo de reeducação, marginalização, exílio, expulsão do emprego ou do partido e até assassínio). A sociedade desaparece na monstruosidade do poder ilimitado do partido. O partido converte-se em Estado. O partido não pretende ser parte da sociedade, mas o "todo". Desaparecem todas as organizações civis; e naturalmente, também todas as liberdades e direitos individuais desaparecem.

 

- FERREIRA, João Alberto.Totalitarismo e Democracia. Maputo: Paulinas, 2014.